quarta-feira, 25 de novembro de 2015

RESUMO DE HISTÓRIA PARA OS TERCEIROS 2015

Muro de Berlim
Tinha 155 km, interrompia 8 linhas de trens urbanos na cidade, quatro metrôs, 193 ruas e avenidas e atravessava 24 km de rios e 30 km de bosques. Sem dúvida foi um dos principais símbolos da denominada Cortina de Ferro. Seu surgimento se deu no auge da Guerra Fria em 1961, sua existência durou quase 28 anos. O muro era símbolo não só da divisão da capital alemã em oriental (comunista) e ocidental (capitalista), mas também da separação do mundo em dois blocos de poder.
A Queda do Muro de Berlim
Houve uma significativa mudança na URSS a qual levou ao aumento das pressões contra o Muro, na década de 80. EM 1989 era muito grande a pressão para o governo socialista facilitar viagens dos alemães orientais. Em conseqüência veio a queda do muro em novembro do mesmo ano. Após o anuncio sobre a queda do muro de Berlim uma multidão se aglomerou nos postos de fronteira, todos queriam participar da derrubada de um símbolo que marcou durante anos as suas vidas. Junto com o muro também caíram o sistema socialista europeu e a Guerra Fria.
O fim da URSS
Em 1985 Mikhail Gorbatchov assumiu, aos 54 anos, a secretaria do Partido Comunista, chegando ao poder com projetos de reformas democráticas. O líder atraiu os holofotes quando declarou reduzir a censura, moratória nuclear unilateral, retirar tropas do Afeganistão após nove anos de intervenção soviética e liberar presos políticos. Para definir sua relação com a sociedade Gorbatchov usou o termo glasnost (transparência) e para definir a necessidade econômica utilizou a Perestroika (reconstrução).
No período que compreende os anos de 1917 a 1990, os soviéticos haviam tido o regime de partido único, o qual controlava a vida de todos os cidadãos. Com a liderança de Gorbatchov, a União Soviética teve uma nova ordem política, com sindicatos livres e pluripartidarismo.
Em 1991, uma forte tensão foi gerada entre conservadores e reformistas. Com isso Gorbatchov deu autonomia às repúblicas, na tentativa de evitar uma guerra civil. Em setembro de 1991, o parlamento votou na dissolução da URSS, e em dezembro Iéltsin declara a independência da Rússia e a formação da Comunidade de Estados Independentes (CEI). Estava assim extinta a URSS, e no dia 25 de dezembro Gorbatchov renunciou.
BLOCOS ECONÔMICOS
MERCOSUL
O Mercado Comum do Sul, ou MERCOSUL, é um bloco econômico que foi formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Outros países podem fazer parte das negociações do bloco, mas são considerados apenas como associados. Estes são Bolívia, Chile, Peru, Colômbia e Equador. A Venezuela ingressou no grupo em 2006. E o México permanece como estado observador.
Criado em 1991 com a assinatura do Tratado de Assunção (no Paraguai) o MERCOSUL busca garantir a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os países membros, através da eliminação de barreiras alfandegárias e restrições não tarifárias à circulação de mercadorias e de qualquer outra medida de efeito equivalente.
UNIÃO EUROPEIA
A UE (União Europeia) é um bloco econômico, político e social de 28 países europeus que participam de um projeto de integração política e econômica. Os países integrantes são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia e Suécia. Macedônia, Cróacia e Turquia encontram-se em fase de negociação. Estes países são politicamente democráticos, com um Estado de direito em vigor.
Os tratados que definem a União Europeia são: o Tratado da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), o Tratado da Comunidade Econômica Europeia (CEE), o Tratado da Comunidade Europeia da Energia Atômica (EURATOM) e o Tratado da União Europeia (UE), o Tratado de Maastricht, que estabelece fundamentos da futura integração política. Neste último tratado, se destaca acordos de segurança e política exterior, assim como a confirmação de uma Constituição Política para a União Europeia e a integração monetária, através do euro.
 Para o funcionamento de suas funções, a União Europeia conta com instituições básicas como o Parlamento, a Comissão, o Conselho e o Tribunal de Justiça. Todos estes órgãos possuem representantes de todos os países membros.
 Os países membros da União Europeia e os 19 países de maiores economias do mundo fazem parte do G20. Os países da União Europeia também são representados nas reuniões anuais do G-8 (Grupo dos Oito).
A Moeda Única: o euro
Com o propósito de unificação monetária e facilitação do comércio entre os países membros, a União Europeia adotou uma única moeda. A partir de janeiro de 2002, os países membros (exceção da Grã-Bretanha) adotaram o euro para livre circulação na chamada Zona do Euro, que envolve 17 países.
Os países que fazem parte da Zona do Euro são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, República da Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal.
APEC
A APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) é um bloco econômico que foi criado em 1993 na Conferência de Seattle (Estados Unidos da América). Este importante bloco econômico ainda está em fase de implantação.
 Fazem parte deste bloco econômico os seguintes países:
 - Estados Unidos da América
 Japão, China, Rússia, Peru, Formosa (também conhecida como Taiwan), Coreia do Sul,  Hong Kong (região administrativa especial da China), Cingapura, Vietnã, Malásia, Tailândia,  Indonésia, Brunei, Filipinas, Austrália, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Canadá, México,  Chile .
Este bloco econômico é de extrema importância no cenário econômico mundial, pois somadas as produções industriais de todos os países membros, chega-se a quase metade de toda produção mundial. O PIB dos países membros atinge cerca de 17 trilhões de dólares.
Quando estiver em pleno funcionamento, será o maior bloco econômico do mundo. De acordo com o estabelecido na reunião de Bogor, em 1994, será estabelecida uma zona de livre comércio em 2010 entre os países desenvolvidos. Com relação aos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, esta zona de livre comércio será estabelecida apenas em 2020.
 Principais objetivos da APEC
 - Estimular o comércio de produtos e serviços entre os países membros;
 - Redução das tarifas alfandegárias e taxas de importação e exportação nas relações comerciais entre os países membros.
O conflito Árabe-Israelense
O conflito Árabe-Israelense é um longo conflito na região do Oriente Médio, que ocorre desde o final do século XIX, com a reivindicação de direitos sobre a área da Palestina por parte de judeus e árabes. Este conflito resultou no início de, ao menos, cinco grandes guerras, um número significativo de conflitos armados e duas Intifadas (levantamentos populares).
Os motivos do longo conflito
O conflito Árabe-Israelense tem diferentes motivos, sendo que o principal deles é a reivindicação de direitos sobre o território da Palestina por parte de israelenses e palestinos que, segundo cada um destes povos, possuem direito milenar sobre a região. Outros motivos referem-se à cultura e à imposição de valores ocidentais às tradições orientais, a questão econômica, que diz respeito ao desejo das potências capitalistas de estabelecerem um ponto estratégico na rica região petrolífera (a mais rica região petrolífera do planeta) e o fator político.
Histórico do conflito Árabe-Israelense
Os judeus foram expulsos da Palestina pelos romanos no século I da Era Cristã e, durante séculos, sonharam com o retorno à “Terra Prometida”. O Império Romano dominou essa área e, ao eliminar várias rebeliões judaicas, destruiu o templo judaico em Jerusalém, matou uma grande quantidade de judeus e forçou outros a deixarem a sua terra – êxodo denominado diáspora. Nessa ocasião, o Império Romano mudou o nome da região de Terra de Israel para Palestina. Alguns judeus permaneceram na região, outros só retornaram nos séculos XIX e XX. No século VII, a Palestina foi invadida pelos árabes muçulmanos.
