O que é Cultura
A palavra cultura abrange várias formas artísticas, mas define tudo
aquilo que é produzido a partir da inteligência humana. Ela está presente desde
os povos primitivos em seus costumes, sistemas, leis, religião, em suas artes,
ciências, crenças, mitos, valores morais e em tudo aquilo que compromete o
sentir, o pensar e o agir das pessoas.
Cultura significa todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a
arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões
adquiridos pelo ser humano não somente em família, como também por fazer parte
de uma sociedade da qual é membro.
Cada país tem a sua própria cultura, que é influenciada por vários
fatores. A cultura brasileira é marcada pela boa disposição e alegria, e isso
se reflete também na música, no caso do samba, que também faz parte da cultura
brasileira.
No caso da cultura portuguesa, o fado é o patrimônio musical mais
famoso, que reflete uma característica do povo português: o saudosismo.
CULTURA DE MASSAS
A cultura de massa é aquela considerada, por uma maioria, sem valor
cultural real. Ela é veiculada nos meios de comunicação de massa e é apreciada
por ela. É preciso entender que massa não é uma definição de classe social, e
sim uma forma de se referir a maioria da população. Essa cultura é produto da
indústria cultural. Há uma tendência na sociedade moderna capitalista de
transformar tudo em mercadoria, fazendo com que o critério estético das pessoas
passe a ser o mesmo das coisas. Esse critério funda-se na exterioridade e na
lógica do mercado.
É uma forma de cultura produzida
industrialmente, e tem por objetivo a lucratividade das corporações de mídia
que nela investem grande capital em máquinas e infraestrutura fabril. Utiliza
tecnologia de ponta, destina-se a um grande público anônimo e impessoal e é
distribuída através do mercado e depende de patrocinadores.
INDÚSTRIA CULTURAL
A indústria cultural produz conteúdo para ser consumido, não se prende a
técnicas. É produto do capitalismo e feita para ser comercializada. Theodoro W.
Adorno, filósofo alemão da Escola de Frankfurt, é defensor da ideia de que a
cultura de massa é imposta pelos meios de comunicação de massa à população, que
apenas absorve aquilo. A indústria Cultural é responsável por criar no indivíduo
necessidades que ele não tinha e transformar a cultura em mercadoria. A
indústria cultural produz bens culturais como mercadorias. A indústria cultural
cria a ilusão de felicidade no presente e elimina a dimensão crítica. A
indústria cultural ocupa o espaço de lazer do trabalhador sem lhe dar tempo
para pensar sobre as condições de exploração em que vive.
“A indústria cultural, com suas
vantagens e desvantagens, pode ser caracterizada pela transformação da cultura
em mercadoria, com produção em série e de baixo custo, para que todos possam
ter acesso. É uma indústria como qualquer outra, que deseja o lucro e que
trabalha para conquistar o seu cliente, vendendo imagens, seduzindo o seu
público a ter necessidades que antes não tinham” A indústria Cultural é
responsável por criar no indivíduo necessidades que ele não tinha e transformar
a cultura em mercadoria.
CULTURA ERUDITA
Já a cultura erudita é aquela considerada superior, normalmente
apreciada por um público com maior acúmulo de capital e seu acesso é restrito a
quem possui o necessário para usufruir dela. A cultura erudita está muitas
vezes ligada a museus e obras de arte, óperas e espetáculos de teatro com
preços elevados. Existem projetos que levam esse tipo de cultura até as massas,
colocando a preços baixos, ou de forma gratuita, concertos de música clássica e
projetos culturais.
Como o acesso a esse tipo de cultura fica restrito a um grupo pequeno,
ela fica ligada ao poder econômico e é considerada superior. Essa consideração
pode acabar tornando-se preconceituosa e desmerecendo as outras formas de
cultura. O erudito é tudo aquilo que demanda estudo muito estudo, mas não se
deve pensar que uma expressão cultural popular como o hip-hop, por exemplo, é
pior que uma música clássica. Os produtores da cultura erudita fazem parte de
uma elite política, econômica e cultural. Ela é transmitida, legitimada e
confirmada por diversas instituições sociais.
CULTURA POPULAR
A cultura popular é qualquer estilo musical e de dança, crença,
literatura, costumes, artesanatos e outras formas de expressão que é
transmitida por um povo, por gerações e geralmente de forma oral. Como por
exemplo, a literatura de cordel dos nordestinos, ou a culinária do povo baiano,
são algumas das formas de cultura popular que resiste ao tempo.
