quarta-feira, 8 de abril de 2015

REVISÃO 3º ANO HISTÓRIA 1ª UNIDADE 2015

Imperialismo Europeu na África e na Ásia
Imperialismo é uma política de expansão e domínio territorial, cultural e econômico de uma nação sobre outras.
Ideologia do imperialismo (europeu):
Os ideólogos do imperialismo acreditavam que o modelo de civilização europeu era o que oferecia as melhores condições de vida ao homem. Logo, quem estivesse apartado de tal modelo, viveria em uma condição inferior e não tão privilegiada se colocada em contraponto à funcionalidade de várias instituições e costumes de origem europeia. Com isso, a presença europeia na África e na Ásia deixava de ser vista como um injusto processo de invasão.
A aplicação do evolucionismo darwiniano à sociedade: “em cada espécie existe uma permanente concorrência entre seus membros; as plantas e os animais mais aptos transmitem suas características genéticas favoráveis ao maior número de descendentes. Ocorre, desse modo, uma seleção natural das espécies. Por sua vez, o darwinismo social pregava que na luta pela vida só sobreviveriam as raças e as nações mais capazes”. Podemos concluir, segundo essa ideologia, que o colonialismo seria uma missão civilizadora de uma raça superior, branca, representada pelos europeus e norte-americanos.
O imperialismo, na sua forma de expansão territorial, ainda não está inteiramente liquidado, pois alguns territórios, especialmente na África, continuam com o seu status colonial. Também subsiste na sua forma comercial e financeira, quando se usa da coerção e não da concorrência para obter de outros povos privilégios e vantagens de caráter especial.
Imperialismo Europeu:
O vigoroso e extraordinário crescimento da industrialização ocorrido durante a segunda metade do século XIX só foi possível devido às novas invenções técnicas, às grandes pesquisas e descobertas científicas, notadamente no campo da química industrial, e ao desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação. Mais que tudo, porém, teve importância decisiva a grande acumulação de capital que possibilitou as pesquisas técnicas e científicas aplicadas à indústria. Como resultado desse processo, os países industrializados precisavam de novos mercados consumidores, produtores de matéria-prima e investidores.
Expansionismo Norte Americano Big Stick
O Big Stick (em português: "Grande Porrete") foi o slogan usado pelo presidente Theodore Roosevelt para descrever o estilo de diplomacia empregada como corolário da Doutrina Monroe, a qual especificava que os Estados Unidos da América deveriam assumir o papel de polícia internacional no Ocidente. Foi como uma "injeção de economia" nos países da America do Sul.
Ideologia do Big Stick
A ideologia, ou ainda diplomacia ou política do Big Stick (em português, “grande porrete”) é o nome com que frequentemente se faz referência à política externa dos Estados Unidos sob a presidência de Theodore Roosevelt (1901-1909). O termo foi inspirado em um provérbio, originário da África Ocidental, que apregoava: “Fale com suavidade, e carregue um grande porrete, assim irás longe”. Do mesmo modo, Roosevelt atuava mantendo um ar amistoso e cordial nas negociações, e ao mesmo tempo deixava evidente a possibilidade de usar a força para sobrepujar seus opositores e conseguir seu intento. Foi uma continuidade do expansionismo interno, marcado pela Marcha para o Oeste e pela Guerra de Secessão, que implicou nas seguidas intervenções militares norte-americanas que transformaram o Caribe em sua área de influência.
O presidente criaria ainda o Corolário Roosevelt, no qual apoiava a Doutrina Monroe  (marcada pela frase “América para os americanos”) e procurava estendê-la sob um ponto de vista que favorecesse os EUA. Para isso, transformou as Américas em uma esfera de influência exclusivamente norte-americana, sobretudo a área da América Central. Foi no governo de Roosevelt, por exemplo, que entrou em vigor a Emenda Platt, um dispositivo legal adicionado à constituição da recém  independente Cuba, que permitia aos Estados Unidos intervir no país caso seus interesses na ilha se encontrassem ameaçados. Também durante o governo de Roosevelt temos a independência do Panamá, na qual a atuação de bastidores dos norte-americanos foi decisiva. Uma vez independente, o Panamá não tardou em negociar uma vantajosa cessão da área do entorno do Canal do Panamá aos Estados Unidos. A área do Canal permaneceria sob controle norte-americano até 1999.
A doutrina do Big Stick continuou a ser reproduzida de uma maneira ou de outra pelos presidentes seguintes, em um capítulo da história conhecido como Guerras das Bananas. Trata-se de uma série de ocupações militares feitas pelos norte-americanos em vários países do continente, entre 1898 e 1934. Os países afetados são México, Cuba, Panamá, República Dominicana, Honduras, Haiti, Nicarágua, além do território associado de Porto Rico, (anexado durante a Guerra Hispano-Americana de 1898).
Na prática, ainda hoje, a América Latina é uma área sob forte influência dos EUA, em especial as nações da América Central, num claro reflexo das ideias do Big Stick. De fato, é ali que se estrutura a influência norte-americana, sendo irradiada dali para todas as outras regiões do planeta.
O Brasil na Primeira República
O período que vai de 1889 a 1930 é conhecido como a República Velha. Este período da História do Brasil é marcado pelo domínio político das elites agrárias mineiras, paulistas e cariocas. O Brasil firmou-se como um país exportador de café, e a indústria deu um significativo salto. Na área social, várias revoltas e problemas sociais aconteceram nos quatro cantos do território brasileiro.
