Como a coroa
não tinha recursos suficientes para defende e ocupar as suas terras, optou-se
por descentralizar a administração da América portuguesa através das Capitanias
Hereditárias. Através desse sistema o território português foi dividido em
parcelas de aproximadamente 300 km de faixa litorânea. Esses amplos territórios
foram distribuídos a donatários, indivíduos da pequena nobreza ou funcionários
do governo que estavam interessados em colonizar o Brasil.
Através das
Cartas de Doação a coroa concedia a capitania ao donatário e estabelecia os
poderes que ele teria em seus domínios. Outro documento, o Foral, dizia
respeito aos direitos e alguns deveres que esses donatários teriam. Como o
objetivo da coroa era atrair pessoas que estivessem interessadas em investir na
colonização, esses documentos davam amplos poderes, que poderiam ser utilizados
pelo donatário para escravizar e vender indígenas, julgar os habitantes da
capitania (inclusive com condenação à morte), fundar vilas e organizar a
capitania militarmente, e doar sesmarias (grandes extensões de terras).
As Capitanias
Hereditárias não obtiveram o sucesso esperado, em parte por negligencia dos
donatários (alguns nem chegaram a desembarcar no país) em parte por falta de
dinheiro, ou ainda condicionantes locais, como a resistência de indígenas, a
grande extensão das terras e a falta de comunicação. Frente a essas
dificuldades a coroa portuguesa resolve mudar a sua política, e estabelece a
criação do Governo-Geral, com a função de centralizar o poder, organizar e
prover apoio às Capitanias.
Desta forma é
escolhida a Capitania de Todos os Santos para ser a sede do governo,
fundando-se a cidade de Salvador, em 1549. Tratava-se da primeira Capitania
sendo governada diretamente por funcionários da Coroa portuguesa. O primeiro
governador-geral foi Tomé de Souza, e com ele chegaram cerca de mil pessoas,
entre funcionários, soldados, jesuítas e degradados. O objetivo era implantar
um núcleo administrativo na colônia portuguesa.
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