Após a derrota do Império Otomano na 1ª Guerra Mundial, a Palestina ficou sob o domínio dos ingleses, que se comprometeram a ajudar na construção de um estado livre e independente para os judeus. Os britânicos permitiram que os judeus comprassem terras na Palestina, e essa maciça migração recebeu o nome de Sionismo, fazendo referência à Colina de Sion, em Jerusalém.
No entanto, as áreas de assentamento de árabes e israelenses (dois grupos de características étnicas e religiosas bastante distintas) no mesmo território não foram delimitadas e os violentos conflitos tiveram início.
Com a ascensão do nazismo, a constante perseguição aos judeus e o massacre deste povo nos campos de concentração durante a 2ª Guerra Mundial, o apoio da comunidade internacional à criação de um Estado judaico aumentou.
Em 1947, a recém-criada ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu a divisão do território palestino entre judeus (ocupariam 57% das terras com seus 700 mil habitantes) e palestinos, que ocuparia o restante do território. O Estado de Israel foi proclamado no ano seguinte.
Insatisfeitos, a Liga Árabe (Egito, Líbano, Jordânia, Síria e Iraque) invadiu Israel, em 1948, com o objetivo de reconquistar o território, iniciando a Guerra de Independência. Os israelenses saíram vitoriosos e aumentaram a ocupação da área para 75%. Nesse mesmo período, o Egito assumiu o controle da Faixa de Gaza e a Jordânia criou a Cisjordânia.
Após a Guerra de 48, ainda vieram vários outros conflitos, como a Guerra de 1956, a de 1967, a guerra de 1968-1970, a de 1973 e a guerra de 1982, além de diversos outros conflitos armados e Intifadas.
Os ataques de 11 de setembro de 2001
Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 estão entre os acontecimentos da história humana que mais geraram impactos internacionalmente. Esses ataques, que compuseram o cenário do maior atentado terrorista já feito, foram levados a cabo a partir do sequestro de quatro aviões comerciais de grande porte, que foram conduzidos a quatro alvos específicos. Três desses aviões conseguiram completar o plano de ataque; o quarto, que seria lançado em algum ponto de Washington, possivelmente a Casa Branca, caiu em Shanksville, na Pensilvânia.
Os alvos dos ataques foram o prédio do Pentágono, sede do pensamento estratégico e do centro de defesa dos EUA, que fica localizado no Condado de Arlington, na Virgínia, e o complexo predial World Trade Center, em Nova York, conhecido como as Torres Gêmeas. Toda a operação terrorista foi executada antes das 10 horas da manhã do dia 11. Ao todo, 19 terroristas participaram da ação, sendo o egípcio Mohamed Atta o líder do grupo. O grupo de Atta, como ficou comprovado posteriormente, foi recrutado e treinado pela organização terrorista internacional Al-Qaeda, à época sob liderança do saudita Osama Bin Laden. Além de Bin Laden, outro integrante da organização, Khalid Sheikh Mohammed, teria participado da montagem do plano de ataque.
Khalid Sheikh Mohammed teria apresentado o plano a Bin Laden em 1996, quando a sede da Al-Qaeda ainda se encontrava no Sudão. Nesse tempo, o grupo de Bin Laden já programava a transferência de sua sede para o Afeganistão. Antes disso, a Al-Qaeda executou dois atentados a bomba contra duas embaixadas dos Estados Unidos no continente africano, no dia 07 de agosto de 1998. O primeiro ataque ocorreu em Nairobi, no Quênia, e o segundo em Dar es Salaam, na Tanzânia.
Quando a Al-Qaeda transferiu-se para o Afeganistão, a CIA preparou e infiltrou 30 agentes secretos afegãos nas montanhas onde se escondia Bin Laden. O grupo de agentes era conhecido pelo código GE/SENIORS. Entretanto, mesmo sabendo de um possível plano para atacar diretamente os EUA, os agentes da CIA não puderam cumprir a ordem de assassinar Bin Laden, pois eram proibidos por uma lei que vigorava desde 1976 que versava sobre a execução de alvos estrangeiros.
As autoridades dos EUA sabiam da possibilidade de um ataque da Al-Qaeda, mas não sabiam onde e nem como isso seria feito. O 11 de setembro provou que o terrorismo podia e ainda pode ser praticado por meios radicalmente diversos de uma guerra convencional. O uso de aviões comerciais como objetos de ataque contra alvos civis, até então, era impensável ou, ao menos, pensável apenas sob o ponto de vista da ficção cinematográfica.
Além do presidente George W. Bush, que tomou medidas de alerta total no país após o ataque, além de planejar uma retaliação contra Bin Laden e a quem o apoiasse, outros envolvidos nas investigações e retaliações contra a Al-Qaeda foram: Dick Cheney, vice-presidente, Colin Powell, secretário geral de Estado, Donald Rumsfeld, secretário de defesa, George Tenet, diretor do centro de inteligência, e Condoleezza Rice, conselheira de segurança internacional. Ao todo, incluindo os 19 terroristas, foram mortos 2.996 pessoas nesse atentado.
Um monumento chamado Ground Zero, que consiste em duas enormes fontes de água construídas nos locais das duas torres do WTC, contém em suas paredes os nomes de todas as vítimas do atentado. Em 2014, jatos de luz foram projetados dessas fontes, o que ficou conhecido como Tribute in Light.
Apartheid
A apartheid, termo africâner que quer dizer separação surgiu oficialmente na África do Sul em 1944, e serve para designar a política de segregação racial e de organização territorial aplicada de forma sistemática a aquele país, durou até 1990.
O objetivo da apartheid era separar as raças no terreno jurídico (brancos, asiáticos, mestiços ou coloured, bantus ou negros), estabelecendo uma hierarquia em que a raça branca dominava o resto da população e, no plano geográfico, mediante a criação forçada de territórios reservados: os Bantustanes.
Em 1959, com o ato de autogoverno, a apartheid alcançou o sua plenitude quando sua população negra ficou relegada a pequenos territórios marginais, autônomos e privados da cidadania sul africana.
Até aquele momento, a África do Sul com suas importantes riquezas minerais e sua situação geoestratégica, tinha se alienado do bloco ocidental. Contudo, o sistema racista fez com que, no momento em que se desenvolvia a descolonização, as pressões da comunidade internacional cresciam contra o governo de Pretória.
Em 1960, a África do Sul foi excluída da Commonwealth (Comunidade das Nações). A ONU aplicou sanções. Em 1972, a África do Sul foi excluída dos Jogos Olímpicos de Munique, perante a ameaça de boicote geral dos países africanos. Finalmente, em 1977, o regime sul africano foi oficialmente condenado pela comunidade ocidental e submetido a um embargo de armas e material militar. Em 1985, o Conselho de Segurança da ONU convocou seus Estados membros para adotar sanções econômicas.
Em todas estas condenações internacionais houve certa hipocrisia. Durante a Guerra Fria, o regime racista foi visto como um muro de contenção à expansão do comunismo na África. Moscou, pelo contrário, animou a luta contra a apartheid armando Angola e Moçambique, países cujos governos pró-soviéticos se enfrentavam em guerrilhas patrocinadas pelo ocidente e apoiadas pela África do Sul.