A República da Espada (1889 a 1894)
Em 15 de novembro de 1889, aconteceu a Proclamação da República, liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi governado por militares. Deodoro da Fonseca tornou-se Chefe do Governo Provisório. Em 1891, renunciou e quem assumiu foi o vice-presidente Floriano Peixoto. O militar Floriano, em seu governo, intensificou a repressão aos que ainda davam apoio à monarquia.
A Constituição de 1891 ( Primeira Constituição Republicana)
Após o início da República havia a necessidade da elaboração de uma nova Constituição, pois a antiga ainda seguia os ideais da monarquia. A constituição de 1891 garantiu alguns avanços políticos, embora apresentasse algumas limitações, pois representava os interesses das elites agrárias do país. A nova constituição implantou o voto universal para os cidadãos ( mulheres, analfabetos, militares de baixa patente ficavam de fora ). A constituição instituiu o presidencialismo e o voto aberto.
República das Oligarquias
O período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao setor agrário. Estes políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes dois partidos controlavam as eleições, mantendo-se no poder de maneira alternada. Contavam com o apoio da elite agrária do país.
Dominando o poder, estes presidentes implementaram políticas que beneficiaram o setor agrário do país, principalmente, os fazendeiros de café do oeste paulista.
Surgiu neste período o tenentismo, que foi um movimento de caráter político-militar, liderado por tenentes, que faziam oposição ao governo oligárquico. Defendiam a moralidade política e mudanças no sistema eleitoral (implantação do voto secreto) e transformações no ensino público do país. A Coluna Prestes e a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana foram dois exemplos do movimento tenentista.
Política do Café-com-Leite
A maioria dos presidentes desta época eram políticos de Minas Gerais e São Paulo. Estes dois estados eram os mais ricos da nação e, por isso, dominavam o cenário político da república. Saídos das elites mineiras e paulistas, os presidentes acabavam favorecendo sempre o setor agrícola, principalmente do café (paulista) e do leite (mineiro). A política do café-com-leite sofreu duras críticas de empresários ligados à indústria, que estava em expansão neste período.
Se por um lado a política do café-com-leite privilegiou e favoreceu o crescimento da agricultura e da pecuária na região Sudeste, por outro, acabou provocando um abandono das outras regiões do país. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam pouca atenção destes políticos e tiveram seus problemas sociais agravados.
Política dos Governadores
Montada no governo do presidente paulista Campos Salles, esta política visava manter no poder as oligarquias. Em suma, era uma troca de favores políticos entre governadores e presidente. O presidente apoiava os candidatos dos partidos governistas nos estados, enquanto estes políticos davam suporte a candidatura presidencial e também durante a época do governo.
O coronelismo
A figura do "coronel" era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, em que o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até mesmo a violência para que os eleitores de seu "curral eleitoral" votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que votasse nos candidatos indicados. O coronel também utilizava outros "recursos" para conseguir seus objetivos políticos, tais como: compra de votos, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e violência.
O Convênio de Taubaté
Essa foi uma fórmula encontrada pelo governo republicano para beneficiar os cafeicultores em momentos de crise. Quando o preço do café abaixava muito, o governo federal comprava o excedente de café e estocava. Esperava-se a alta do preço do café e então os estoques eram liberados. Esta política mantinha o preço do café, principal produto de exportação, sempre em alta e garantia os lucros dos fazendeiros de café.
A crise da República Velha e o Golpe de 1930
Em 1930 ocorreriam eleições para presidência e, de acordo com a política do café-com-leite, era a vez de assumir um político mineiro do PRM. Porém, o Partido Republicano Paulista do presidente Washington Luís indicou um político paulista, Julio Prestes, a sucessão, rompendo com o café-com-leite. Descontente, o PRM junta-se com políticos da Paraíba e do Rio Grande do Sul (forma-se a Aliança Liberal ) para lançar a presidência o gaúcho Getúlio Vargas.
Júlio Prestes sai vencedor nas eleições de abril de 1930, deixando descontes os políticos da Aliança Liberal, que alegam fraudes eleitorais. Liderados por Getúlio Vargas, políticos da Aliança Liberal e militares descontentes, provocam a Revolução de 1930. É o fim da República Velha e início da Era Vargas.
Revolta de Canudos
Ocorreu entre os anos de 1893-1897 na Bahia.
Antônio Conselheiro chegou em 1893 à uma velha fazenda abandonada no sertão baiano e ali liderou a formação de Canudos. Desde os tempos do império ele fazia pregações que atraíam multidões de moradores do sertão nordestino.
Milhares de pessoas se mudaram para Canudos. Buscavam paz e justiça em meio à fome e à seca do sertão.
Comandada por Antônio Conselheiro, a população vivia num sistema comunitário, em que as colheitas, os rebanhos e o fruto do trabalho eram repartidos. Só havia propriedade privada dos bens de uso pessoal. Não havia cobrança de impostos nem autoridade policial. A prostituição e a venda de bebidas alcoólicas eram rigorosamente proibidas.
O povoado de Canudos tinha leis próprias, não obedecendo ao poder público que governava o país. Representava uma alternativa de sociedade para os sertanejos que desejavam fugir da dominação dos grandes coronéis.
Os fazendeiros baianos e a elite política local temiam o crescimento de Canudos e passaram a exigir providências do governo para destruir a comunidade.
Os inimigos da comunidade de Canudos diziam que ali viviam fanáticos, loucos e monarquistas. A história tradicional repetiu essas acusações como se fossem verdades absolutas. Assim, não considerava que um dos principais motivos que uniam os sertanejos de Canudos era a necessidade de fugir da fome e da violência.
