A Crise de 1929
Durante a Primeira Guerra Mundial, a
economia norte-americana estava em pleno desenvolvimento. As indústrias dos EUA
produziam e exportavam em grandes quantidades, principalmente, para os países
europeus.
Após
a guerra o quadro não mudou, pois os países europeus estavam voltados para a
reconstrução das indústrias e cidades, necessitando manter suas importações,
principalmente dos EUA. A situação começou a mudar no final da década de 1920.
Reconstruídas, as nações européias diminuíram drasticamente a importação de
produtos industrializados e agrícolas dos Estados Unidos.
Causas da crise
Com
a diminuição das exportações para a Europa, as indústrias norte-americanas
começaram a aumentar os estoques de produtos, pois já não conseguiam mais
vender como antes. Grande parte destas empresas possuíam ações na Bolsa de
Valores de Nova York e milhões de norte-americanostinham investimentos nestas
ações.
Efeitos da crise
Em
outubro de 1929, percebendo a desvalorizando das ações de muitas empresas,
houve uma correria de investidores que pretendiam vender suas ações. O efeito
foi devastador, pois as ações se desvalorizaram fortemente em poucos dias.
Pessoas muito ricas, passaram, da noite para o dia, para a classe pobre. O
número de falências de empresas foi enorme e o desemprego atingiu quase 30% dos
trabalhadores.
A crise, também conhecida como “A
Grande Depressão”, foi a maior de toda a história dos Estados Unidos. Como
nesta época, diversos países do mundo mantinham relações comerciais com os EUA,
a crise acabou se espalhando por quase todos os continentes.
Efeitos no Brasil
A
crise de 1929 afetou também o Brasil. Os Estados Unidos eram o maior comprador
do café brasileiro. Com a crise, a importação deste produto diminuiu muito e os
preços do café brasileiro caíram. Para que não houvesse uma desvalorização
excessiva, o governo brasileiro comprou e queimou toneladas de café. Desta
forma, diminuiu a oferta, conseguindo manter o preço do principal produto brasileiro
da época. Por outro lado, este fato trouxe algo positivo para a economia
brasileira. Com a crise do café, muitos cafeicultores começaram a investir no
setor industrial, alavancando a indústria brasileira.
New Deal: a solução
A
solução para a crise surgiu apenas no ano de 1933. No governo de Franklin
Delano Roosevelt, foi colocado em prática o plano conhecido como New Deal. De
acordo com o plano econômico, o governo norte-americano passou a controlar os
preços e a produção das indústrias e das fazendas. Com isto, o governo
conseguiu controlar a inflação e evitar a formação de estoques. Fez parte do
plano também o grande investimento em obras públicas (estradas, aeroportos,
ferrovias, energia elétrica etc), conseguindo diminuir significativamente o
desemprego. O programa foi tão bem sucedido que no começo da década de 1940 a
economia norte-americana já estava funcionando normalmente.
New Deal
O New Deal (“Novo Acordo” em
português) foi um conjunto de medidas econômicas e sociais tomadas pelo governo
Roosevelt, entre os anos de 1933 e 1937, com o objetivo de recuperar a economia
dos Estados Unidos da crise de 1929. Teve como princípio básico a forte
intervenção do Estado na economia.
Principais
características do New Deal (medidas e objetivos)
- Fortes investimentos estatais em obras
públicas.
O
governo dos EUA investiu, principalmente, na construção de obras de
infraestrutura (pontes, rodovias, aeroportos, usinas, hidrelétricas, barragens,
portos, entre outras). Os investimentos também foram para a construção de
hospitais, escolas e outros equipamentos públicos.
O principal objetivo destas medidas
era a geração de empregos, pois os Estados Unidos sofriam muito com o
desemprego elevado após a Grande Depressão de 1929.
- Reforma do sistema bancário e monetário
O
governo dos EUA, através da modificação e criação de leis, passou a ter poderes
de controle e fiscalização sobre o mercado financeiro.
O objetivo era evitar fraudes
financeiras, especulações e diminuir os riscos de operação dos bancos e demais
agentes financeiros.
- Controle de preços e produção das empresas
Como
uma das causas da Crise de 1929 tinha sido o aumento dos estoques das empresas,
O New Deal buscava resolver este problema através da fiscalização sobre os
estoques da empresas, para que estes não aumentassem a ponto de gerar risco
operacional delas, levando-as à falência. Os preços das mercadorias também
foram controlados pelo governo, a fim de evitar o aumento da inflação.