O fim da Guerra Fria precipitou o fim da apartheid. O presidente Frederik de Klerk depois de várias negociações com os representantes das diversas comunidades étnicas do país, pôs fim ao regime racista em junho de 1991. Daí em diante, a população negra recuperou seus direitos civis e políticos.
O processo culminou com a chegada de Nelson Mandela, mítico militante antiapartheid que tinha passado 27 anos na prisão, à presidência da República da África do Sul.
Iugoslávia – Formação e Desagregação
A antiga Iugoslávia era composta por diferentes povos: croatas, eslovenos, sérvios, muçulmanos, albaneses, macedônios, entre outros. Esses povos tinham diferentes características culturais, como a língua, os hábitos e a religião, tão específicos que chegaram a entrar em conflito várias vezes no decorrer da história.
A FORMAÇÃO DA IUGOSLÁVIA E A IMPORTÂNCIA DE TITO
A Federação Iugoslava originou-se após a Primeira Guerra Mundial, a partir de territórios que faziam parte dos Impérios Austro-Húngaro e Turco-Otomano. Apesar da balcanização étnica e religiosa, a Iugoslávia manteve-se unida após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Essa união deveu-se à influência e habilidade política de um líder socialista e carismático, o marechal Josip Broz Tito, que se destacou na luta contra os invasores nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
Tito implantou na Iugoslávia um regime socialista, mas jamais aceitou a interferência da União Soviética. Após a morte de Tito, em 1980, a situação política e econômica começou a se agravar.
A Iugoslávia era formada por uma federação de repúblicas (Sérvia, Montenegro, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina e Macedônia) e por regiões autônomas (Voivodina e Kosovo). Dentre as repúblicas que integravam a Iugoslávia, a Sérvia era a mais poderosa, uma vez que controlava a maior parte das forças armadas e da economia do país.
A ocorrência de minorias sérvias na Bósnia-Hezergovina, Croácia e Eslovênia teve o objetivo de misturar os povos do país, a fim de dificultar futuros movimentos separatistas nessas regiões.
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Países formados após a fragmentação da Iugoslávia.
Conflitos e mudanças geopolíticas recentes:
1- Bósnia-Herzegovina (Guerra Civil entre 1991-1995)
2- Kosovo (conflito em 1999, área com administração da ONU com presença de tropas da OTAN e Rússia)
3- Macedônia (conflitos entre macedônios e a minoria albanesa em 2001)
4- Independência de Montenegro por referendo em 2006
ESLOVÊNIA, CROÁCIA E MACEDÔNIA
Na década de 1990, com a ampliação da crise econômica na Iugoslávia, revigoraram-se as antigas rivalidades entre os grupos étnicos, conduzindo a movimentos nacionalistas e separatistas. A partir de então, iniciou-se a fragmentação política e territorial iugoslava.
A Eslovênia foi a primeira república a declarar-se independente, firmando a cidade de Liubliana como sua capital. Trata-se de um pequeno país, mas com razoável industrialização e renda per-capita elevada para os padrões do Leste Europeu.
Em seguida, a Croácia declarou sua independência, com a capital em Zagreb. O governo central iugoslavo, controlado pelos sérvios, mandou tropas para conter os separatistas e os combates agravaram a crise.
A Macedônia, a mais pobre das ex-repúblicas iugoslavas, também tomou-se independente. A partir de 2000, o país passou a enfrentar conflitos entre macedônios e a minoria albanesa, que se rebelou na fronteira com Kosovo.
BÓSNIA-HERZEGOVINA
A crise na Iugoslávia tornou-se-ia mais grave na república da Bósnia-Herzegovina, pois sua população era composta por grupos étnicos diferentes, 44% de muçulmanos, 31% de sérvios e 17% de croatas, grupos estes que tinham objetivos divergentes:
Os croatas e muçulmanos que viviam na Bósnia desejavam sua independência política;
Os sérvios que moravam na Bósnia queriam continuar pertencendo à Iugoslávia, com a Sérvia e Montenegro.
Um plebiscito aprovou a independência da Bósnia-Herzegovina em 1992, reconhecida por vários países europeus e pelos Estados Unidos. Entretanto, as divergências entre os três grupos étnicos levaram a uma sangrenta guerra civil, que visava ao controle sobre vários territórios. Os sérvios-bósnios tiveram auxílio da Iugoslávia (Sérvia e Montenegro); já os croatas-bósnios foram ajudados pela vizinha Croácia.
A guerra civil deixou cerca de 200 mil mortos. Foram violados quase todos os direitos humanos básicos. Houve massacre de populações civis indefesas, campos de concentração, alocação de cadáveres em valas comuns, estupros em massa de mulheres de grupos étnicos adversários, entre outras atrocidades. Os anos de guerra levaram à devastação da economia e da infraestrutura da Bósnia.
Por meio de pressões internacionais lideradas pela ONU, Estados Unidos, Rússia e União Europeia, chegaram-se a um acordo de paz a partir de 1995, após a assinatura do Tratado de Dayton. Por esse acordo, a Bósnia-Herzegovina foi mantida como país independente por meio de uma Confederação.
Cerca de 49% do seu território ficou sob controle sérvio-bósnio, enquanto que 51% dele passou para o controle dos muçulmanos e croatas-bósnios. Essa divisão territorial por grupos étnicos também passou a vigorar na sua capital, Sarajevo.
Primavera Árabe - resumo
Primavera Árabe É o nome dado à onda de protestos, revoltas e revoluções populares contra governos do mundo árabe que eclodiu em 2011. A raiz dos protestos é o agravamento da situação dos países, provocado pela crise econômica e pela falta de democracia. A população sofre com as elevadas taxas de desemprego e o alto custo dos alimentos e pede melhores condições de vida.
Países envolvidos Egito, Tunísia, Líbia, Síria, Iêmem e Barein.
Ditaduras derrubadas A onde de protestos e revoltas já provocou a queda de quatro governantes na região. Enquanto os ditadores da Tunísia e do Egito deixaram o poder sem oferecer grande resistência, Muammar Kadafi, da Líbia, foi morto por uma rebelião interna com ação militar decisiva da Otan. No Iêmen, o presidente Saleh resistiu às manifestações por vários meses, até transferir o poder a um governo provisório. A Síria foi o único país que até agora (12/03/2012) não conseguiu derrubar o governo do ditador Bashar al-Assad.
Transição para as novas democracias Tunísia e Egito realizaram eleições em 2011, vencidas por partidos islâmicos moderados. A Tunísia é apontada como o país com as melhores chances de adotar com sucesso um regime democrático. No Egito, os militares comandam o conturbado processo de transição, e a população pede a sua saída imediata do poder.
Geopolítica árabe Os Estados Unidos eram aliados de ditaduras árabes, buscando garantir interesses geopolíticos e econômicos na região, que abriga as maiores reservas de petróleo do planeta. A Primavera Árabe põe em cheque a política externa de Washington para a região. A Liga Árabe, liderada pela Arábia Saudita e pelo Catar, assume um papel de destaque na mediação das crises e dos conflitos provocados pela Primavera Árabe.