A religiosidade foi a forma encontrada pelos sertanejos para traduzir sua revolta e sua vontade de construir uma ordem social diferente.
A destruição de Canudos
Como as tropas dos coronéis locais e do governo estadual baiano não conseguiram esmagar as forças de Canudos, o governo federal entrou na luta. Várias tropas militares enviadas pelo poder central foram derrotadas. Um poderoso exército de 7 mil homens foi organizado pelo próprio ministro da Guerra. Canudos foi completamente destruído em 5 de outubro de 1897; mais de 5 mil casas foram incendiadas pelo exército.
Guerra do Contestado
Ocorreu entre os anos de 1912 a 1916, na fronteira entre Paraná e Santa Catarina, numa região contestada (disputada) pelos dois estados. Nessa área, era grande o número de sertanejos sem-terra e famintos que trabalhavam sob duras condições para os fazendeiros locais e duas empresas norte-americanas que atuavam ali.
Os sertanejos de Contestado começaram a se organizar sob a liderança de um “monge” chamado João Maria. Após sua morte, surgiu em seu lugar um outro “monge”, conhecido como João Maria (Miguel Lucena Boaventura).
Reuniu mais de 20 mil sertanejos e fundou com eles alguns povoados que compunham a chamada “Monarquia Celeste”. A “monarquia” do Contestado tinha um governo próprio e normas igualitárias, não obedecendo às ordens emanadas das autoridades da república.
Os sertanejos do Contestado foram violentamente perseguidos pelos coronéis-fazendeiros e pelos donos das empresas estrangeiras, com o apoio das tropas do governo. O objetivo era destruir a organização comunitária dos sertanejos e expulsá-los das terras que ocupavam.
Em novembro de 1912, o monge Jose Maria foi morto em combate e “santificado” pelos moradores da região. Seus seguidores, criaram novos núcleos que foram, combatidos e destruídos pelas tropas do exercito brasileiro. Os últimos núcleos foram arrasados por tropas de 7 mil homens armados.
Cangaço: Revolta e Violência no Nordeste
Ocorreu entre os anos de 1870 a 1940 (setenta anos), no Nordeste do Brasil.
Para alguns pesquisadores, ele foi uma forma pura e simples de banditismo e criminalidade. Para outros foi uma forma de banditismo social, isto é, uma forma de revolta reconhecida como algo legítimo pelas pessoas que vivem em condições semelhantes.
Motivos para o acontecimento do cangaço:
Miséria, fome, seca e injustiças dos coronéis-fazendeiros produziram no semiárido do Nordeste um cenário favorável à formatação de grupos armados conhecidos como cangaceiros. Os cangaceiros praticavam crimes, assaltavam fazendas e matavam pessoas.
Os dois mais importantes bandos do cangaço foi o de Antônio Silvino e o de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, o “Rei do Cangaço”.
Depois que a polícia massacrou o “bando de Lampião”, em 1938, o cangaço praticamente desapareceu do Nordeste.
Revolta da Vacina
No governo do presidente Rodrigues Alves (1902-1906), o Rio de Janeiro, era uma cidade no qual a população enfrentava graves problemas: pobreza, desemprego, lixo amontoado nas ruas, muitos ratos e mosquitos transmissores de doenças. Milhares de pessoas morriam em consequência de epidemias como febre amarela, peste bubônica e varíola.
Os primeiro governos republicanos queriam transformar o Rio de Janeiro na “capital do progresso”, que mostrasse ao país e ao mundo “o novo tempo” da República. Coube ao presidente Rodrigues Alves a decisão de reformar e modernizar o Rio de Janeiro.
Os cortiços e os casebres dos bairros centrais foram demolidos. A população foi desalojada e passou a morar em barracos nos morros do centro ou em bairros distantes do subúrbio.
Combater as epidemias era um dos principais objetivos do governo; o medico Oswaldo Cruz, diretor da Saúde Pública, convenceu o presidente a decretar a lei da vacinação obrigatória contra a varíola.
A população não foi esclarecida sobre a necessidade da vacina. Diversos setores da sociedade reagiram à vacina obrigatória: havia os que defendiam que a aplicação de injeções em mulheres era imoral, ou que a obrigatoriedade ia contra a liberdade individual. Outros, não compreendiam como uma doença poderia ser evitada com a introdução de seu próprio vírus no corpo.
Revolta da Chibata
Ocorreu no Rio de Janeiro, foram os marinheiros que se revoltaram contra os terríveis castigos físicos a que eram submetidos.
Ficou conhecido como Revolta da Chibata, porque os marinheiros queriam mudanças no Código de Disciplina da Marinha, que punia as faltas graves dos marinheiros com 25 chibatadas. Além dos castigos físicos, os marinheiros reclamavam de má alimentação e dos miseráveis salários que recebiam.
Semana de Arte Moderna
A Semana, realizada entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, foi a explosão de idéias inovadoras que aboliam por completo a perfeição estética tão apreciada no século XIX. Os artistas brasileiros buscavam uma identidade própria e a liberdade de expressão; com este propósito, experimentavam diferentes caminhos sem definir nenhum padrão. Isto culminou com a incompreensão e com a completa insatisfação de todos que foram assistir a este novo movimento. Logo na abertura, Manuel Bandeira, ao recitar seu poema Os sapos, foi desaprovado pela platéia através de muitas vaias e gritos.
