domingo, 5 de maio de 2013

A CRISE DE 1929



Os acontecimentos de 1929 foram definidos como uma crise de superprodução, como explica Leo Huberman: “... a crise que começou a existir com o advento do sistema capitalista,... parece parte e parcela do nosso sistema econômico; é caracterizado não pela escassez, mas pela superabundância. Nela os preços, ao invés de subirem, caem.” (Historia da Riqueza do Homem).
Além da superabundância, o mesmo autor aponta outros sintomas da crise: desemprego, falta de opções para aplicação de capital, queda dos lucros, retração geral da produção industrial e paralisação do comércio.
Muitas das empresas norte-americanas, na década de 1920, haviam crescido graças aos investimentos captados nas bolsas de valores. A ausência de opções para o investimento dos capitais obsoletos determinou uma corrida de investidores as bolsas de valores em busca de ações, o que determinou uma alta geral de preços (Quando uma empresa precisava de capital para expandir seus empreendimentos, colocava à venda ações que garantiam aos seus compradores a participação nos lucros futuros das firmas). No momento em que esses empreendimentos começaram a apresentar prejuízos (Um lote de ações não encontrou compradores), os investidores entraram em pânico. O que aconteceu nos Estados Unidos, em 1929, foi uma corrida dos investidores querendo vender suas ações para evitar a perda do dinheiro investido.
No final do mês de outubro de 1929, a Bolsa de Valores de Nova Iorque não suportou a pressão pelas vendas e foi obrigada a fechar o pregão. Como se diz no Jargão do mercado, “a Bolsa quebrou”. Bilhões de dólares investidos no mercado de ações desapareceram de um dia para o outro. Fortunas construídas através da especulação desmancharam-se no ar como fumaça e milhares de empresas faliram (segundo VICENTINO, 85.000 empresas e 4.000 bancos).
A crise norte-americana repercutiu no mundo todo (DEPENDENTE DOS CAPITAIS NORTE-AMERICANOS), exceto na URSS, que vinha desenvolvendo sua economia sem dependência das finanças externas.
O New Deal (1933-1939)
A crise iniciada em 1929 começou a ser combatida em 1933, quando foi eleito Franklin Delano Roosevelt, que baseou sua campanha eleitoral na promessa de atacar a crise. Sua primeira ação foi quebrar os pressupostos do Liberalismo econômico e promover uma intervenção do Estado na economia através de um plano econômico denominado New Deal. A equipe que montou o plano entendia que o Estado deveria fornecer os meios para que as pessoas voltassem a consumir, reaquecendo, assim, a economia. Dessa forma, o salário-desemprego e a formação de frentes de trabalho subvencionadas pelo governo deixavam de ser considerados gastos e passaram a ser entendidos como investimentos.
As medidas adotadas pelo New Deal, para estimular a economia e debelar a crise foram:
• Criação do salário-desemprego;
• Estimulo a atividades que geravam empregos, mas que não resultavam em produção de bens, como a construção ou reparo de obras publicas;
• Aumento dos salários dos trabalhadores de baixa renda;.
• Controle dos preços dos produtos de primeira necessidade;
• Empréstimos estatais aos produtores agrícolas arruinados.
O New Deal deu resultado e a economia norte-americana conseguiu se recuperar com apenas dez anos. O plano dos economistas contratados por Roosevelt representou o resgate do Capitalismo através da criação de um novo caminho que incluía a intervenção do Estado para evitar crises e abusos econômicos. Essa idéia central estava fundamentada nas teorias do economista John Maynard Keynes e, por isso, foi batizada de Keynesianismo ou neocapitalismo.

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