A Questão dos Bascos
A questão basca, ou questão dos bascos, é um conflito territorial e étnico surgido no final do século XV e início do XVI com a unificação da Espanha em um só reino e a anexação da porção sul da região à Espanha e da porção norte da região à França.
O País Basco, como pode ser chamado, é composto por sete regiões tradicionais: Álava, Biscaia, Guipúscoa e Navarra que compõem o território de Hegoalde na Espanha, e Baixa Navarra, Lapurdi e Sola que compõem o território de Iparralde na região francesa. Oficialmente, o território de Iparralde é considerado uma parte do Departamento Francês dos Pirineus Atlânticos. E, Hegoalde, é considerada uma comunidade autônoma denominada Euzkadi separada da Comunidade Foral de Navarra, ambas constituintes da Monarquia Constitucional Espanhola.
O povo basco teria ocupado a região da Península Ibérica por volta de 2000 a.C. tendo resistido durante séculos a invasões e à dominação por outros reinos, inclusive os romanos. Sua cultura resistiu ao tempo e às conquistas, se tornando, a língua basca, a língua mais antiga falada atualmente na Europa, mesmo tendo surgido como língua escrita apenas no século XVI o que, apenas contribuiu para fortalecer o espírito nacionalista do povo basco.
A principal característica da questão basca é que os bascos lutam para manter sua identidade como povo, sua língua, cultura e modo de vida. Ao invés de serem incorporados e suplantados por outra cultura, como a maioria dos povos que habitaram a Península Ibérica e a Europa. Outro ponto interessante é o apoio que a luta armada do grupo guerrilheiro ETA (Euzkadi Ta Askatana, que em vasconço significa “Pátria Basca e Liberdade”) tem da população basca. Ou, pelo menos tinha.
O ETA surgiu em 1959 como um movimento socialista fundado através da união de diversos grupos políticos que atuavam na região. Desde a Guerra Civil Espanhola (1936-39) e do bombardeio à cidade de Guernica pelos nazistas alemães como represália ao apoio do povo basco aos republicanos, então aliados dos anarquistas e socialistas e, a proibição do vasconço em todo o território basco pelo general Franco, o sentimento nacionalista basco foi se tornando cada vez mais forte. Estes fatos, também contribuíram para que o ETA decidisse pela luta armada e tivessem o apoio da população.
Mas, com o final da ditadura de Franco em 1975 e os direitos cedidos pela Constituição de 1978 que defende o respeito pela diversidade cultural e lingüística, e de um estatuto especial assegurando à Catalunha, à Galiza e ao País Basco o direito de utilizar suas próprias línguas e ainda outros direitos que lhes confere certa autonomia, a guerrilha do grupo ETA começa a perder força ante a população basca.
Desta forma, em março de 2006 o ETA declara uma trégua que durou apenas 14 meses. O ETA já decretou várias tréguas desde 1981, mas, apenas oito delas foram de fato efetivadas.

Atualmente o Partido Nacionalista Basco (PNV) tenta um acordo com o governo espanhol para a realização até o final de 2008, em caráter consultivo e, até 2010 de forma definitiva, de dois plebiscitos onde o povo basco decidirá sobre o tipo de governo a ser adotado e sobre a relação política entre o País Basco e a Espanha. No entanto, o primeiro – ministro espanhol, José Luis Zapatero, rejeita o plano Ibarretxe, como é chamado o plano lançado pelo PNV. Até lá as expectativas apontam que o ETA deverá decretar mais um cessar fogo como próximo ao plebiscito como manifestação de apoio ao PNV.

RESUMO SEGUNDOS HISTÓRIA 2015 4ª UNIDADE

 A VINDA DA FAMÍLIA REAL AO BRASIL
1. Introdução:
A partir de 1808 não se pode mais falar que o Brasil é uma colônia. Com a chegada da família real e da Corte portuguesa à cidade do Rio de Janeiro neste ano, o Centro-Sul da América portuguesa passam a cumprir um papel de metrópole ante o resto do Império português. Pode-se dizer, então, que 1808 – quando acaba o colonialismo – é uma ruptura maior do que 1822 – ano da independência do Brasil em relação a Portugal.
2. A época do d. João VI no Brasil (1808-21):
. A saída da família real portuguesa da Europa: Em meio às guerras napoleônicas na Europa, em 1806 os franceses proíbem qualquer país da Europa continental de comerciar com a Inglaterra. Portugal não aceita essa imposição e sofre a invasão das tropas de Napoleão. A família real toma a decisão de fugir para o Brasil
– sua mais rica colônia –, plano este já tramado desde fins do século XVIII. Junto com a família real, vem toda a corte portuguesa, em um total de aproximadamente 15 mil pessoas em 20 navios. A Inglaterra apóia essa medida e escolta a frota portuguesa, permanecendo como a maior aliada de Portugal.
. O fim do estatuto colonial: As primeiras medidas do Rei português no Brasil acabam com o caráter de colônia ao Brasil. Primeiramente, d. João abre os portos brasileiros para todas as ‘nações amigas’, o que representava naquele momento basicamente a Inglaterra e, em muito menor escala, os EUA. Neste mesmo ano – 1808 – a Coroa libera a criação de manufaturas no Brasil. Mais ainda, o Rei começará a formular um amplo aparato de Estado na cidade do Rio de Janeiro, o que dá a esta o caráter de metrópole.
. A hegemonia inglesa: Na época joanina, devido em parte às condições de fuga da corte para o Brasil, há uma grande presença inglesa na política e, principalmente, na economia brasileira. Isso vai ficar patente quando, em 1810, d. João concede taxas preferenciais de importação aos produtos ingleses no Brasil, pagando estes menos taxas que produtos de outras potências e até do que os produtos portugueses. Há a presença de vários comerciantes ingleses nos portos brasileiros e seus hábitos e costumes também são adotados.
. A fundação de um aparato de Estado: D. João tem que recriar o Estado português no Brasil, agora não mais com a presença da nobreza e do clero portugueses apenas, mas também com comerciantes e fazendeiros brasileiros. Algumas das principais criações são: os ministérios e órgãos reais são recriados no Brasil e também órgãos militares, como a fábrica de pólvora; o Banco do Brasil, banco criado para financiar os gastos do Estado; um jardim botânico, laboratório para estudo e aclimatação de novas plantas; a Imprensa Régia, que dá origem aos primeiros jornais no Brasil; uma grande biblioteca pública, com a vinda de livros de Portugal, que dará origem à atual Biblioteca Nacional; a Academia de Belas Artes, onde lecionaram artistas estrangeiros que vieram nas expedições artísticas e científicas.
. A política externa joanina: Em represália à invasão francesa a Portugal em 1807, d. João VI toma a Guiana Francesa em 1809. Com a paz na Europa em 1815, a região é devolvida à França. Neste mesmo ano, o Brasil é elevado à categoria de Reino para que D. João pudesse negociar no Congresso de Viena como Rei. Mesmo com a paz na Europa, ele se decide por ficar no Brasil. Diante da independência das colônias latino- americanas e do desejo de Buenos Aires de criar uma grande República do Prata que uniria Argentina, Uruguai e Paraguai, D. João VI toma o Uruguai em 1816, que passa a ser a província da Cisplatina.