         Embora tenha sido alvo de muitas críticas, a Semana de Arte Moderna só foi adquirir sua real importância ao inserir suas idéias ao longo do tempo. O movimento modernista continuou a expandir-se por divulgações através da Revista Antropofágica e da Revista Klaxon, e também pelos seguintes movimentos: Movimento Pau-Brasil, Grupo da Anta, Verde-Amarelismo e pelo Movimento Antropofágico.
         Todo novo movimento artístico é uma ruptura com os padrões utilizados pelo anterior, isto vale para todas as formas de expressões, sejam elas através da pintura, literatura, escultura, poesia, etc. Ocorre que nem sempre o novo é bem aceito, isto foi bastante evidente no caso do Modernismo, que, a principio, chocou por fugir completamente da estética européia tradicional que influenciava os artistas brasileiros.
Tenentismo

Foi o movimento político-militar que, pela luta armada, pretendia conquistar o poder e fazer reformas na República Velha. Era liderado por jovens oficiais das Forças Armadas, principalmente tenentes.
Principais propostas do Tenentismo:
Queriam a moralização da administração pública;
Queriam o fim da corrupção eleitoral;
Reivindicavam o voto secreto e uma justiça Eleitoral confiável;
Defendiam a economia nacional contra a exploração das empresas e do capital estrangeiro;
Desejavam uma reforma na educação pública para que o ensino fosse gratuito e obrigatório para todos os brasileiros.
A maioria das propostas contava com a simpatia de grande parte das classes médias urbanas, dos produtos rurais que não pertenciam ao grupo que estava no poder e de alguns empresários da indústria.
Revolta do Forte de Copacabana
Primeira Revolta Tenentista, iniciou em 05/07/1922.
Foi uma revolta para impedir a posse do presidente Artur Bernardes.
Tropas do governo cercaram o Forte de Copacabana, isolando os rebeldes. Dezessete tenentes e um civil saíram para as ruas num combate corpo-a-corpo com as tropas do governo. Dessa luta suicida, só dois escaparam com vida: os tenentes Eduardo Gomes e Siqueira Campos.
O episódio ficou conhecido como Os Dezoito do Forte.
Movimento Operário
Na primeira década do século XX, o Brasil já tinha um contingente operário com mais de 100 mil trabalhadores, sendo a grande maioria concentrada nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Foi nesse contexto que as reivindicações por melhores salários, jornada de trabalho reduzida e assistência social conviveram com perspectivas políticas mais incisivas que lutavam contra a manutenção da propriedade privada e do chamado “Estado Burguês”.
Entre os anos de 1903 e 1906, greves de menor expressão tomavam conta dos grandes centros industriais. Tecelões, alfaiates, portuários, mineradores, carpinteiros e ferroviários foram os primeiros a demonstrar sua insatisfação. Notando a consolidação desses levantes, o governo promulgou uma lei expulsando os estrangeiros que fossem considerados uma ameaça à ordem e segurança nacional. Essa primeira tentativa de repressão foi imediatamente respondida por uma greve geral que tomou conta de São Paulo, em 1907.
Mediante a intransigência e a morosidade do governo, uma greve de maiores proporções foi organizada em 1917, mais uma vez, em São Paulo. Os trabalhadores dos setores alimentício, gráfico, têxtil e ferroviário foram os maiores atuantes nesse novo movimento. A tensão tomou conta das ruas da cidade e um inevitável confronto com os policiais aconteceu. Durante o embate, a polícia acabou matando um jovem trabalhador que participava das manifestações.
Esse evento somente inflamou os operários a organizarem passeatas maiores pelo centro da cidade. Atuando em outra frente, trabalhadores formaram barricadas que se espalharam pelo bairro do Brás resistindo ao fogo aberto pelas autoridades. No ano seguinte, anarquistas tentaram conduzir um golpe revolucionário frustrado pela intercepção policial. Vale lembrar que toda essa agitação se deu na mesma época em que as notícias sobre a Revolução Russa ganhavam os jornais do mundo.
Passadas todas essas agitações, a ação grevista serviu para a formação de um movimento mais organizado sob os ditames de um partido político. No ano de 1922, inspirado pelo Partido Bolchevique Russo, foi oficializada a fundação do PCB, Partido Comunista Brasileiro. Paralelamente, os sindicatos passaram a se organizar melhor, mobilizando um grande número de trabalhadores pertencentes a um mesmo ramo da economia industrial.
Revoltas de 1924
Dois anos depois da Primeira Revolta ocorreram novas rebeliões tenentistas em regiões como o Rio Grande do Sul e São Paulo.
Depois de ocupar a capital paulista, as tropas tenentistas abandonaram suas posições diante da ofensiva armada do governo.
Com uma numerosa tropa de mil homens, os rebeldes formaram a coluna paulista, que seguiu em direção ao sul do país, ao encontro de outra coluna militar tenentista, liderada pelo capitão Luís Carlos Prestes.
Coluna Prestes
As duas forças tenentistas uniram-se e decidiram percorrer o interior do país, procurando apoio popular para novas revoltas contra o governo. Nascia aí a Coluna Prestes, pois ambas tropas eram lideradas por Prestes.
Durante mais de dois anos (1924 a 1926), a Coluna Prestes percorreu 24 mil quilômetros através de 12 estados. O governo perseguia as tropas da Coluna Prestes que, por meio de manobras militares, conseguia escapar. Em 1926 os homens que permaneciam na Coluna Prestes decidiram ingressar na Bolívia e desfazer a tropa.
