FILOSOFIA ANTIGA
A Filosofia Antiga refere-se a um
grupo diversificado e que se localiza desde o século VI a.c. na Jônia até os
primeiros tempos da era cristã. Pela dimensão temporal podemos localizar
temáticas díspares que são sistematizadas neste mesmo grupo. Entre estes grupos
estão:
- os pré-socráticos ou físicos: os filósofos, desde Tales de Mileto,
que se localizam antes de Sócrates e se interrogavam sobre a physis (natureza),
daí o nome físicos. A preocupação deles sobre o princípio (a arché) da
natureza, da ordem do mundo fez com que estabelecessem as primeiras elaborações
à procura de um princípio lógico que explicasse a própria natureza.
- A Filosofia Socrática. Sócrates: é a figura central da Filosofia
grega. Embora nunca tenha escrito nada foi a partir dele que as questões
humanas superaram as preocupações sobre o princípio ordenador da natureza.
Sócrates é uma figura emblemática por ter legado à Filosofia a figura do homem
questionador, que procura conhecer, interrogando as pessoas que julgava sábias.
Ele dialogava e interrogava as pessoas à exaustão, através da ironia e da
maiêutica, as partes constitutivas do seu método dialético: inquiria para que
as pessoas pudessem "dar a luz às idéias". Incorporou o lema de um
oráculo ("Conhece-te a ti mesmo") como parte de sua tarefa e foi
condenado à morte.
A Filosofia sistemática. Platão e Aristóteles são os dois principais
nomes deste período: Platão foi discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles.
Ele foi o primeiro a sistematizar uma obra filosófica em que expressa uma
determinada concepção de mundo. Sua obra é marca da pela questão do
conhecimento e a associação com a atividade política. A Filosofia é filha da
cidade (pólis) e ao mesmo tempo está à sua margem, por isso, os diálogos
platônicos expõem os temas de um debate articulado, através da argumentação, e
do impulso que desperta o pensamento e o conhecimento autêntico (epistéme) que
ultrapasse as aparências (doxa).
Aristóteles apresentou diferenças
substantivas em relação a Platão. Sua obra apresenta, em seu próprio modo de
escrever e na escolha dos temas, uma organização que expressa o objeto e os
modelos de investigação que propõe. Obras como "Metafísica",
"Física", "Política", "Organon",
"Poética", "Ética" identificam percursos e temas de um
trabalho de demonstração argumentativa em que o logos é sistematizado.
- Filosofias do helenismo: é o período de expansão da Filosofia a
partir do domínio exercido pelos macedônios e depois pelos romanos. A Filosofia
deixa de ser centrada no mundo grego e ultrapassa as antigas fronteiras da
ética. Nesse período podemos identificar algumas correntes como o estoicismo, o
epicurismo, o ceticismo, o neoplatonismo.
Filosofia Patrística (século I ao VII): a filosofia desenvolvida nessa época teve como objetivo
consolidar o papel da igreja e propagar os ideais do cristianismo. Baseadas nas
Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São João, a escola patrística advogou a
favor da igreja e propagou diversos conceitos cristãos como o pecado original,
a criação do mundo por Deus, ressureição de juízo final.
Filosofia da Escolástica e /ou Medieval (séc. IX ao séc. XV): nesse
período ocorreu uma retomada de muitos princípios filosóficos gregos. A grande
preocupação da igreja era aliar a razão e a ciência aos ideais da igreja
católica. Nesse contexto, surgiu a teologia que foi uma ciência que buscava
explicar racionalmente a existência de Deus, da alma, do céu e inferno e as
relações entre homem, razão e fé. Abrange
pensadores europeus, árabes e judeus. É o período em que a Igreja Romana
dominava a Europa, ungia e coroava reis, organizava Cruzadas à Terra Santa e
criava, à volta das catedrais as primeiras universidades ou escolas.
