quarta-feira, 8 de julho de 2015

REVISÃO SEGUNDA UNIDADE HISTÓRIA SEGUNDOS ANOS


ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA DA AMÉRICA PORTUGUESA
Como a coroa não tinha recursos suficientes para defende e ocupar as suas terras, optou-se por descentralizar a administração da América portuguesa através das Capitanias Hereditárias. O sistema foi adotado devido à presença de estrangeiros no litoral, à péssima situação econômico-financeira de Portugal e ao seu sucesso nas Ilhas do Atlântico.
Através desse sistema o território português foi dividido em parcelas de aproximadamente 300 km de faixa litorânea. Esses amplos territórios foram distribuídos a donatários, indivíduos da pequena nobreza ou funcionários do governo que estavam interessados em colonizar o Brasil.
Através das Cartas de Doação a coroa concedia a capitania ao donatário e estabelecia os poderes que ele teria em seus domínios. Outro documento, o Foral, dizia respeito aos direitos e alguns deveres que esses donatários teriam. Como o objetivo da coroa era atrair pessoas que estivessem interessadas em investir na colonização, esses documentos davam amplos poderes, que poderiam ser utilizados pelo donatário para escravizar e vender indígenas, julgar os habitantes da capitania (inclusive com condenação à morte), fundar vilas e organizar a capitania militarmente, e doar sesmarias (grandes extensões de terras).
As Capitanias Hereditárias não obtiveram o sucesso esperado, em parte por negligencia dos donatários (alguns nem chegaram a desembarcar no país) em parte por falta de dinheiro, ou ainda condicionantes locais, como a resistência de indígenas, a grande extensão das terras e a falta de comunicação. A necessidade de braços para o trabalho nas colônias americanas provocou a violência exercida pelos conquistadores europeus contra os povos americanos e africanos.
 Frente a essas dificuldades a coroa portuguesa resolve mudar a sua política, e estabelece a criação do Governo-Geral, com a função de centralizar o poder, organizar e prover apoio às Capitanias.
Desta forma é escolhida a Capitania de Todos os Santos para ser a sede do governo, fundando-se a cidade de Salvador, em 1549. Tratava-se da primeira Capitania sendo governada diretamente por funcionários da Coroa portuguesa. O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, e com ele chegaram cerca de mil pessoas, entre funcionários, soldados, jesuítas e degradados. O objetivo era implantar um núcleo administrativo na colônia portuguesa.
Invasões Holandesas no Brasil
Durante a união ibérica, Portugal foi envolvido em sérios conflitos com outras nações europeias. A Holanda era emprestou dinheiro para Portugal estabelecer a economia açucareira no nordeste da sua colônia, este endividamento fez com que a Holanda viesse cobrar a sua dívida. O Brasil foi invadido pelos holandeses por duas vezes. No ano de 1624 ocorreu a posse de Salvador, que durou um ano, e em 1630 eles tomam Pernambuco, controlando quase todo o Nordeste por 24 anos, tendo como principal objetivo a comercialização do açúcar.
De todas as regiões nordestinas, a mais abastada do mundo no cultivo de açúcar era Pernambuco, e como o objetivo dos holandeses era o controle deste produto na Europa, Pernambuco foi um alvo importante durante as invasões holandesas.
Os holandeses pretendiam alcançar a região dos engenhos, porém, eles foram obstruídos pelas Milícias dos Descalços – guerrilheiros que tinham o intuito de fazer oposição às invasões.
No ano de 1637 chegou a Pernambuco, designado pela Companhia das Índias – empresa instituída pela Holanda para avalizar a comercialização do açúcar brasileiro -, o conde Maurício de Nassau, militar de nacionalidade alemã que para ali fora designado no intuito de consolidar o domínio holandês. Ele foi o responsável por um grande progresso no Nordeste durante sua administração: criaram-se muitos hospitais, asilos e várias ruas foram ladrilhadas.
Maurício de Nassau procurou obter a aceitação dos senhores de engenho e da população à ocupação holandesa, não se preocupou em gastar o dinheiro da Companhia das Índias para realizar melhorias nas cidades, em folguedos para o povo e principalmente em comodatos aos proprietários rurais que tiveram suas lavouras danificadas em virtude das lutas, estimulou as artes e as ciências e instituiu uma vida cultural totalmente nova e desconhecida até o momento pelo Brasil colonial.