. A revolução pernambucana (1817): Se para o Centro-Sul do Brasil, a chegada da Corte tinha sido altamente positiva devido à ativação da economia da região e do fortalecimento do comércio de abastecimento para a cidade do Rio, no Norte e no Nordeste a situação pouco mudou. Pode-se dizer, inclusive, que estas regiões continuaram a ser colônia, mudando apenas a metrópole de Lisboa para o Rio de Janeiro. Assim, uma revolta anticolonial, anti-lusitana e separatista estoura em Recife, feita por senhores de engenho e população pobre da cidade. Os revoltosos destituem o governador, tomam o poder e declaram a República. A revolta se alastra para a Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas. Um destacamento de Salvador reprime a revolta, fuzilando seus líderes.
. Revolução Liberal do Porto (1820): Desde o fim das guerras na Europa em 1815, um emissário inglês governava Portugal. Em 1820, explode uma revolução na cidade do Porto que logo se alastraria por todo Portugal. Os revolucionários expulsam o governador inglês e convocam uma Assembléia Constituinte – as Cortes –, afirmando que a Constituição deveria ser jurada por D. João e este deveria voltar para Portugal. Adere-se à revolução no Brasil, primeiramente em áreas periféricas, como Pará e Bahia, que derrubam seus governadores e declaram-se fiéis às Cortes e não ao Rio de Janeiro. Depois, na própria cidade do Rio de Janeiro há adesão. Tem início o processo de emancipação política do Brasil.
A Independência e o Primeiro Reinado
1. Introdução:
A independência brasileira foi uma revolta contra a recolonização que as Cortes portuguesas propunham e representam uma continuidade com o período joanino. O Império brasileiro surge em crise com guerras, revoltas, movimentos separatistas e crise econômica. A estabilidade só virá na década de 1850.
2. O encaminhamento da ruptura:
. A tentativa recolonizadora: As Cortes foram convocadas tendo uma parcela de representantes brasileiros. No entanto, o projeto da maioria portuguesa era que o Brasil voltasse a ser colônia. Esse é o principal motivo da independência. Os fazendeiros, comerciantes brasileiros e os ingleses não desejavam isto.
. Portugueses, brasileiros e exaltados: Logo, se formaram três ‘partidos’ no Brasil. Os portugueses, totalmente a favor da recolonização; os brasileiros, a princípio contra a ruptura, defendiam uma monarquia dual, depois seriam a favor da independência; e os exaltados ou liberais radicais, a favor da emancipação e da criação de uma monarquia constitucional ou república mais democrática do que o projeto dos brasileiros.
. A independência forjada: D. João VI é obrigado pelas Cortes a voltar a Lisboa em 1821. Antes disso, pega todos os metais depositados no Banco do Brasil e deixa no Rio seu filho d. Pedro, que deveria ser o governador-geral do Brasil e em caso de independência, deveria ser o líder dela, evitando-se radicalismos. Assim, diante da rigidez das Cortes, d. Pedro lidera junto aos brasileiros e exaltados a emancipação em 1822.
3. O primeiro reinado:
. Guerra de independência: Logo, estouram na Bahia e no Pará focos de resistência de tropas portuguesas. D. Pedro reprime essas resistências com o auxílio de mercenários estrangeiros.
. A Constituição da mandioca: A Constituinte brasileira foi convocada em 1822 antes mesmo da independência. O voto era censitário baseado no preço da mandioca, daí o nome da Constituição. Esta nunca chegou a ficar pronta. Em 1823 foi apresentado um anteprojeto dela, tratava-se de uma constituição de monarquia constitucional e parlamentarista, o que foi rejeitado pelo Imperador Pedro que fechou a Assembleia em 1823, desejando uma constituição que lhe desse mais poderes.
. A Constituição outorgada (1824): D. Pedro se alia aos portugueses e outorga uma constituição. Esta era muito similar ao projeto apresentado, porém tinha uma novidade. Além dos três poderes do Estado, havia um quarto poder, o moderador, que prevaleceria sobre os outros. Este poder era o poder do Imperador, que ainda nomearia os membros do Supremo Tribunal, seria o chefe do Executivo e nomearia presidentes de província. A Constituição deveria ainda ser referendada nas câmaras municipais ao longo do Brasil.
. Padroado: Segundo a Constituição, a religião oficial do país é a católica, os padres eram funcionários públicos pagos pelo Estado e o Rei mediava relações do clero nacional com o Vaticano. Era o padroado.
. A repressão: Explodiram revoltas contra a nova constituição. D. Pedro fez uma forte repressão contra estes – constituídos principalmente por exaltados –, fechando jornais, prendendo e exilando ativistas.
. A Confederação do Equador (1824): Uma certa continuação da Revolução Pernambucana de 1817, foi um movimento separatista no Nordeste que obteve êxito provisório. Inicia-se em Recife, onde a Câmara rejeitou a Constituição de 1824. Declara-se uma confederação unindo Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Com contração de empréstimos estrangeiros, d. Pedro suprime a revolta, matando seus líderes.
. O reconhecimento da independência: Mesmo com a declaração de independência, as potências européias – inclusive a Inglaterra – não haviam aceitado a mesma, visto que Portugal não tinha aceitado a emancipação. Os EUA são o primeiro país a reconhecer a independência brasileira, em 1824. Após longas negociações, Portugal aceita a independência em 1825 – e, em seguida, toda a Europa –, mas com uma série de cláusulas. O Brasil pagaria uma dívida portuguesa de 2 milhões de libras para a Inglaterra; as taxas de importação continuariam compulsoriamente em 15%; e o Brasil não anexaria Angola, como pretendido.
. A guerra da Cisplatina (1825-8): Foi a guerra de independência do Uruguai com o Brasil. Eles tinham o apoio da Argentina e da Inglaterra e o Brasil, com crises econômicas e revoltas regionais, perde a guerra.
. A queda de d. Pedro I (1831): Com crises nas exportações, fraca arrecadação do Estado, dívidas, revoltas e guerras, o primeiro reinado foi um período de grande crise para o país. Como o autoritarismo de d. Pedro, com o fracasso de seu governo e o crescimento das oposições, o imperador é obrigado a abdicar do trono em 1831. Ele abdica para assumir o trono português e deixa no Brasil seu filho Pedro de apenas 5 anos. A Assembleia assume o poder no que seria o período mais turbulento da história imperial, a Regência.
O período regencial
1. Introdução:
Em toda a América Latina, os recém-fundados Estados independentes se encontravam em enormes crises políticas e econômicas e em guerras civis. O Brasil não foi exceção, sem fundamentos econômicos sólidos e sem uma organização política estável, encarou uma série de revoltas separatistas na década de 1830.
2. A política na Regência:
. Grupos políticos: Como Pedro II era ainda menor, os parlamentares decidem por uma Regência trina, que durará até 1834. Há no momento três ‘partidos’: restauradores, a favor da volta de Pedro I; moderados, a favor do federalismo e do fim do Senado vitalício; exaltados, que defendiam, além das reformas dos moderados, reformas democratizantes. Os ânimos políticos se acirram, inclusive com confrontos nas ruas.
. Guarda nacional (1831): É criada pela Regência uma guarda constituída pelos cidadãos – só quem tinha liberdade e renda alta – para evitar distúrbios. Vai ser um importante mecanismo de centralização do poder.
