sexta-feira, 15 de agosto de 2014

REVISÃO PARA A PROGRESSÃO PARCIAL DE HISTÓRIA

O ILUMINISMO - Pensadores e características
O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu durante o século XVIII na Europa, que defendia o uso da razão (luz) contra o antigo regime (trevas)  e pregava maior liberdade econômica e política. Este movimento promoveu mudanças políticas, econômicas e sociais, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. O Iluminismo tinha o apoio da burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham interesses comuns. As críticas do movimento ao Antigo Regime eram em vários aspectos como:
- Mercantilismo.
-Absolutismo monárquico.
- Poder da igreja e as verdades reveladas pela fé.
Com base nos três pontos  acima, podemos afirmar que o Iluminismo defendia:
- A liberdade econômica, ou seja, sem a intervenção do estado na economia.
- O Antropocentrismo, ou seja, o avanço da ciência e da razão.
- O predomínio da burguesia e seus ideais.
As ideias liberais do Iluminismo se disseminaram rapidamente pela população. Alguns reis absolutistas, com medo de perder o governo - ou mesmo a cabeça -, passaram a aceitar algumas ideias iluministas.
Estes reis eram denominados Déspotas Esclarecidos, pois tentavam conciliar o jeito de governar absolutista com as ideias de progresso iluministas.
Alguns representantes do despotismo esclarecido foram: Frederico II, da Prússia; Catarina II, da Rússia; e Marquês de Pombal, de Portugal.
Alguns pensadores ficaram famosos e tiveram destaque por suas obras e ideias neste período. São eles:
John Locke :  é Considerado o “pai do Iluminismo”. Sua principal obra foi “Ensaio sobre o entendimento humano”, aonde Locke defende a razão afirmando que a nossa mente é como uma tábula rasa sem nenhuma ideia.  Defendeu a liberdade dos cidadãos e Condenou o absolutismo.
Voltaire : François Marie Arouet Voltaire destacou-se pelas críticas feitas ao clero católico, à inflexibilidade religiosa e à prepotência dos poderosos.
Montesquieu : Charles de Secondat Montesquieu em sua  obra “O espírito das leis”  defendeu a tripartição de poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. No entanto, Montesquieu não era a favor de um governo burguês. Sua simpatia política inclinava-se para uma monarquia moderada.
Rousseau: Jean-Jacques Rousseau é autor da obra “O contrato social”, na qual afirma que o soberano deveria dirigir o Estado conforme a vontade do povo. Apenas um Estado com bases democráticas teria condições de oferecer igualdade jurídica a todos os cidadãos. Rousseau destacou-se também como defensor da pequena burguesia.

Quesnay : François Quesnay foi o representante oficial da fisiocracia. Os fisiocratas pregavam um capitalismo agrário sem a interferência do Estado.
Adam Smith : Adam Smith foi o principal representante de um conjunto de ideias denominado liberalismo econômico, o qual é composto pelo seguinte:
- o Estado é legitimamente poderoso se for rico;
- para enriquecer, o Estado necessita expandir as atividades econômicas capitalistas;
- para expandir as atividades capitalistas, o Estado deve dar liberdade econômica e política para os grupos particulares.
A principal obra de Smith foi “A riqueza das nações”, na qual ele defende que a economia deveria ser conduzida pelo livre jogo da oferta e da procura.
Revoluções inglesas do século XVII
 MONARQUIAS ABSOLUTISTAS
No século XVII, basicamente, todas as potências europeias viviam sob o regime das monarquias absolutistas. Tais governos se fortaleceram desde os últimos tempos medievais, quando a crise que então assolava a Europa feudal abriu espaço à formação dos Estados Nacionais Modernos. Neste momento, a existência de um governo centralizador foi fundamental ao processo de unificação territorial, jurídica e monetária pelo qual passaram países como Portugal, Espanha, Inglaterra e França.
No entanto, com o passar dos anos, as críticas ao excessivo centralismo político por este Estado absolutista começaram a ganhar força em boa parte do Velho Mundo. A burguesia mostrava-se, então, como o grupo social responsável pelos principais ataques desferidos contra esse tipo de governo, o qual identificava como um poderoso empecilho ao desenvolvimento de práticas econômicas mais liberais e lucrativas.