-
Incentivos agrícolas
Subsídios,
empréstimos e outras medidas voltadas para o aumento da atividade agrícola das
grandes propriedades e da agricultura familiar. Além de aumentar a produção de
gêneros agrícolas, estas medidas visavam aumentar o número de empregos no
campo. Estes incentivos ao setor agrícola também tinham como objetivo estancar
o crescente êxodo rural, que estava gerando problemas sociais nos grandes
centros urbanos.
- Criação de medidas voltadas para a área
social
Como
forma de diminuir os impactos sociais da crise de 1929, o governo
norte-americano criou a Previdência Social, o seguro desemprego e o seguro para
idosos acima de 65 anos.
- Redução da jornada de trabalho
O
principal objetivo de reduzir a carga horária semanal de trabalho era aumentar
o número de empregados, pois as indústrias precisaram contratar mais
funcionários.
Resultados
O New Deal foi bem sucedido,
apresentando resultados positivos já no começo da década de 1940. O mercado
acionário voltou a funcionar plenamente, o desemprego diminuiu, a renda dos
trabalhadores aumentou e as indústrias retomaram a produção, aumentando suas exportações
e vendas no mercado interno.
Embora os gastos públicos elevados e
as renúncias fiscais tenham aumentado a dívida pública, muitos economistas
consideram que os resultados positivos, que geraram a saída da crise econômica,
tenham compensado.
Nazi-fascismo
O nazi-fascismo foi uma doutrina
política que surgiu e desenvolveu, principalmente, na Itália e Alemanha entre o
começo da década de 1920 até o final da Segunda Guerra Mundial. Esta doutrina
ganhou o nome de nazismo na Alemanha e teve como principal representante Adolf
Hitler. Na Itália, ganhou o nome de fascismo e teve Benito Mussolini como
líder.
Principais características do nazi-fascismo:
-
Nacionalismo: valorização exacerbada
da cultura, símbolos (bandeiras, hinos, heróis nacionais) e valores da nação.
- Totalitarismo:
concentração de poderes nas mãos do líder da nação. Falta total de democracia e
liberdade. No sistema totalitário as pessoas devem seguir tudo que é
determinado pelo governo. Os opositores são presos e, em muito casos,
executados.
- Militarismo:
investimentos pesados no desenvolvimento e produção de armas. Além de proteção,
os nazifascistas defendiam o uso deste poderio militar para fins de expansão
territorial.
- Anticomunismo:
os comunistas foram culpados pelos nazifascistas como sendo os grandes
responsáveis pelos problemas sociais e econômicos existentes. Muitos comunistas
foram perseguidos, presos e executados pelos nazifascistas da Alemanha e
Itália.
- Anti-liberalismo:
ao invés da liberdade econômica, defendiam o controle econômico por parte do
governo. O governo deveria controlar a economia, visando o desenvolvimento da
nação.
-
Romantismo: para os nazifascistas a razão não seria capaz de gerar o
desenvolvimento de uma nação, mas sim o auto-sacrifício, as atitudes heroicas,
o amor a pátria e a fé e dedicação incondicional ao líder político.
- Antissemitismo:
atitudes de preconceito e violência contra judeus. De acordo com os seguidores
do nazi-fascismo, os judeus eram, junto com os comunistas, os grandes
responsáveis pelos problemas econômicos do mundo. Dentro deste pensamento,
Hitler tentou eliminar os judeus durante a Segunda Guerra Mundial, matando-os em
campos de concentração. Este evento ficou conhecido como Holocausto.
-
Idealismo: transformação das coisas baseada nos anseios e instintos.
- Expansionismo:
busca de expansão territorial através de invasões, ocupação e domínios de
territórios de outros países. Para isso era necessário investir no setor bélico
e promover guerras. Baseado neste ideal, a Alemanha Nazista invadiu a Polônia
em 1939, dando início a Segunda Guerra Mundial.
-
Superioridade racial: linha de pensamento que defende a ideia de que
algumas raças são mais desenvolvidas do que outras. Os nazistas, por exemplo,
defendiam que os arianos (no caso homens brancos alemães) eram superiores às
outras raças e, portanto, deveriam exercer a supremacia mundial.
Guerra Civil Espanhola
A Guerra Civil Espanhola foi um
conflito armado ocorrido na Espanha entre os anos de 1936 e 1939.