A Coluna Prestes não conseguiu provocar revoltas capazes de ameaçar seriamente o governo, mas também não foi derrotada por eles. Isso demonstrava que o poder na República Velha não era tão inatacável.
Primeira Guerra Mundial
       O descontentamento da partilha da Ásia e da África deixaram vários países irritados. Alemanha e Itália haviam ficado de fora do processo neocolonial. França e Inglaterra podiam explorar diversas colônias ricas em matérias-primas e com um grande mercado consumidor. A corrida armamentista fazia com que o clima de apreensão e medo entre os países aumentassem.
       A França havia perdido a região da Alsácia-Lorena para a Alemanha durante a Guerra Franco Prussiana de 1870.
       Houve a formação de alianças: Entente (Inglaterra, França e Rússia) X Aliança (Itália, Alemanha e Império Austro-Húngaro).
       Disputa entre o Pan-Eslavismo (baseava-se na ideia de que os russos deveriam ser líderes e protetores dos Estados eslavos dos Balcãs) X Pangermanisno (preconizava a expansão da Alemanha com a incorporação de todos os povos de origem germânica que habitavam a Europa Central).
       O estopim (começo) foi o assassinato do príncipe do Império Austro-Húngaro Francisco Ferdinando em 28 de junho de 1914.
       Ela ficou conhecida como Guerra de Trincheiras. Também houve o uso de aviões, submarinos e tanques de guerra.
       O fim da guerra ocorreu quando em 1917 houve a entrada dos EUA no conflito ao lado da Tríplice Entente. Os países da aliança foram forçados a assinarem a rendição e também assinaram o Tratado de Versalhes. A Alemanha teve seu exército controlado, devolveu a Alsácia-Lorena para a França além de ter que pagar os prejuízos da guerra dos países vencidos.
A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL (1914/1918)
1. Fatores:
• Aprofundamento das disputas imperialistas: Alemanha X Inglaterra.
• Paz armada: Corrida armamentista – grande desenvolvimento da indústria bélica
Formação de Alianças –  Tríplice aliança (Alemanha, Império austro-húngaro e Itália) X Entente (Inglaterra, França e Rússia).
• Reaparecimento de nacionalismos:
- Alemanha – Pan-germanismo.
- França – Revanchismo.
- Rússia – Pan-eslavismo.
- Sérvia – Grande Sérvia.
• Questão balcânica: interesses -
- Rússia – Saída para o Mediterrâneo (domínio sobre os estreitos de bósforo e dardanelos).
- Império austro-húngaro – Conquista da Bósnia-herzegovina.
- Alemanha – Ferrovia Berlim – Bagdá.
• Causa imediata - Assassinato do Arquiduque Francisco Ferdinando.
2. Desdobramentos:
• Tratado de Versalhes (1919) – revanchismo anti-alemão – ressurgimento do nacionalismo – nazismo – segunda guerra mundial.
• Revolução russa (1917) – surgimento do primeiro Estado socialista da História.
• Declínio do capitalismo europeu.
• Ascensão dos EUA.
REVOLUÇÃO RUSSA
Rússia Czarista
Os trabalhadores rurais viviam em extrema miséria e pobreza, pagando altos impostos para manter a base do sistema czarista de Nicolau II. O czar governava a Rússia de forma absolutista, ou seja, concentrava poderes em suas mãos não abrindo espaço para a democracia. Mesmo os trabalhadores urbanos, que desfrutavam os poucos empregos da fraca indústria russa, viviam descontentes com os governo do czar.
No ano de 1905, Nicolau II mostra a cara violenta e repressiva de seu governo. No conhecido Domingo Sangrento, manda seu exército fuzilar milhares de manifestantes. Marinheiros do encouraçado Potenkim também foram reprimidos pelo czar.
Começava então a formação dos sovietes (organização de trabalhadores russos) sob a liderança de Lênin. Os bolcheviques começavam a preparar a revolução socialista na Rússia e a queda da monarquia.
A Rússia na Primeira Guerra Mundial
Faltavam alimentos na Rússia czarista, empregos para os trabalhadores, salários dignos e democracia. Mesmo assim, Nicolau II jogou a Rússia numa guerra mundial. Os gastos com a guerra e os prejuízos fizeram aumentar ainda mais a insatisfação popular com o czar.
Greves, manifestações e a queda da monarquia
As greves de trabalhadores urbanos e rurais espalham-se pelo território russo. Ocorriam muitas vezes motins dentro do próprio exército russo. As manifestações populares pediam democracia, mais empregos, melhores salários e o fim da monarquia czarista. Em 1917, o governo de Nicolau II foi retirado do poder e assumiria Kerenski (menchevique) como governo provisório.
A Revolução Russa de outubro de 1917
Com Kerenski no poder pouca coisa havia mudado na Rússia. Os bolcheviques, liderados por Lênin, organizaram uma nova revolução que ocorreu em outubro de 1917. Prometendo paz, terra, pão, liberdade e trabalho, Lênin assumiu o governo da Rússia e implantou o socialismo. As terras foram redistribuídas para os trabalhadores do campo, os bancos foram nacionalizados e as fábricas passaram para as mãos dos trabalhadores.
Lênin também retirou seu país da Primeira Guerra Mundial no ano de 1918. Foi instalado o partido único: o PC (Partido Comunista).
A formação da URSS
Após a revolução, foi implantada a URSS ( União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Seguiu-se um período de grande crescimento econômico, principalmente após a NEP ( Nova Política Econômica ). A URSS tornou-se uma grande potência econômica e militar. Mais tarde rivalizaria com os Estados Unidos na chamada Guerra Fria. Porém, após a revolução a situação da população geral e dos trabalhadores pouco mudou no que diz respeito à democracia. O Partido Comunista reprimia qualquer manifestação considerada contrária aos princípios socialistas. A falta de democracia imperava na URSS.
