REVISÃO DE FILOSOFIA SEGUNDA UNIDADE TERCEIROS ANOS
2016
ÉTICA E MORAL
No contexto filosófico, ética e
moral possuem diferentes significados. A ética está associada ao estudo fundamentado
dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade, enquanto a
moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada
sociedade.
Os termos possuem origem etimológica
distinta. A palavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou
“caráter”. Já a palavra “moral” tem origem no termo latino “morales” que
significa “relativo aos costumes”.
Ética é um conjunto de conhecimentos
extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras
morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão
sobre a moral.
Moral é o conjunto de regras
aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras
orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o
que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau.
No sentido prático, a finalidade da
ética e da moral é muito semelhante. São ambas responsáveis por construir as
bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e
virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade.
Na Ética do discurso de Jürgen Habermas Uma norma só poderá ser considerada
correta se todos os envolvidos estiverem de acordo em dar-lhe o seu
consentimento.
CONDUTA ÉTICA: Consciência
da diferença entre atitudes boas e más, segundo a avaliação das consequências
para si e para os outros e responsabilidade para assumir tais conseqüências.
HANS JONAS E A RESPONSABILIDADE
É conhecido principalmente devido à
sua influente obra O Princípio da Responsabilidade (publicada em alemão em
1979, e em inglês em 1984). Seu trabalho concentra-se nos problemas éticos
sociais criados pela tecnologia. Jonas quer sustentar que a sobrevivência
humana depende de nossos esforços para cuidar de nosso planeta e seu futuro.
Formulou um novo e característico princípio moral supremo: "Atuar de forma
que os efeitos de suas ações sejam compatíveis com a permanência de uma vida
humana genuína".
Embora tenha-se atribuído a "O
Princípio da Responsabilidade" o papel de catalisador do movimento
ambiental na Alemanha, sua obra "O Fenômeno da Vida" (1966) forma a
espinha dorsal de uma escola de bioética nos Estados Unidos. Leon Kass
referiu-se ao trabalho de Jonas como uma de suas principais inspirações.
Profundamente influenciado por Heidegger, "O Fenômeno da Vida" tenta
sintetizar a filosofia da matéria com a filosofia da mente, produzindo um rico
entendimento da biologia, em busca de uma natureza humana material e moral.
A biologia filosófica de Hans Jonas
tenta proporcionar uma concepção una do homem, reconciliada com a ciência
biológica contemporânea.
Também escreveu abundantemente sobre
Gnosticismo, pelo que é igualmente conhecido, interpretando a religião como um
ponto de vista existencial filosófico. Jonas foi o primeiro autor a escrever
uma história detalhada do antigo gnosticismo. Além disso, foi um dos primeiros
autores a relacioná-lo com questões éticas nas ciências naturais.[1] A
filosofia de Jonas se viu influenciada pela filosofia de Alfred North
Whitehead.
OS
FILÓSOFOS E O AMOR
Conforme Platão (427 a.C. - 347 a.C.), o amor é a busca da beleza. Embora
tenha início da realidade física, deve alcançar a sua forma universal, não
permanecendo prisioneiro da matéria. É lugarcomum confundir o amor platônico
com o amor não correspondido ou desprovido de interesse sexual. Na realidade, o
filósofo não exclui o amor carnal, porém o vê como um primeiro degrau que pode
levar a outros mais elevados.
No
pensamento de Santo Agostinho (o amor é tudo) o amor é o nexo que une as Pessoas
divinas. Somente o amor é capaz de explicar a vida da alma e a sua
possibilidade de se elevar ao conhecimento unitivo de Deus. Segundo Boaventura
de Bagnoregio (o amor é a verdadeira sabedoria), a força que dá ao ser humano a
capacidade de elevar-se a Deus é o amor. Muitos mais que o esforço intelectual,
é o amor que torna possível uma verdadeira aproximação a Deus.
O pensamento de Arthur Schopenhauer (o amor desejo e o
amor compaixão) é marcado por um profundo pessimismo, baseado na convicção de
que o único motor de toda a realidade é uma vontade cega, absurda e irracional
de viver que impulsiona todo o universo e cada ser vivo a desejar algo que, tão
logo é obtido, torna-se motivo de insatisfação. Assim o amor é poderoso e sabe
enganar o ser humano, consegue iludi-lo, prometendo-lhe uma felicidade que
jamais poderá se realizar.
Empédocles deve ter percebido que amor e ódio aproximam e afastam
os seres humanos e por isso elevou-os à categoria de forças antagônicas
cósmicas capazes de realizar o processo de atração e repulsão. Para nosso
filósofo, os opostos não se atraem, mas pelo contrário, o semelhante atrai o
semelhante e o dessemelhante repulsa o dessemelhante. E esse movimento é
considerado eterno, um ciclo constante no qual quando prevalece a harmonia é
porque o Amor está atuando. Quando é a desarmonia ou desequilíbrio que
prevalece (seja na política, na saúde, no emocional etc.) é porque o Ódio está
atuando.
A AMIZADE NA VISÃO DE ARISTÓTELES
Apesar de Platão ter escrito em um
de seus diálogos sobre a amizade (no Lísias) quem mais se destacou foi seu
discípulo Aristóteles. No livro Ética a Nicômaco, Aristóteles dedica os livros
IX e X para falar sobre o tema. No entender do filósofo "a amizade uma
virtude ou está conectada com a virtude, além de ser algo extremamente necessário
para a vida. De fato, ninguém gostaria de viver sem amigos, mesmo que ele
possuísse todos os outros bens".
No entendimento de Aristóteles,
conhecemos três formas de amizade ao longo de nossa vida. Seriam elas; 1ª
Agradável, 2ª Útil e 3ª Perfeita.
Quando somos jovens temos tendência
a procurar uma amizade que nos dê prazer - agradável: “o mesmo se pode dizer a
respeito dos que amam por causa do prazer; não é por causa do caráter que os
homens amam as pessoas espirituosas, mas porque as consideram agradáveis”. Na
velhice procuramos por utilidade - útil: "aqueles que fundamentam sua
amizade no interesse, amam-se por causa de sua utilidade, por causa de algum
bem que recebem um do outro, mas não amam um ao outro por si mesmos”. E a
amizade considerada perfeita por Aristóteles seria : "aquela que existe
entre os homens que são bons e semelhantes na virtude, pois tais pessoas
desejam o bem um no outro de modo idêntico, e são bons em si mesmos[...]aqueles
que desejam o bom aos seus amigos por eles mesmos são amigos no sentido mais
próprio, porque o fazem em razão de sua natureza e não por acidente”.
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