. Avanço liberal (1831-7): Moderados e exaltados se aliam e dão o tom do Avanço liberal. O principal legado deles foi o Ato Adicional de 1834, apesar de este ter sido feito em aliança com os restauradores.
. O ato adicional (1834): Esse ato transformava a Regência trina em una, mas mais do que isso, transformava os conselhos de província – meros órgãos consultivos – em Assembléias provinciais, que tinham uma boa autonomia e amplos poderes. O senado permaneceu vitalício, uma concessão aos restauradores.
. Regresso conservador: O Ato Adicional deu margem para que estourassem uma série de rebeliões no período, o que faz com que parte dos moderados se alie aos restauradores contra o Ato Adicional, formando
o grupo dos regressistas. Os restauradores não exigiam mais a volta de d. Pedro I, visto que este havia
morrido. Um regressista é eleito em 1837 dando início ao Regresso conservador, onde é desfeito o Ato
Adicional e inicia-se uma ampla repressão às revoltas regenciais.
3. As rebeliões regenciais:
. Caráter geral das revoltas: Tratam-se de grandes rebeliões contra a centralização e o absolutismo, contra a carestia, muitas vezes anti-lusitanas, a favor das liberdades individuais e com a questão social presente.
. A primeira leva das rebeliões: Antes do Ato Adicional, houve algumas rebeliões pelo país, nenhuma de grande vulto como as da segunda leva, especificadas a seguir.
. Cabanagem (1833-6): A maior de todas as rebeliões regenciais, ocorrida no Pará e estendida ao Amazonas. A revolta se inicia com a rejeição de um presidente de província indicado. Os cabanos – membros da classe popular na província, moradores de cabanas – tomam o poder da província. Como não tinham um programa claro de poder, entram em conflito interno. Uma tropa é enviada do Rio e os cabanos fogem para o interior, voltando depois a Belém e proclamando província desligada do Império. Um forte exército é mandado à região e finda a revolta com 30 mil mortos.
. Farroupilha (1835-45): Também chamada de Guerra dos Farrapos, foi a mais eficiente revolta regencial, tendo em vista seus objetivos. Ao contrário das outras, foi completamente elitista, feita por proprietários estancieiros e charqueadores do Rio Grande do Sul. Estes reclamavam das nomeações ao presidente da província, da alta taxa de importação do sal, da baixa taxa de importação do charque e das altas taxas cobradas nas passagens. A Assembléia provincial destitui o presidente do Rio Grande, empossando Bento Gonçalves e declarando a república Piratini em 1836. Gonçalves é preso, mas a revolta continua. Em 1839, eles tomam Santa Catarina e declaram-na república independente Juliana. Caxias suprime a revolta em 1845, fazendo ampla anistia e concessões aos revoltosos, como a nomeação dos farroupilhas ao Exército.
. Revolta dos Malês (1835): Uma revolta plenamente diferente das outras, foi uma revolta escrava. Escravos de origem muçulmana forjam um plano de tomar Salvador, como forros denunciam a revolta, ela é dominada em apenas três horas, mas a revolta coloca a população livre da cidade em permanente medo.
. Sabinada (1837-8): A única rebelião urbana, junto com a Malê. Levante da classe média liberal de Salvador contra o governo central. Estes tomam o poder provincial e declararam a independência da Bahia. A elite da cidade foge da cidade e organiza a reação. Com o apoio do Rio de Janeiro, retomam a cidade.
. Balaiada (1838-41): Inicia-se com um conflito entre liberais – chamados bem-te-vis na província – e conservadores – chamados cabanos – na província do Maranhão, embora a revolta tenha se espalhado para o Piauí. Os balaios – membros da classe popular do interior da província – iniciam uma revolta apoiada pelos liberais maranhenses. Caxias é nomeado presidente da província e suprime a revolta dos balaios.
A afirmação do Império
1. Introdução:
No final do período imperial, surge um pacto político que vai dar origem à base política do segundo Império. É a união entre os antigos restauradores e alguns moderadores. Grande parte deles é constituída de fazendeiros de café ou está ligada a estes. São as exportações de café e a força política dos cafeicultores que vai estabilizar econômica e politicamente o Império.
2. A consolidação imperial:
. A Maioridade: Os moderados – agora chamados de liberais – viram-se alijados do poder com o Regresso conservador. Eles tramam, então, um golpe para empossar d. Pedro II mesmo este tendo apenas 15 anos. Eles dão o golpe, conseguindo que todo o primeiro ministério do Segundo Reinado seja constituído por liberais e o país volta a ter imperador, voltando também a ter poder moderador.
. Os partidos políticos do Império: Os dois grupos políticos do final da Regência se organizam em partidos de fato. O partido liberal, mais favorável às autonomias regionais e as liberdades e o partido conservador, mais centralizador, sendo mais ligado ao Imperador ao longo do Segundo Reinado e mais poderoso. Os dois partidos, no entanto, estão assentados essencialmente em grupos sociais similares, ambos são constituídos em sua maioria por proprietários de escravos e de terras. Ambos os partidos são contra o fim da escravidão e contra reformas realmente democratizantes.
. A dinâmica política imperial: Em 1840, logo após o golpe da maioridade e devido ao acirramento das brigas políticas, ocorrem eleições extremamente violentas e fraudulentas, as eleições do cacete. No entanto, corrupção e violência serão marcas da política em todas as eleições do Segundo Reinado. Liberais e conservadores iriam se alternar nos ministérios ao longo do Segundo Reinado.
. O grupo de sustentação do Império, os saquaremas: O partido conservador, ao longo de todo o Império, é mais poderoso do que o partido liberal. Dentro do grupo do partido conservador, há um grupo proeminente que, na verdade, dá o tom da política imperial. São os saquaremas, os conservadores do estado do Rio de Janeiro, ligados à cafeicultura escravista.
. Por trás da estabilidade, o café: Mais importante do que as disputas políticas, para se entender a estabilização política do Império, é preciso entender o que acontece na economia. Desde 1830, o café é o principal produto da pauto de exportações do Brasil, superando o açúcar. E a partir de 1840 e 1850, as exportações aumentarão vertiginosamente, possibilitando ampla arrecadação e amplos superávits na balança comercial. A produção de café se concentrava no Sudeste, mais especificadamente no Vale do Paraíba fluminense – esse o mais importante neste momento –, paulista e mineiro. A produção era feita em grandes fazendas usando basicamente mão-de-obra escrava.
3. A última grande revolta regional:
. A Praieira (1848-50): A Praieira pode ser considerada uma revolta regencial tardia, assim como outras pequenas revoltas provinciais menores que existiram ao longo da década de 1840. Tem caráter autonomista e anti-lusitano. Ocorrida em Pernambuco, é uma reação à centralização monárquica e ao jogo político entre liberais e conservadores. Um grupo do partido liberal da província não aceita a alternância de poder entre conservadores e liberais e forma o partido da praia, composto por uma elite emergente da província. Os praieiros chegam ao poder na província e fazem o mesmo tipo de governo que liberais e conservadores, com nomeação de parentes para o funcionalismo público e licitações fraudadas. Como os conservadores locais – guabirus – impedem que os praieiros sejam eleitos senadores, os praieiros entram em confronto armado com os guabirus. O governo imperial interfere e suprime a revolta.
