REVOLUÇÃO
RUSSA
Rússia Czarista
Os
trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos
impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava
a Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas mãos não
abrindo espaço para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que
desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes
com os governo do czar.
No
ano de 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e repressiva de seu governo. No
conhecido Domingo Sangrento, manda seu exército fuzilar milhares de
manifestantes. Marinheiros do encouraçado Potenkim também foram reprimidos pelo
czar.
Começava
então a formação dos sovietes (organização de trabalhadores russos) sob a
liderança de Lênin. Os bolcheviques começavam a preparar a revolução socialista
na Rússia e a queda da monarquia.
A Rússia na Primeira
Guerra Mundial
Faltava
alimentos na Rússia czarista, empregos para os trabalhadores, salários dignos e
democracia. Mesmo assim, Nicolau II jogou a Rússia numa guerra mundial. Os
gastos com a guerra e os prejuízos fizeram aumentar ainda mais a insatisfação
popular com o czar.
Greves, manifestações e a queda da monarquia
As
greves de trabalhadores urbanos e rurais espalham-se pelo território russo.
Ocorriam muitas vezes motins dentro do próprio exército russo. As manifestações
populares pediam democracia, mais empregos, melhores salários e o fim da
monarquia czarista. Em 1917, o governo de Nicolau II foi retirado do poder e
assumiria Kerenski (menchevique) como governo provisório.
A Revolução Russa de
outubro de 1917
Com
Kerenski no poder pouca coisa havia mudado na Rússia. Os bolcheviques,
liderados por Lênin, organizaram uma nova revolução que ocorreu em outubro de
1917. Prometendo paz, terra, pão, liberdade e trabalho, Lênin assumiu o governo
da Rússia e implantou o socialismo. As terras foram redistribuídas para os
trabalhadores do campo, os bancos foram nacionalizados e as fábricas passaram
para as mãos dos trabalhadores.
Lênin
também retirou seu país da Primeira Guerra Mundial no ano de 1918. Foi
instalado o partido único: o PC (Partido Comunista).
A formação da URSS
Após
a revolução, foi implantada a URSS ( União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas). Seguiu-se um período de grande crescimento econômico,
principalmente após a NEP ( Nova Política Econômica ). A URSS tornou-se uma
grande potência econômica e militar. Mais tarde rivalizaria com os Estados
Unidos na chamada Guerra Fria. Porém, após a revolução a situação da população
geral e dos trabalhadores pouco mudou no que diz respeito à democracia. O
Partido Comunista reprimia qualquer manifestação considerada contrária aos
princípios socialistas. A falta de democracia imperava na URSS.
Os líderes da União Soviética
durante o regime socialista:
- Vladimir Lenin (8 de
novembro de 1917 a 21 de janeiro de 1924)
- Josef Stalin (3 de abril
de 1922 a 5 de março de 1953)
- Nikita Khrushchov (7 de
setembro de 1953 a 14 de outubro de 1964)
- Leonid Brejnev (14 de
outubro de 1964 a 10 de novembro de 1982)
- Iúri Andopov (12 de
novembro de 1982 a 9 de fevereiro de 1984)
- Konstantin Chernenko (13
de fevereiro de 1984 a 10 de março de 1985)
- Mikhail Gorbachev (11 de
março de 1985 a 24 de agosto de 1991)
Marxismo
O
marxismo é um sistema socioeconômico criado pelos filósofos Karl Marx e
Friederich Engels e é descrito em detalhes no trabalho seminal "O
manifesto comunista", publicado em 1848. Esse livro influenciou diversas
revoluções e motins ao longo da Europa conforme as pessoas da classe operária
abraçavam a ideia de que a riqueza deveria ser dividida igualmente com as
massas e não concentrada nas mãos de uma pequena classe governante, como era o
caso do capitalismo naquela época.
Conceitos chave
O
pensamento marxista possui diversos princípios fundamentais: o sistema
capitalista divide as pessoas em duas classes distintas: as que controlam a
riqueza de um país (a burguesia) e aquela que trabalha para elas (o
proletariado); a burguesia enriquece explorando o proletariado; além de manter
o controle econômico, a burguesia também exerce controle ideológico sobre o
proletariado e com isso faz com que os trabalhadores pensem que esse sistema
desigual é natural e normal, o que Marx chamava de "falsa consciência";
segundo essa teoria, os trabalhadores só conquistariam o que é seu por direito
revoltando-se e retirando o poder político e econômico dos ricos para que ele
pudesse ser distribuído igualmente entre todos os cidadãos, resultando em um
novo sistema político que Marx chamou de comunismo.
Marxismo-leninismo
Décadas
após a publicação de "O manifesto comunista", o
filósofo/advogado/revolucionário russo Vladimir Lênin interpretou as teorias de
Marx e Engels para aplicá-las à Rússia, encabeçando a revolução comunista em
1917. Essa foi a primeira revolução comunista bem sucedida, resultando na
fundação da União Soviética. O marxismo-leninismo foi utilizado em outras
revoltas bem sucedidas, incluindo a revolução cubana em 1959. O
marxismo-leninismo (um termo que o próprio Lênin nunca utilizou) divergia da
teoria original de Marx em diversos aspectos importantes.
Conceitos chave
O
marxismo-leninismo difere do marxismo clássico na sua visão de que a classe
trabalhadora só seria livre das correntes do capitalismo se existisse um
partido político que pudesse guiá-la para fora do sistema antigo. Esse partido,
formado pelos trabalhadores, lideraria o proletariado à vitória contra o
capitalismo. Então, formaria um novo governo que comandaria os trabalhadores
através de uma ditadura, com o objetivo de levar a população em direção ao
comunismo completo, como proposto por Marx. Nesse contexto, o
marxismo-leninismo é mais preocupado em adquirir poder político que o marxismo
de Marx e Engels, que é focado no poder ideológico.