Os líderes da União Soviética durante o regime socialista:
- Vladimir Lenin (8 de novembro de 1917 a 21 de janeiro de 1924)
- Josef Stalin (3 de abril de 1922 a 5 de março de 1953)
- Nikita Khrushchov (7 de setembro de 1953 a 14 de outubro de 1964)
- Leonid Brejnev (14 de outubro de 1964 a 10 de novembro de 1982)
- Iúri Andopov (12 de novembro de 1982 a 9 de fevereiro de 1984)
- Konstantin Chernenko (13 de fevereiro de 1984 a 10 de março de 1985)
- Mikhail Gorbachev (11 de março de 1985 a 24 de agosto de 1991)



REVISÃO 2º ANOS HISTÓRIA 2015

O HOMEM NO CONTINENTE AMERICANO
                Na opinião de muitos historiadores, o surgimento dos seres-humanos deu-se na África. Somente após muitos anos eles se deslocaram para outras regiões do planeta, até chegarem ao continente americano. Existem diversas opiniões sobre a maneira como estes povos chegaram na América, a mais aceita é de que teriam vindo do Norte da Ásia pelo Estreito de Bering, trecho que faz a separação entre Rússia e Estados Unidos (Alaska). Naquela época, o mar encontrava-se mais baixo devido à glaciação, isso fez com que uma passagem de gelo natural fosse formada entre os continentes americano e asiático e por ela os povos antigos passaram a chegaram à América.
Por outro lado, existe a hipótese de que os primeiros povos da América teriam chegado no continente ao atravessar o oceano Pacífico. Eles teriam vindo da Ásia e da Oceania. Calcula-se que os primeiros homens a migrarem para a América teriam feito a travessia há cerca de 20 a 70 mil anos e que utilizaram diversos caminhos. Os homens que chegaram ao Brasil formaram agrupamentos de caçadores, coletores, tinham domínio do fogo e construíam instrumentos de pedra. Provavelmente estariam localizados no Piauí, mas não existem muitas fontes seguras quanto a isso.
PRIMEIROS POVOS AMERÍNDIOS
Antes que os europeus chegassem às terras que denominaram América, diferentes povos com culturas também distintas habitavam este território.
Nas sociedades que praticavam a agricultura, além da caça e da pesca, as tarefas cotidianas distribuíam-se de acordo com o sexo e a faixa etária. As mulheres encarregavam-se das atividades domésticas, da coleta, da agricultura e da produção de cestos e outros artefatos, enquanto os homens se dedicavam à caça, à pesca, à derrubada de árvores e preparação das terras para o cultivo e também à guerra.
·         Povos Nômades, Caçadores e Coletores: Os primeiros americanos se organizavam em grupos bastante reduzidos, que vagavam em busca de caça. A pesca e a coleta de frutas também eram praticadas, mas como atividades complementares da caça.
·         O Início da agricultura na América: As primeiras experiências com a agricultura na América ocorreram nas terras do atual México, na América do Norte, por volta de 7 mil anos atrás. Os primeiros alimentos cultivados foram feijões de diferentes tipos, pimentões, abóboras, tomates e milho. Na América do Sul, as primeiras plantas cultivadas foram a batata, a batata doce e a mandioca.
·         O Sedentarismo: A permanência dos grupos humanos num mesmo território fez com que as comunidades fossem conhecendo melhor as espécies de plantas e animais dos ambientes em que viviam. Esse conhecimento permitiu-lhes aprender quais plantas podiam ser cultivadas e como prepará-las para a alimentação.
Entre os principais povos agricultores da América do Norte estão os Sioux que plantavam principalmente o milho mas dependiam principalmente da caça do bisão e do búfalo. Já na América do Sul os tupis-guaranis podiam ser encontrados desde o litoral norte até o Rio da Prata. Os Tupis dividiam-se em tupinambás, caetés, potiguares e outros. O cultivo da mandioca, da batata-doce, da araruta, do milho e do feijão era a base alimentar dos povos americanos.
Um dos costumes indígenas que horrorizou os europeus foi o ritual antropofágico, praticado entre os tamoios e outros grupos tupis-guaranis como os tupinambás. Não se tratava, porém, de uma evidência de extremo primitivismo: comer a carne de um guerreiro inimigo capturado em combate tinha um significado místico arraigado na cultura das comunidades ameríndias. Entre os tupis, os festins canibais eram desdobramentos das guerras.
O SER HUMANO CHEGA AO BRASIL
                               Os sítios arqueológicos de São Raimundo Nonato, no Piauí e de Lagoa Santa, em Minas Gerais, reúnem os objetos e fósseis mais antigos já descobertos no Brasil.
                               Em São Raimundo Nonato, escavações levaram à descoberta de centenas de artefatos de pedra lascada e pedaços de carvão vegetal. O sítio arqueológico Boqueirão da Pedra Furada, onde ocorreram as descobertas, é um abrigo rochoso cujas paredes estão cobertas por mais de mil figuras rupestres. os vestígios mais antigos de grupos humanos foram encontrados na região do Piauí e as datações sobre suas origens são bastante controvertidas, variando entre 12 mil e 40 mil anos;
                               Figuras rupestres são inscrições em paredes rochosas e em cavernas que datam milhões de anos atrás. Estes são comprovadamente os registros de existência humana em determinado local.
