Os
acontecimentos de 1929 foram definidos como uma crise de superprodução, como
explica Leo Huberman: “... a crise que começou a existir com o advento do
sistema capitalista,... parece parte e parcela do nosso sistema econômico; é
caracterizado não pela escassez, mas pela superabundância. Nela os preços, ao
invés de subirem, caem.” (Historia da Riqueza do Homem).
Além da
superabundância, o mesmo autor aponta outros sintomas da crise: desemprego,
falta de opções para aplicação de capital, queda dos lucros, retração geral da
produção industrial e paralisação do comércio.
Muitas das
empresas norte-americanas, na década de 1920, haviam crescido graças aos
investimentos captados nas bolsas de valores. A ausência de opções para o
investimento dos capitais obsoletos determinou uma corrida de investidores as
bolsas de valores em busca de ações, o que determinou uma alta geral de preços
(Quando uma empresa precisava de capital para expandir seus empreendimentos,
colocava à venda ações que garantiam aos seus compradores a participação nos
lucros futuros das firmas). No momento em que esses empreendimentos começaram a
apresentar prejuízos (Um lote de ações não encontrou compradores), os
investidores entraram em pânico. O que aconteceu nos Estados Unidos, em 1929, foi
uma corrida dos investidores querendo vender suas ações para evitar a perda do
dinheiro investido.
No final do
mês de outubro de 1929, a Bolsa de Valores de Nova Iorque não suportou a
pressão pelas vendas e foi obrigada a fechar o pregão. Como se diz no Jargão do
mercado, “a Bolsa quebrou”. Bilhões de dólares investidos no mercado de ações
desapareceram de um dia para o outro. Fortunas construídas através da
especulação desmancharam-se no ar como fumaça e milhares de empresas faliram
(segundo VICENTINO, 85.000 empresas e 4.000 bancos).
A crise
norte-americana repercutiu no mundo todo (DEPENDENTE DOS CAPITAIS
NORTE-AMERICANOS), exceto na URSS, que vinha desenvolvendo sua economia sem
dependência das finanças externas.
O New Deal (1933-1939)
A crise
iniciada em 1929 começou a ser combatida em 1933, quando foi eleito Franklin
Delano Roosevelt, que baseou sua campanha eleitoral na promessa de atacar a
crise. Sua primeira ação foi quebrar os pressupostos do Liberalismo econômico e
promover uma intervenção do Estado na economia através de um plano econômico
denominado New Deal. A equipe que montou o plano entendia que o Estado deveria
fornecer os meios para que as pessoas voltassem a consumir, reaquecendo, assim,
a economia. Dessa forma, o salário-desemprego e a formação de frentes de
trabalho subvencionadas pelo governo deixavam de ser considerados gastos e
passaram a ser entendidos como investimentos.
As medidas
adotadas pelo New Deal, para estimular a economia e debelar a crise foram:
• Criação do salário-desemprego;
• Estimulo a atividades que
geravam empregos, mas que não resultavam em produção de bens, como a construção
ou reparo de obras publicas;
• Aumento dos salários dos
trabalhadores de baixa renda;.
• Controle dos preços dos
produtos de primeira necessidade;
• Empréstimos estatais aos
produtores agrícolas arruinados.
O New Deal deu
resultado e a economia norte-americana conseguiu se recuperar com apenas dez
anos. O plano dos economistas contratados por Roosevelt representou o resgate
do Capitalismo através da criação de um novo caminho que incluía a intervenção
do Estado para evitar crises e abusos econômicos. Essa idéia central estava
fundamentada nas teorias do economista John Maynard Keynes e, por isso, foi
batizada de Keynesianismo ou neocapitalismo.
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