Essa cultura não é produzida após muitos estudos, mas é aprendida de
forma simples, em casa, com a convivência da pessoa nesse meio. Ela está ligada
à tradição e não é ensinada nas escolas. A cultura popular é muito
contemporânea, pois ela resiste ao tempo e raramente se modifica.
Essa cultura vem do
povo, não é imposta por uma indústria cultural ou por uma elite. Por exemplo, o
carnaval é uma festa da cultura popular brasileira, o frevo é uma cultura
brasileira, mas é muito mais expressiva no norte do país. Ela representa a
diferença de cada povo, desde o micro até o macro.
GLOBALIZAÇÃO CULTURAL
O processo de globalização permitiu a rápida conexão entre as diferentes
localidades do planeta, mesmo as mais distantes entre si. De certo modo, isso interferiu
e dinamizou também a proliferação das tradições e tendências cotidianas dos
diferentes lugares, naquilo que ficou conhecido como globalização cultural. Nesse
sentido, é possível perceber, mesmo em nosso cotidiano, o quanto as culturas
passaram a se mesclar internacionalmente e, ao mesmo tempo, preservarem-se e
reproduzirem-se localmente.
Um exemplo claro é a assimilação de valores morais e culturais europeus
e norte-americanos em nossa sociedade, que nos influenciam desde os tempos
coloniais e persistem ainda nos dias atuais por meio dos meios de comunicação.
Aspectos culturais de outros países também podem ser vistos de maneira atuante
em nossa sociedade, a exemplo dos animes (desenhos japoneses característicos) e
outros.
Embora a globalização da cultura tenha contribuído para essa hegemonia,
muitos valores regionais mantiveram-se, ao passo que outros se reinventaram.
Alguns, mesmo considerados oprimidos ou violentados pelo processo de dominação
política, colonial e imperialista, mantiveram-se em um processo de resistência
e até conseguiram reproduzir-se em outros territórios. Um exemplo disso é a
existência de hábitos, princípios e até padrões culinários e religiosos de
origem africana no Brasil, fruto da diáspora dos povos de várias etnias desse continente
para o país. A globalização lida com mentalidades, hábitos, estilos de
comportamento, usos e costumes e com modos de vida. Lida com a massificação e a
homogeneização cultural.
A CONDIÇÃO HUMANA
Ao começar sua obra, “A condição humana”, Hannah Arendt alerta: condição
humana não é a mesma coisa que natureza humana. A condição humana diz respeito
às formas de vida que o homem impõe a si mesmo para sobreviver. São condições
que tendem a suprir a existência do homem. As condições variam de acordo com o
lugar e o momento histórico do qual o homem é parte. Nesse sentido todos os
homens são condicionados, até mesmo aqueles que condicionam o comportamento de
outros se tornam condicionados pelo próprio movimento de condicionar. Sendo
assim, somos condicionados por duas maneiras:
Pelos nossos próprios
atos, aquilo que pensamos nossos sentimentos, em suma os aspectos internos do
condicionamento.
Pelo contexto
histórico que vivemos a cultura, os amigos, a família; são os elementos
externos do condicionamento.
Hannah Arendt
organiza, sistematiza a condição humana em três aspectos:
Labor
Trabalho
Ação
O “labor” é processo
biológico necessário para a sobrevivência do indivíduo e da espécie humana. O “trabalho” é atividade de transformar
coisas naturais em coisas artificias, por exemplo, retiramos madeira da árvore
para construir casas, camas, armários, objetos em geral. É pertinente dizer,-
ainda que sedo-, para a autora, o trabalho não é intrínseco, constitutivo, da
espécie humana, em outras palavras, o trabalho não é a essência do homem. O
trabalho é uma atividade que o homem impôs à sua própria espécie, ou seja, é o
resultado de um processo cultural. O trabalho não é ontológico como imaginado
por Marx. Por último a “ação”. A
ação é a necessidade do homem em viver entre
seus semelhantes, sua natureza é eminentemente social. O homem quando
nasce precisa de cuidados, precisa aprender e apreender, para sobreviver.
Qualquer criança recém-nascida abandonada no mato morrerá em questão de horas.
Por isso dizemos que assim como outros animais o homem é um animal doméstico,
porque precisa aprender e apreender para sobreviver. A mesma coisa não acontece
com aqueles animais que ao nascer já conseguem sobreviver por conta própria,
sem ajuda. A qualidade da ação supõe seu caráter social ou como escreve Hannah,
sua pluralidade.
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