INCAS
Os incas viveram na região da Cordilheira dos Andes (América do Sul ) nos atuais Peru, Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital do império: a cidade sagrada de Cusco. Foram dominados pelos espanhóis em 1532.
A religião tinha como principal deus o Sol (deus Inti). Porém, cultuavam também animais considerados sagrados como o condor e o jaguar. Acreditavam num criador antepassado chamado Viracocha (criador de tudo).
Na arquitetura, desenvolveram várias construções com enormes blocos de pedras encaixadas, como templos, casas e palácios. A cidade de Machu Picchu foi descoberta somente em 1911 e revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. A agricultura era extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços (degraus formados nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam feijão, milho (alimento sagrado) e batata. Construíram canais de irrigação, desviando o curso dos rios para as aldeias. A arte destacou-se pela qualidade dos objetos de ouro, prata, tecidos e joias.
MAIAS
Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de outros povos. As cidades formavam o núcleo político e religioso da civilização e eram governadas por um estado teocrático. O império maia era considerado um representante dos deuses na Terra.
O povo maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras e Península de Yucatán (região sul do atual México). Viveram nestas regiões entre os séculos IV a.C e IX a.C. Entre os séculos IX e X , os toltecas invadiram essas regiões e dominaram a civilização maia.
A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza. Elaboraram um eficiente e complexo  calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do ano.
A base da economia maia era a agricultura, principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas técnicas de irrigação eram muito avançadas. Praticavam o comércio de mercadorias com povos vizinhos e no interior do império. Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço na arquitetura. O artesanato também se destacou: fiação de tecidos uso de tintas em tecidos e roupas.
ASTECAS
O sistema político era uma monarquia, em que o governante máximo era o Chefe dos Guerreiros (Tlacatecuhtli), com poder militar e de política externa. Os povos dominados pelos astecas mantinham certa independência tendo, no entanto, que pagar pesados tributos, estando sempre prontos a revoltar-se. Isso ajuda a entender a relativa facilidade que teve Cortez para conquistar o México.
O Império Asteca se estendia do México à Guatemala e do Atlântico ao Pacífico, reunindo inúmeras tribos vizinhas subjugadas pela violência e obrigadas a pagar tributos, além de sofrerem constantes violências com as chamadas “guerras floridas” usadas pelos astecas para encontrar gente para sacrifícios humanos dedicados a aplacar a ira dos seus deuses.
A religião era politeísta, pois cultuavam diversos deuses da natureza (deus Sol, Lua, Trovão, Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente Emplumada. A escrita era representada por desenhos e símbolos. O calendário maia foi utilizado com modificações pelos astecas. Desenvolveram diversos conceitos matemáticos e de astronomia.
            Os astecas foram grandes arquitetos e escultores, possuíam um sistema de escrita e um sistema numérico vigesimal, contando ainda com um calendário solar de 18 meses de 20 dias complementados com mais 5 dias. Um período de 52 anos completava um ciclo.
COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA ESPANHOLA
A expansão do comércio europeu, a partir do século XV, impeliu várias nações europeias a empreenderem políticas que visassem ampliar o fluxo comercial como forma de fortificar o estado econômico das nascentes monarquias nacionais. Nesse contexto, a Espanha alcança um estrondoso passo ao anunciar a existência de um novo continente à Oeste. Nesse momento, o Novo Mundo desperta a curiosidade e a ambição que concretizaria a colonização dessas novas terras.
Ao chegarem por aqui, os espanhóis se depararam com a existência de grandes civilizações capazes de elaborar complexas instituições políticas e sociais. Muitos dos centros urbanos criados pelos chamados povos pré-colombianos superavam a pretensa sofisticação das “modernas”, “desenvolvidas” e “civilizadas” cidades da Europa. Apesar da descoberta, temos que salientar que a satisfação dos interesses econômicos mercantis era infinitamente maior que o valor daquela experiência cultural.
Um dos mais debatidos processos de dominação da população nativa aconteceu quando o conquistador Hernán Cortéz liderou as ações militares que subjugaram o Império Asteca, então controlado por Montezuma. Em razão da inegável inferioridade numérica, nos questionamos sobre como uma nação de porte tão pequeno como a Espanha foi capaz de impor seu interesse contra aquela numerosa população indígena.
Para explicarmos essa questão, devemos avaliar uma série de fatores inerentes a essa terrível e violenta experiência que marca o passado americano. Primeiramente, frisamos a superioridade bélica dos europeus, que contavam com potentes armas de fogo e atordoavam os nativos que se deparavam com a inédita imagem de homens montados em cavalos. Ao mesmo tempo, o próprio contato com os europeus abriu caminho para a instalação de epidemias que matavam as populações nativas em poucos dias.
Enquanto o confronto e a doença funcionavam como importantes meios de dominação, devemos também dar a devida importância a outra estratégia espanhola. Em alguns casos, os espanhóis instigavam o acirramento das rivalidades entre duas tribos locais. Dessa forma, depois dos nativos se desgastarem em conflitos, a dominação hispânica agia para controlar as tribos em questão.
Depois da conquista, os colonizadores tomaram as devidas providências para assegurar os novos territórios e, no menor espaço de tempo, viabilizar a exploração econômica de suas terras. Sumariamente, a extração de metais preciosos e o desenvolvimento de atividades agroexportadoras nortearam a nova feição da América colonizada. Os astecas e os incas não foram eliminados nem expulsos pelos conquistadores espanhóis devido à existência de ouro e prata nas regiões que eles ocupavam e ao interesse dos colonizadores em explorá-los enquanto mão-de-obra. Para o cumprimento de tamanha tarefa, além de contar com uma complexa rede administrativa, os espanhóis aproveitaram da mão de obra dos indígenas subjugados.