MONARQUIA INGLESA
Embora as estruturas absolutistas tenham começado a ruir mais visivelmente ao longo do século XVIII, notadamente a partir da difusão dos ideais iluministas, este processo pôde ser percebido na Inglaterra já em meados do século anterior. Após os bem-sucedidos governos de Henrique VIII e Elizabeth I, os reinados de Jaime I (1603 – 1625) e Carlos I (1625 – 1649) foram marcados pelo agravamento das insatisfações sociais, o que acabou por debilitar o poder da Coroa.
O parlamento inglês, que há tempos buscava ampliar sua autonomia frente aos desmandos dos monarcas, mostrou-se ainda mais inconformado com as ações centralizadoras tomadas nesses dois últimos governos. A burguesia, interessada em um sistema econômico mais liberal, colocava-se claramente contrária ao intervencionismo estatal típico das monarquias absolutistas. Por fim, as reações de grupos religiosos perseguidos pelos reis anglicanos contribuíram igualmente para a fragilização do Absolutismo na Inglaterra.
REVOLUÇÃO PURITANA
Nos últimos anos do reinado de Carlos I, a Inglaterra assistiu ao desenrolar de uma violenta guerra civil. Em lados opostos estavam os defensores do monarca, grupos em sua maioria anglicanos, e a maioria dos burgueses e dos membros da gentry (pequena nobreza rural), em geral defensores da religião puritana. Ao lado do parlamento, estes opositores do rei foram liderados por Oliver Cromwell na bem- sucedida Revolução Puritana, processo que determinou a queda da monarquia inglesa.
A República de Cromwell foi caracterizada por uma grande centralização do poder nas mãos de seu líder. A Revolução Puritana havia rompido com o monarquismo, mas não necessariamente com o autoritarismo. E foi utilizando-se desse seu poder que Oliver Cromwell estabeleceu os “Atos de Navegação”, um conjunto de medidas que favoreceram amplamente as relações comerciais feitas pela Inglaterra e, consequentemente, sua burguesia.
REVOLUÇÃO GLORIOSA
Com a morte de Oliver Cromwell e a renúncia de seu filho Ricardo, a monarquia acabou sendo restaurada. Assim, a dinastia Stuart voltava ao governo e Carlos II era coroado, dando início a um reinado extremamente autoritário. Mesmo com a ascensão de Jaime II ao poder, a monarquia inglesa continuava a tender ao absolutismo, o que gerava grande insatisfação nos parlamentares.
Formado basicamente por burgueses e membros da gentry, o parlamento constitui, então, um exército com o objetivo de depor o rei. Ao mesmo tempo, negocia com Guilherme de Orange, genro de Jaime II, sua indicação para o trono real. Em contrapartida, o parlamento exigia que o novo rei jurasse obediência à “Declaração dos Direitos” (Bill of Rights). Sucedia-se, assim, a Revolução Gloriosa, cujo principal desdobramento foi a consolidação da monarquia parlamentar e a deposição do absolutismo inglês.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
         A Revolução Industrial inaugurou uma nova era, caracterizada pela produção em massa e pela expansão da vida urbana.
         A principal característica da Revolução Industrial foi ter inaugurado o Capitalismo Industrial, ou seja, o sistema econômico de produção de mercadorias em grande quantidade.
         A Sociedade dividiu-se em burgueses (classe social dominante no capitalismo, constituída e industriais, banqueiros, comerciantes, empresários agrícolas e donos de empresas de serviços) e proletariado (conjunto de trabalhadores de um país, região, cidade etc ou do mundo inteiro).
         A Revolução Industrial começou na Inglaterra.
ETAPAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
PRODUÇÃO ARTESANAL OU INDÚSTRIA CASEIRA: O artesão era dono das suas ferramentas, trabalhava na sua própria casa e fazia todos os processos de produção.
MANUFATURA: O artesão não era mais o dono dos seus instrumentos e trabalhava em grandes galpões junto com outros artesãos.
INDÚSTRIA MECANIZADA: O artesão passou a ser trabalhador nas indústrias e operar máquinas que substituiu o trabalho humano.
LUDISMO: Foi um movimento onde trabalhadores na Inglaterra quebraram máquinas na tentativa de resgatar os seus empregos.