Economicamente, tentou diferenciar a agricultura nordestina da pecuária do Rio Grande do Norte, no campo político expandiu a participação das camadas gerenciadoras, incluindo os judeus, portugueses e comerciantes, sendo que holandeses tornaram-se a metade dos representantes e a outra se constituía de luso-brasileiros.
Após a partida de Maurício de Nassau, intensificaram-se os conflitos entre os senhores de engenho e os comerciantes holandeses, pois devido a várias intempéries os senhores de engenhos não estavam conseguindo pagar os empréstimos efetuados para as plantações. A Companhia das Índias resolveu assumir as dívidas dos plantadores com os comerciantes, porém não o fez de graça, interveio nos engenhos confiscando a produção. Em 1654, após muitos confrontos, finalmente os colonos portugueses - apoiados por Portugal e Inglaterra - conseguiram expulsar os holandeses do território brasileiro.
O Bandeirismo
O bandeirismo foi um movimento expansionista desenvolvido pela população de São Paulo de Piratininga deslocando-se para o interior da colônia, durante boa parte do século XVII. Ao lado deste, devem ser destacadas as entradas, outro movimento de penetração de interior, cujas diferenças, em relação ao primeiro, são mais tradicionais do que efetivas: as entradas teriam organização oficial e não ultrapassariam a linha de Tordesilhas, entre outras, ao contrário das bandeiras, que seriam organizadas por particulares e não respeitariam o Tratado de Tordesilhas.
As razões do bandeirismo
Pode-se dizer que a penetração dos bandeirantes a partir de São Paulo, em direção ao Rio Grande do Sul. Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais foi facilitada pelas melhores condições da vegetação, relevo, clima e rios navegáveis, além do fato de os homens de Piratininga estar livres, no planalto, dos ataques estrangeiros que assolavam o litoral na época. Contudo, foi a pobreza dos habitantes de São Paulo que impulsionou o movimento bandeirista.
Antes que terminasse o século XVI, a capitania de São Vicente já estava mergulhada em profunda decadência. O solo pobre das terras litorâneas e o limite imposto pela serra do Mar, além da distância da metrópole, inviabilizaram a economia açucareira. Parte da população vicentina abandonou o litoral, deslocando-se para o planalto de Piratininga, onde o quadro econômico, contudo, não apresentava alterações sensíveis.
Dessa forma, isolados no planalto, desprovidos de uma lavoura de porte capaz de atrair os interesses metropolitanos e produzindo uns poucos gêneros, destinados basicamente à subsistência, os bandeirantes foram impulsionados a buscar novas riquezas nos sertões: índios que poderiam ser vendidos como escravos e metais preciosos.
São Paulo na época dos bandeirantes
A vila de São Paulo, no início do século XVII, era bastante pobre e sua população se constituía, na sua maioria, de mamelucos (mistura do branco com o índio). Como era forte a influência indígena, eram homens rudes, que dormiam em redes e se alimentavam à maneira nativa: carne de caça, peixes, frutas e um pouco de farinha, milho, feijão e mandioca.
Para o trabalho, valiam-se do braço indígena, que muitas vezes eram caçados e vendidos como escravos, sendo comum referir-se a estes como os "negros da terra". As bandeiras de caça ao índio mobilizavam todos os homens da vila e, embora dela participassem muitos brancos, sua maioria era constituída de mamelucos e de índios, vitais para o sucesso da empreitada. Portanto, o apresamento de índios para a escravidão era uma prática comum antes mesmo da fase áurea dos grandes ciclos do bandeirismo.