O auge do Império
1. Introdução:
Em 1850, a Praieira havia sido controlada, as exportações de café batiam recorde, a indústria surgia e a arrecadação aumentava crescentemente. Porém, neste mesmo ano abolia-se finalmente o tráfico de escravos. Era a semente da ruína do Império, já que a base de sustentação deste eram os proprietários escravistas.
2. Características econômicas do auge do Império:
. Estrutura econômica brasileira: Durante a época colonial, a economia brasileira, além de escravista, era eminentemente voltada para a exportação de bens valorizados no mercado europeu. Essas características continuaram essenciais na economia imperial, com as exportações de café – do qual o Brasil se tornou o maior produtor e exportador do mundo no século XIX – e de outros produtos, além do trabalho escravo.
. O rush da borracha: Na segunda metade do século XIX e primeiras décadas do século XX, a borracha produzida na Amazônia se torna um importante produto de exportação. Dominada por empresas estrangeiras, a produção da borracha chegou a ser o segundo item de exportações no início do século XX, com 28% do valor das exportações, sendo o Brasil o maior produtor mundial no período, com 50% do mercado mundial.
. O fim do tráfico (1850): O Brasil se comprometeu várias vezes antes de 1850 a acabar com o tráfico de escravos, mas o Estado nunca se empenhou. A Inglaterra, interessada no alargamento do mercado brasileiro com o fim da escravidão, pressionava insistentemente o Brasil para pôr fim ao tráfico. Em 1845, o Parlamento britânico cria a lei Bill Alberdeen, que permitia aos navios de guerra britânicos a apreensão de navios negreiros brasileiros. Em 1850, aprova-se a apreensão de navios negreiros inclusive em águas territoriais brasileiras, gerando uma série de incidentes, com troca de tiros em portos, furor nacionalista e pedidos de guerra. 400 navios negreiros brasileiros foram capturados pelos ingleses segundo essa lei. Fruto dessa pressão britânica, em 1850, o Congresso brasileiro aprova a lei Eusébio de Queirós, que abole o tráfico de escravos.
. As ferrovias e outras novidades tecnológicas: Diversos empresários e industriais – dentre eles o mais rico e mais conhecido, o visconde de Mauá – interessaram-se pelos capitais dos traficantes de escravos, os homens mais ricos do Brasil. Mauá chega a criar um banco de investimento para atrair esses capitais. De fato, o fim do tráfico fortaleceu mais ainda os investimentos em indústrias e outros empreendimentos que mercaram o auge do Império. São bancos, companhias de navegação a vapor, seguradoras, telégrafos e, principalmente, as ferrovias. A primeira ferrovia foi feita em 1854 e a estrada de ferro Pedro II começou a ser feita em 1855. Muitos desses empreendimentos tinham a presença preponderante de capitais ingleses.
. A lei de Terras (1850): Logo após a abolição do tráfico, foi feita a lei de terras. Essa impedia o acesso de pessoas pobres às terras ao determinar que todas terras devolutas – as terras públicas – seriam adquiridas apenas por meio de compra. Ou melhor, não haveria distribuição de terras públicas.
3. Guerra do Paraguai (1864-1870):
. O Paraguai pré-guerra: Ao contrário do desejo dos grandes comerciantes de Buenos Aires, o vice- reinado do Prata se dividiu em três países: Argentina, Paraguai e Uruguai. O Paraguai vive, desde sua independência em 1811, seguidas ditaduras. Prevalecia um sistema de pequenas e médias propriedades no Paraguai, onde o Estado monopolizava o comércio exterior – baseado em exportações de erva-mate e couro – e tinha controle sobre amplas partes da economia. Para escoar sua produção, o Paraguai tinha que pagar uma taxa à Argentina. Tratava-se de uma potência emergente, que iniciara um processo de industrialização, mandava jovens para estudar no exterior e montava um exército com planos expansionistas sobre o Prata.
. Causas da guerra: O Brasil já intervirá na política interna do Uruguai e Argentina com invasões militares em 1851-2, complicando a política na região. Outra intervenção brasileira no Uruguai em 1864 colocou em perigo a saída do mar para a produção paraguaia. Querendo controlar a saída do rio da Prata, o Paraguai invade o Brasil e a Argentina, objetivando chegar ao Uruguai.
. A guerra: Forma-se contra os paraguaios uma Tríplice Aliança entre Brasil, Argentina e Uruguai que conta com o apoio inglês. O Brasil passa a lutar sozinho em 1866 e para vencer utiliza o exército, a guarda nacional, os voluntários da pátria, os recrutados e escravos com a promessa da alforria com o fim da guerra.
. Consequências da guerra: O ditador Paraguaio Solano Lopez não se rende, o que leva a uma guerra longa e extremamente ruinosa para os paraguaios. 95% da população masculina adulta do país morre na guerra e 40% do território paraguaio é anexado por Argentina e Brasil. Morrem 300 mil na guerra. No Brasil, a guerra tinha custado muito caro, aumentado o poder do exército e levantado a questão da escravidão.
Decadência do Império
1. Introdução:
Existem vários pequenos fatores que explicam a queda do Império, porém há um fator fundamental: o fim da escravidão em 1888. O Brasil foi o último país do mundo a acabar com esta e continuar havendo escravidão no país seria insustentável. Com o fim desta, cai o grupo de apoio do Império, os proprietários.
2. Fatores da decadência imperial:
. Acirramento das disputas políticas: De 1853 a 1868, prevaleceu a conciliação, onde liberais e conservadores se alternavam pacificamente no poder. Isso termina no meio da guerra do Paraguai levando a um novo momento de acirramento das disputas políticas e radicalização dos confrontos.
. O tráfico interno de cativos: Desde 1850 com o fim do tráfico de escravos atlântico, tem início no país um amplo comércio de escravos internamente. Existem fluxos: interprovincial, de áreas mais decadentes como o Nordeste, para áreas mais dinâmicas, claramente o Sudeste; intraprovincial, de áreas menos dinâmicas para mais dinâmicas em uma mesma província; e interclasses: de classes inferiores para classes dominantes.
. Abolicionismo: Aumentam as pressões externas e internas pelo fim da escravidão. No Brasil, surgem diversos grupos abolicionistas com jornais e atos contra a escravidão. Em São Paulo, organizam-se os caifases na década de 1880, são homens livres que organizam fugas escravas. Paralelamente a isso, aumentavam drasticamente as resistências escravas, com várias fugas, suicídios, assassinatos de senhores e formação de quilombos.
. As leis paliativas: Com toda essa pressão, o Congresso aprova em 1871 a Lei do Ventre Livre, que liberta os filhos de escravos. O Norte e o Nordeste, já com pouquíssimos escravos, votam maciçamente a favor e o Rio Grande do Sul e Sudeste votam amplamente contra a lei. Em 1885, aprova-se a Lei dos Sexagenários, que liberta os escravos com mais de 60 anos que eram pouquíssimos, na verdade.
. A imigração: Começa-se a pensar em braços alternativos ao braço escravo. Os proprietários paulistas passam a trazer imigrantes europeus para trabalhar nas lavouras, com o pagamento das viagens feito pela província de São Paulo. Na década de 1880, as viagens passam a ser maciças. Os imigrantes vêm e trabalham em condições péssimas, próximas, na verdade, ao regime escravo.