         Os trabalhadores saíram do campo para a cidade em busca de emprego e encontra uma situação de precária de vida visto que nas cidades havia a ditadura do relógio onde o trabalhador tinha a obrigação de cumprir com até 17 horas de trabalho por dia.

REVOLUÇÃO FRANCESA
         A França de 1780 tinha três representantes da sociedade: o Clero, a Nobreza e o Terceiro Estado (composto de burgueses, artesãos e proletários, no entanto quem sustentava financeiramente estes dois primeiros era a burguesia que fazia parte do Terceiro Estado e que não se conformava com esta condição pois tinha dinheiro e não tinha poder.
         Com o envolvimento da França na independência dos Estados Unidos da América, a crise econômica agravou-se e o Terceiro Estado foi obrigado a pagar mais imposto pois o Clero e a Nobreza não queriam perder seus privilégios. Houve a convocação dos Estados Gerais com a confirmação do aumento do pagamento de impostos para o Terceiro Estado, pois o Clero e a nobreza se uniram contra eles. A burguesia não aceitou e pressionou o rei a fazer a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte forçando a formação de uma monarquia constitucional. A queda da Bastilha em 14/01/1789, foi a maior prova da decadência do Antigo Regime e em agosto do mesmo ano foi abolido o dízimo e todas as obrigações feudais que pesavam sobre os camponeses. Em seguida aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que estabelece a igualdade entre os homens.
         Na Revolução Francesa, foi uma das principais reivindicações do Terceiro Estado  a abolição dos privilégios da nobreza e instauração da igualdade civil.
         A Revolução Francesa representou um marco da história ocidental pelo caráter de ruptura em relação ao Antigo Regime. Dentre as características da crise do Antigo Regime, na França, está a crescente mobilização do Terceiro Estado, liderado pela burguesia contra os privilégios do clero e da nobreza.
         A Revolução Francesa é um marco na história da humanidade por ter produzido rupturas com o Antigo Regime. O fim da servidão e dos privilégios feudais, a declaração dos direitos do homem e do cidadão, o confisco dos bens do clero, a reforma do Exército e da Justiça.
NAPOLEÃO BONAPARTE NO PODER
         Ao assumir o poder com um golpe de Estado, Napoleão Bonaparte prometeu aos franceses transformar a França na maior potência mundial.
         Ele chegou ao poder e era o único homem capaz de recompor o país, aos olhos da burguesia. Jovem General, ele abandonou seu exército em campanha no Egito e foi ovacionado pela população quando chegou na França. No entanto ele tomou o poder num golpe conhecido como 18 Brumário (9 de novembro), no calendário criado pela revolução. A primeira coisa que fez foi dissolver a Assembleia e aprovar uma outra constituição que extinguiu o Diretório.
         Napoleão sagrou-se Imperador da França em 1804.  Instituiu o Bloqueio Continental. Durante o período napoleônico (1799-1815), esta medida teve repercussões importantes nas relações comerciais do Brasil com a Inglaterra em 1806, com o qual Napoleão visava arruinar a indústria e o comércio ingleses.
         A era napoleônica (1799-1815) caracterizou-se como um período de profundas transformações políticas e sociais que consolidaram a hegemonia burguesa na França. A Promulgação do Código Civil dos franceses foi uma delas.
         O Congresso de Viena, de 1815, reuniu representantes dos países europeus com o objetivo de reorganizar o mapa político europeu e promover a paz entre os países beligerantes (ou seja em guerra).
Independência da América Espanhola
A partir do século XVI, a Espanha colonizou várias regiões da América. O sistema de colonização espanhola baseado na exploração dos recursos naturais e minerais das áreas dominadas. Os povos americanos (incas, astecas, maias e outros nativos) foram dominados, perderam suas terras e tiveram que seguir a cultura imposta pelos espanhóis. Estes povos nativos também tiveram que trabalhar de forma forçada para os colonizadores da Espanha.
A administração implantada pela Espanha nas colônias americanas era totalmente controlada pela metrópole e tinha por objetivo principal a obtenção de riquezas. As leis e suas aplicações eram definidas pela coroa espanhola e, portanto, serviam aos seus interesses políticos e econômicos.