O ciclo de preação do índio
No início do século XVII, havia a necessidade de complementação de braços escravos nos engenhos litorâneos e, a partir daí, o apresamento de indígenas tornava-se uma atividade lucrativa, o que levou o bandeirante a trocar a caça ao índio bravio das matas pelo ataque às missões ou reduções jesuíticas, onde o nativo, já cristianizado, conhecia determinados ofícios e estava acostumado ao trabalho regular. Assim, entre 1612 e 1628, o bandeirante paulista Manuel Preto atacou sucessivas vezes a missão jesuítica de Guairá, trazendo para o cativeiro milhares de índios. Seguiu-se em 1629, bandeira de Antônio Raposo Tavares, cuja violência do ataque acabou obrigando os jesuítas a se fixar em outras áreas como Tapes, no Rio Grande do Sul, e Itatim, em Mato Grosso. Essas missões foram destruídas entre 1637 e 1648 pelo mesmo Raposo Tavares, um dos grandes nomes do bandeirismo de preação.
A época das grandes bandeiras de preação coincidiu com a ação holandesa, tomando as feitorias africanas e desviando o tráfico de escravos para o Nordeste, sob sua ocupação desde 1630. Tanto é que a normalização do tráfico africano na década de 1640 provocou o declínio do ciclo de apresamento.
O ciclo do bandeirismo de contrato
Na segunda metade do século XVII, os bandeirantes passaram a servir aos grandes proprietários rurais do Nordeste e à própria coroa portuguesa, fazendo a guerra aos· índios hostis e destruindo os quilombos, onde se concentravam escravos foragidos. Nessa medida, a atividade bandeirista implicava um contrato e uma forma de remuneração ou compensação, revestindo-se, além disso, de um caráter essencialmente militar.
Nesse ciclo, situam-se as guerras justas contra indígenas, inclusive do Norte do Brasil, e a guerra dos bárbaros que culminou com a destruição da Confederação dos Cariris, no Ceará e Rio Grande do Norte. A ocorrência mais importante, contudo, foi a destruição do quilombo dos Palmares (1695), situado no território alagoano e um dos mais importantes movimentos da resistência negra à escravidão. O responsável pelo aniquilamento do reduto quilombola foi Domingos Jorge Velho, um dos mais importantes bandeirantes do bandeirismo de contrato.
O Significado do Bandeirismo
A atuação do bandeirismo foi de fundamental importância para a ampliação do território português na América. Num espaço muito curto, os bandeirantes devassaram o interior da colônia, explorando suas riquezas e arrebatando grandes áreas do domínio espanhol, como é o caso das missões do Sul e Sudeste do Brasil. Antônio Raposo Tavares, depois de destruí-las, foi até os limites com a Bolívia e Peru, atingindo a foz do rio Amazonas, completando, assim, o famoso périplo brasileiro.
O bandeirante tornou-se, assim, um dos agentes da expansão territorial que deu ao Brasil sua configuração geográfica atual.
Escravidão No Brasil Colonial
         A escravidão começou no Brasil no século XVI. Os colonos portugueses começaram escravizando os índios, porém a oposição dos religiosos dificultou esta prática. Os colonos partiram para suas colônias na África e trouxeram os negros para trabalharem nos engenhos de açúcar da região Nordeste.
          Os escravos também trabalharam nas minas de ouro, a partir da segunda metade do século XVIII.
          Tanto nos engenhos quanto nas minas, os escravos executavam as tarefas mais duras, difíceis e perigosas.
          A maioria dos escravos recebia péssimo tratamento. Comiam alimentos de péssima qualidade, dormiam na senzala (espécie de galpão úmido e escuro) e recebiam castigos físicos.
         Angola, Congo, Benguela Monjolo, Cabinda, Mina Quiloa, Rebolo, foram os principais grupos de pessoas que vieram na condição de escravos para o Brasil.
          O transporte dos africanos para o Brasil era feito em navios negreiros que apresentavam péssimas condições. Muitos morriam durante a viagem.
          Os comerciantes de escravos vendiam os negros como se fossem mercadorias.
          Os escravos não podiam praticar sua religião de origem africana, nem seguir sua cultura. Porém, muitos praticavam a religião de forma escondida.
          As mulheres também foram escravizadas e executavam, principalmente, atividades domésticas. Os filhos de escravos também tinham que trabalhar por volta dos 8 anos de idade.
          Muitos escravos lutaram contra esta situação injusta e desumana. Ocorreram revoltas em muitas fazendas. Muitos escravos também fugiram e formaram quilombos, onde podiam viver de acordo com sua cultura.
          A escravidão só acabou no Brasil no ano de 1888, após a decretação da Lei Áurea.


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