. O movimento republicano: Em 1870 surge no Rio de Janeiro o partido republicano, que logo ganha força em outros estados. Elementos centrais dentro daquele pensamento republicano eram o federalismo e o positivismo. O republicanismo e o positivismo vão ter grande penetração no Exército.
. A questão militar: O imperador se indispõe com uma série de militares simpatizantes à abolição e ao republicanismo que haviam deixado claro em público essas tendências simpatizantes. Um dos punidos pelo Império por estas tendências é Deodoro da Fonseca, que era presidente da província do Rio Grande do Sul e foi destituído do cargo.
. A questão religiosa: Segundo o regime de padroado, o Império brasileiro pagava os padres como funcionários públicos e interferia diretamente dentro dos assuntos da Igreja no Brasil. D. Pedro II se coloca contra a Igreja quando uma bula papal passa a condenar a maçonaria. Bispos brasileiros, seguindo a ordem do Vaticano, haviam suspendido irmandades com maçons. D. Pedro II prende estes bispos, dando princípio a uma grande crise entre a Igreja e o Estado e com o pedido de bispos de separação entre Estado e Igreja.
. A abolição: Com um afastamento provisório do monarca, sua filha Isabel manda um projeto para o Congresso com o fim imediato da escravidão sem indenizações. É aprovado e tem fim a escravidão no país em 1888. No entanto, a maioria dos escravos brasileiros foi libertada pelas leis paliativas, ou fugiram, ou compraram sua liberdade entre 1850 e 1888. Com a Lei Áurea, apenas 500 mil escravos são libertados. Isso desfaz a base política imperial e vários fazendeiros do Vale do Paraíba viram os ‘republicanos de 14 de maio’.
. A situação dos libertos: O fim da escravidão no Brasil foi feito gradualmente entre 1850 e 1888, constituindo a maior transformação social na história do Brasil. Isso não quer dizer que esses ex-escravos viraram pequenos proprietários ou trabalhadores assalariados. Regimes de trabalho opressivos similares à escravidão prevaleceram no campo, o que fez com que muitos libertos fossem para as cidades. Alguns abolicionistas defendiam uma reforma agrária complementar à abolição que desse terras aos libertos. Não foi adiante no Império nem na República pela obstinada defesa da propriedade pelos parlamentares.


RESUMO FILOSOFIA PARA OS SEGUNDOS A e B 2015

CIÊNCIA: Busca entender e explicar de forma racional e objeiva o mundo ao qual o homem pode intervir. A ciência faz juízo de realidade, já a Filosofia faz juízo de valor. A Ciência (do latim scientia, traduzido por "conhecimento") refere-se a qualquer conhecimento ou prática sistemáticos. Em sentido estrito, ciência refere-se ao sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico bem como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de tais pesquisas.
FILOSOFIA: É entendida como uma ciência universal que procura a razão mais fundamental. Ou Seja, as causas primeira de todas as coisas. Serve-se também do Senso Comum para intuir explicações sobre a realidade, mas com ele não se confunde. Na sua estrutura verbal, é formada pelas palavras gregas: Philo e Sophia, que significam “amor à Sabedoria”.
SENSO COMUM: É o modo de pensar da maioria das pessoas, são noções comumentes admintido pelos indivíduos. Significa o conhecimento adquirido pelo homem a partir de experiências, vivências e observações do mundo.
CONHECIMENTO FILOSÓFICO: Substitui os mitos e as crenças religiosas na tentativa de conhecer e compreender o mundo e os seres que nele habitam.
EPISTEMOLOGIA: É a Filosofia da Ciência, pois trata da natureza, da origem e validade do conhecimento, e estuda também o grau de certeza do conhecimento nas suas diferentes áreas.
CONHECIMENTO NA VISÃO DE ARISTÓTELES: Para ele, o nosso conhecimento vai sendo formado e enriquecido por acúmulo de informações trazidas por todos os graus, de modo que, em lugar de uma réplica entre conhecimento sensível e o intelectual, há uma continuidade entre eles.
CONHECIMENTO NA VISÃO DE GALILEU: Para Ele, o homem deveria com sua razão e inteligência teorizar e construir a interpretação matemática do real e à natureza caberia responder se concordaria ou não pelos modelos sugeridos. Ele conseuiu descrever os fenômenos num contexto teórico, com leis expressas em formulação matemática.
MÉTODO INDUTIVO: É aquele que procede do singular, ou menos geral, para o universal, ou menos geral.
CONHECIMENTO CINETÍFICO: Busca as razões mais fundamentais de todas as coisas e pretende ser objetivo, preciso e seguro.
MARCUSE: Marcuse se preocupava com o desenvolvimento descontrolado da tecnologia, o racionalismo dominante nas sociedades modernas, os movimentos repressivos das liberdades individuais, o aniquilamento da Razão. Ele entende que a tecnologia pode ser uma forma de controle e de dominação social.

METAFÍSICA: A palavra metafísica possui origem grega e significa: meta: depois de, além de e física/physis: natureza ou físico, e trata-se de um ramo da filosofia que se ocupa em estudar a essência do mundo. Pode ser definida como o estudo do ser ou da realidade, e se destina a buscar respostas para perguntas complexas como: O que é realidade? O que é a vida? O que é natural? O que é sobrenatural? O que nos faz essencialmente humanos? Ela também busca explicar que as diferenças entre os seres são acidentais e não substanciais, uma vez que a substância é a estrutura necessária do ser e que as diferenças entre os seres são unicamente acidentais.

REVOLUÇÃO CIENTÍFICA: A Revolução Científica tornou o conhecimento mais estruturado e mais prático, absorvendo o empirismo como mecanismo para se consolidar as constatações. Esse período marcou uma ruptura com as práticas ditas científicas da Idade Média, fase em que a Igreja Católica ditava o conhecimento de acordo com os preceitos religiosos. Ela também acentuou o espírito crítico do homem através do desenvolvimento da ciência experimental.


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

OS VÁRIOS SENTIDOS DA PALAVRA RAZÃO


         Em nossa vida cotidiana usamos a palavra razão em muios sentidos. Dizemos por exemplo, “eu estou com a razão”, ou “ele não tem razão”, para significar que nos sentimos seguros de alguma coisa ou que sabemos com certeza alguma coisa. Também dizemos que, num momento de fúria ou de desespero, “alguém perde a razão”, como se a razão fosse alguma coisa que se pode ter ou não ter, possuir e perder, ou recuperar, como na frase: “agora ela está lúcida, recuperou a razão”.
         Assim, usamos “razão” para nos referirmos a “motivo” ou alguém, e também para nos referirmos a “causas” de alguma coisa, de modo que tanto nós quanto as coisas parecemos dotados de” razão”, mas em sentido diferente.
         Esses poucos exemplos já nos mostram quantos sentidos diferentes a palavra razão possui: certeza, lucidez, motivo, causa. E todos esses sentidos encontram-se presentes na Filosofia.

         Por identificar razão e certeza, a Filosofia afirma que a verdade é racional; por identificar razão e lucidez (não ficar ou não estar louco), a Filosofia chama nossa razão de luz e luz natural; por identificar razão e motivo, por considerar que sempre agimos e falamos movidos por motivo, a Filosofia afirma que somos racionais e que nossa vontadeé racional; por identificar razão e causa e por julgar que a realidade opera de acordo com relações causais,a Filosofia afirma que aq realidade é racional.