FILOSOFIA MODERNA: A Filosofia do período moderno tem uma
pulverização de temas e abordagens. O humanismo, desde o século XIV, propunha a
revalorização dos textos da Antiguidade e a defesa de uma nova ordem política,
na qual a ação seria um elemento fundamental. Esta redescoberta dos textos da
Antiguidade representou uma nova perspectiva não apenas política, mas também
metodológica, que permitiu uma nova leitura do texto, superando os debates da
escolástica medieval.
Empirismo: Doutrina segundo a qual todo conhecimento provém
unicamente da experiência, limitando-se ao que pode ser captado do mundo
externo, pelos sentidos, ou do mundo subjetivo, pela introspecção, sendo
descartadas as verdades reveladas e transcendentes do misticismo, ou
apriorísticas e inatas do racionalismo. Onde os preceitos da razão exigem
confirmações e podem ser desmentidos.
Com este despertar a teoria
política e científica ganhou novos ares e as transformações pelas quais passava
o continente europeu entre os séculos XV-XVIII foi marcada por um movimento de
novas elaborações filosóficas: Maquiavel, Montaigne, Erasmo, More, Galileu,
Descartes e Locke são alguns nomes que marcaram a Filosofia do período.
As perguntas sobre os fundamentos
da realidade eram revestidos de questionamentos sobre o que é o conhecer e o
papel do que se passou a chamar de "sujeito moderno". Do
"cogito" cartesiano aos princípios da experiência, passando pelas
novas invenções, temos um panorama de algumas das questões de fundo naquele
momento.
FILOSOFIA ILUMINISTA: Ao longo de todo o século XVIII
desenvolveu-se a escola Iluminista com suas críticas ao mundo do Antigo Regime.
Montesquieu, Voltaire, Rousseau, Diderot e outros elaboraram propostas que,
muitas vezes, foram invocadas pelos revolucionários das 13 colônias inglesas ou
da França. Os pensadores que
defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado
adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles,
bloqueavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar
respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé. O
apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, e, este, passou a ser conhecido
como o Século das Luzes.
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA: Um filósofo do século XVIII (Hume) e outro
da transição do XVIII para o XIX (Kant) estabelecem a grande crítica à
metafísica que marca o início da Filosofia Contemporânea. O idealismo kantiano
marcaria muitas formas de expressão da Filosofia contemporânea.
Porém, a partir do XIX é quase
impossível estabelecer uma unidade efetiva para o pensamento filosófico. O
pensamento hegeliano é duramente atacado pela obra de Karl Marx e Friedrich
Engels. A idéia de que a Filosofia deveria transformar o mundo e não apenas
interpretá-lo encontrava poderoso eco na obra da dupla Marx/Engels onde aclasse
social está representada na posição que os indivíduos ocupam nas
relações de produção. Foi neste período também que a Revolução Industrial transformou
a sociedade pois os trabalhadores, destituídos dos meios de
produção, passaram a sobreviver da venda da sua força de trabalho. Ao mesmo tempo, o pensamento mais
conservador de sistematização do conhecimento surgia dos escritos de
Augusto Comte e seu Positivismo, defendendo suas leis sociais e a necessidade
da ordem para o progresso.
No XIX estão as origens do
pensamento Existencialista que teria muita força no século seguinte. É
impossível entender os fundamentos da obra de Jean-Paul Sartre se não se levar
em conta os escritos anteriores de Kierkegaard. A liberdade humana, o papel da
angústia, a liberdade e uma "existência que precede uma essência"
estiveram presentes em pensamentos existencialistas no século XX.
Também no final do século XIX todo
o sistema racional filosófico sofre duras críticas de Nietzsche e sua forma
original de escrever Filosofia.
Além do já citado
Existencialismo, o século XX é acompanhado pelo desenvolvimento da Escola de
Frankfurt, que a partir do período entre guerras projetou os nomes de filósofos
como Max Horkheimer, Theodor Adorno, Herbert Marcuse e Walter Benjamin.
Questões sobre estética, as funções da linguagem uma teoria crítica da cultura
marcaram a produção desta escola.
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