A Sociedade Colonial Espanhola
A grande maioria da população das colônias americanas era composta pelos índios. A população negra escrava, era pequena, e, foi usada como mão de obra, principalmente nas Antilhas.
Quem realmente mandava e explorava a população nativa eram os espanhóis, brancos, que eram a minoria mas, eram os dominadores.
Assim podemos dividir a sociedade na América Espanhola entre brancos (dominadores) e não-brancos (dominados).
Mesmo entre a população branca havia divisões como:
Chapetones - colonos brancos nascidos na Espanha eram privilegiados.
Criollos - brancos nascidos na América e descendentes dos espanhóis. Eram ricos, proprietários de terras mas, não tinham os mesmos privilégios dos Chapetones.
Além disso, a mistura entre brancos e índios criou uma camada de mestiços.
EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INDÍGENA NA AMÉRICA ESPANHOLA
Os exploradores espanhóis, denominados juridicamente adelantados, recebiam direitos vitalícios de construir fortalezas, fundar cidades, evangelizar os índios e deter os poderes jurídico e militar. Isso, sob a condição de garantir para a Coroa o quimo de todo o ouro e prata produzidos e a propriedade do subsolo. Dessa forma, a Espanha procurava assegurar, sem gastos materiais, a ocupação de seus territórios na América, o fortalecimento de sua monarquia e o aumento das riquezas do Estado.
Ciclo da mineração
A partir de meados do século XVI, com a descoberta de minas de ouro no México e de prata no Peru, organizaram-se os núcleos mineradores, que requeriam uma grande quantidade de mão-de-obra. Aproveitando-se da elevada densidade populacional da Confederação Asteca e do Império Inca, os exploradores passaram a recrutar trabalhadores indígenas, já acostumados a pagar tributos a seus chefes, sob a forma de prestação de serviços. Para adequar o trabalho ameríndio, foram criadas duas instituições: a encomienda e a mita.
Encomienda - Sistema de trabalho obrigatório, não remunerado, em que os índios eram confiados a um espanhol, o encomendero, que se comprometia a cristianizá-los. Na prática, esse sistema permitia aos espanhóis escravizarem os nativos, principalmente para a exploração das minas:
Mita - Sistema que impunha o trabalho obrigatório, durante um determinado tempo, a índios escolhidos por sorteio, em suas comunidades. Estes recebiam um salário muito baixo e acabavam comprometidos por dívidas. Além disso, poderiam ser deslocados para longe de seu lugar de origem, segundo os interesses dos conquistadores.
A escravização indígena, pela encomienda e pela mita, garantiu aos espanhóis o necessário suprimento de mão-de-obra para a mineração, porém trouxe para as populações nativas desastrosas consequências. De um lado, a desagregação de suas comunidades, pelo abandono das culturas de subsistência, causou fome generalizada. Do outro, o não cumprimento das determinações legais que regulamentavam o trabalho das minas provocou uma mortalidade em massa, quer pelo excesso de horas de trabalho, quer pelas condições insalubres a que esses indígenas estavam expostos.
Lutas entre espanhóis e astecas em Tenochtitlán, antiga capital do México em 1520, segundo gravura índia. Contra os cavalos, canhões e armas de aço dos espanhóis, os índios tinham fracos escudos de pele ou madeira, pedações de pau e lanças de madeira. Repare no canto direito superior, a representação de uma capela cristã em chamas.
O aniquilamento da população, ao lado do extermínio das culturas agrícolas, que provocou uma escassez de gêneros alimentícios, fez com que os proprietários das minas e os comerciantes investissem seus lucros em áreas complementares de produção, para o atendimento do mercado interno. Foram organizadas as haciendas, áreas produtoras de cereais, e as estâncias, áreas criadoras de gado.
Esse setor complementar resolveu o problema de abastecimento para as elites coloniais. A massa trabalhadora, por seus ganhos irrisórios, ainda não conseguia satisfazer as suas necessidades básicas, sendo obrigada a recorrer a adiantamentos de salários. Todavia, impossibilitados de saldar seus compromissos, os trabalhadores acabavam escravizados por dívidas.
Somente na passagem dos séculos XVIII e XIX, momento em que a Revolução Industrial e o Iluminismo ganhavam forma, observou-se o fim da exploração colonial. Os processos de independência desenvolvidos por todo o continente abriram caminho para a formação de um grande mosaico de nações e Estados que deram fim à colonização. Contudo, os vindouros problemas mostraram que existia um longo caminho a se trilhar em busca da tão sonhada soberania.
Reinos Africanos
Quando os europeus começaram a explorar a costa africana, no século XV, encontraram diferentes povos, com línguas, tradições e costumes distintos. O contato dos europeus com essa diversidade de etnias, por meio da exploração das terras africanas e do escravismo, produziu um intercâmbio cultural que se pode notar em quase todo o planeta, formando assim uma África marcada pela diversidade histórica e étnica. No Brasil podemos reconhecer a África na capoeira, embalada pelo berimbau; a culinária, enriquecida com o vatapá, o caruru e outros quitutes; as influências musicais do batuque e a ginga do samba e dos instrumentos como cuícas, atabaques e agogôs. Estamos ligados ao continente africano de forma indissolúvel.