No campo econômico o controle da metrópole sobre as colônias americanas era rígido. Os colonos só podiam comprar e vender produtos da Espanha. Esta espécie de pacto colonial era altamente desfavorável aos colonos americanos, pois acabam sempre vendendo a preços baixos e comprando a preços altos, gerando grandes lucros aos espanhóis.
As lutas pela Independência da América Espanhola
Diante da exploração e injustiças adotas pela Espanha na América, a partir do século XVIII começa a brotar um movimento de resistência nas colônias, liderado pelos criollos. Estes eram filhos de espanhóis nascidos na América. Além dos laços culturais que tinham com o continente americano, viam na independência uma forma de obtenção de poder político. Muitos destes criollos eram comerciantes e, através da independência poderiam obter liberdade para seus negócios, aumentando assim seus lucros. Vale lembrar também que muitos criollos estudaram na Europa, onde tomaram contato com os ideais de liberdade propagados pelos iluministas.
No século XVIII, várias revoltas emancipacionistas ocorreram em diversas colônias americanas, lideradas em sua maioria pelos criollos. Porém, todas elas foram reprimidas com força e violência pela Espanha.
O processo de independência e suas principais características:
O processo de independência ganhou força no começo do século XIX, aproveitando a fragilidade política em que se encontrava a Espanha, após a invasão das tropas napoleônicas. As lutas pela independência ocorreram entre os anos de 1810 e 1833.
Vale ressaltar que o grau de insatisfação e revolta da população americana com o domínio espanhol havia atingido o ponto máximo no começo do século XIX. Foi nesta época também que os criollos conseguiram organizar movimentos emancipacionistas em todos os vice-reinos.
Ao contrário do que aconteceu no Brasil, o processo de independência das colônias espanholas foi violento, pois houve resistência militar por parte da Espanha. As guerras de independência geraram milhares de mortes de ambos os lados.
Os movimentos de independência, embora liderados pelos criollos, contou com a participação de negros, mestiços, brancos das camadas mais pobres e até mesmo de indígenas.
As colônias estavam divididas administrativamente em quatro vice-reinos (Nova Granada, Nova Espanha, Rio da Prata e Peru) e quatro capitanias-gerais (Chile, Venezuela, Guatemala e Cuba). Após o processo de independência, estes vice-reinos foram divididos e tornaram-se países. O vice-reino do Rio da Prata, por exemplo, transformou-se, após ser dividido, nos atuais: Paraguai, Argentina, Bolívia e Uruguai.
Enquanto o Brasil seguiu o sistema monárquico após sua independência em 1822, os países que se formaram com a independência das colônias espanholas adoram a República.
Anos da independência dos principais países da América Espanhola:
- México: 1821
- Peru: 1821
- Argentina: 1816
- Paraguai: 1813
- Uruguai: 1815
- Venezuela: 1811
- Bolívia: 1825
- Colômbia: 1811
- Equador: 1811
- Chile: 1818
Principais líderes
Os principais líderes das lutas pela independência nos países da América Espanhola foram Simón Bolivar e San Martín.
- Simón Bolivar: militar e politico venezuelano, foi de fundamental importância nos processos de independência da Colômbia, Bolívia, Equador, Venezuela, Panamá e Peru. Ganhou em 1813, na Venezuela, o título honorífico de Libertador.
- José de San Martín: general argentino, foi decisivo nos processos de independência da Argentina, Chile e Peru.
-Abreu e Lima saiu do Brasil em 1818, após a execução de seu pai o Padre Roma (ex-sacerdote que abandonou a batina para casar-se) em 1817, devido ao envolvimento deste na Revolução Pernambucana. Naqueles tempos, as Ordenações do Reino não limitavam suas punições aos réus de crime de lesa-majestade, mas impunham-nas até a segunda geração. Sendo um jovem militar em início de carreira, a execução do pai nessas condições sepultava-lhe a carreira militar no Brasil.
Consequências:
- Ascenção política dos criollos nas ex-colônias;
- Conquista da liberdade econômica, que favoreceu financeiramente e politicamente a aristocracia;
- Criação de dependência econômica com relação à Inglaterra, maior potência mercantil do século XIX;
- Infelizmente, a independência política não significou a diminuição das desigualdades e injustiças sociais nas ex-colônias espanholas. A pobreza e miséria continuaram como realidade para grande parte da população;
- Instalação do sistema republicano em que, através das eleições, as elites se perpetuavam no poder.