Grupos que atuaram
Para
entender a Guerra Civil Espanhola é importante conhecermos as forças politicas
que atuavam e disputavam o poder na Espanha momentos antes do conflito e quais
eram seus objetivos.
- Falangistas
De
tendência fascista e comandados pelo general Francisco Franco, tinham como
objetivo eliminar o crescente movimento comunista na Espanha. Tiveram o apoio
dos setores tradicionais e conservadores da sociedade espanhola (Igreja,
Exército e grandes proprietários rurais). Contam também com a ajuda militar da
Alemanha nazista e da Itália fascista. Tinham por objetivo a implantação de um
governo autoritário.
-
Frente Popular
De
tendência esquerdista, contavam com o apoio dos sindicatos, partidos políticos
de esquerda e defensores da democracia. Queriam combater o nazi-fascismo, que
estava crescendo na Espanha e outros países da Europa. Defendiam o Governo
Republicano e tiveram o apoio externo da União Soviética.
Golpe
de Estado e início da guerra
O
clima político e social na Espanha na primeira metade da década de 1930 era
tenso e recheado de conflitos entre esquerdistas e nacionalistas. Mas a guerra teve
inicio quando em 18 de julho de 1936, o general Francisco Franco comandou o
exército espanhol num golpe de estado contra o governo democrático e legal da
Segunda República Espanhola. Porém, o golpe não foi bem sucedido e a Espanha
ficou dividida entre falangistas e republicanos. A guerra civil provocou
milhares de mortos e muita destruição. Perseguições e execuções eram frequentes
e patrocinadas por ambos os lados.
Intervenção
estrangeira
Os
falangistas conseguiram apoio militar dos regimes fascistas da Alemanha e
Itália, que estavam interessados em implantar um regime fascista na Espanha e
combater o crescimento do movimento socialista no país. Já os republicanos
contaram com o envio de armas e equipamentos bélicos da União Soviética.
Bombardeio
a Guernica
Um
dos episódios mais cruéis da guerra civil foi o bombardeio a cidade de
Guernica, patrocinado por aviões de guerra da Alemanha e Itália. O bombardeio
ocorreu em 26 de abril de 1937 e matou cerca de 125 civis espanhóis. O painel
intitulado Guernica, pintado por Pablo Picasso, mostra a crueldade do ataque
aéreo sobre os civis da cidade espanhola.
Como
terminou
Após
quase três anos de conflito bélico a Guerra Civil Espanhola, considerada uma
das mais violentas e cruéis da história, terminou com a vitória dos falangistas
que conseguiram derrubar o Governo Republicano do poder. Francisco Franco
assumiu o poder em abril de 1939, implantando um regime ditatorial de direita
na Espanha.
Saldo
da Guerra Civil Espanhola:
-
Cerca de 400 mil mortos;
- Destruição de prédios, igrejas e casas em
várias cidades;
- Destruição no campo com prejuízos para
agricultura e pecuária;
- Diminuição de cerca de 30% da renda dos
espanhóis;
- Forte crise econômica na Espanha, que
perdurou por vários anos.
Segunda Guerra Mundial
(1939 - 1945)
Um conflito desta magnitude não
começa sem importantes causas ou motivos. Podemos dizer que vários fatores
influenciaram o início deste conflito que se iniciou na Europa e, rapidamente,
espalhou-se pela África e Ásia.
Um dos mais importantes motivos foi
o surgimento, na década de 1930, na Europa, de governos totalitários com fortes
objetivos militaristas e expansionistas. Na Alemanha surgiu o nazismo, liderado
por Hitler e que pretendia expandir o território Alemão, desrespeitando o
Tratado de Versalhes, inclusive reconquistando territórios perdidos na Primeira
Guerra. Na Itália estava crescendo o Partido Fascista, liderado por Benito
Mussolini, que se tornou o Duce da Itália, com poderes sem limites.
Tanto a Itália quanto a Alemanha
passavam por uma grave crise econômica no início da década de 1930, com milhões
de cidadãos sem emprego. Uma das soluções tomadas pelos governos fascistas
destes países foi a industrialização, principalmente na criação de indústrias
de armamentos e equipamentos bélicos (aviões de guerra, navios, tanques etc).
Na Ásia, o Japão também possuía
fortes desejos de expandir seus domínios para territórios vizinhos e ilhas da
região. Estes três países, com objetivos expansionistas, uniram-se e formaram o
Eixo. Um acordo com fortes características militares e com planos de conquistas
elaborados em comum acordo.
O Início
O marco inicial ocorreu no ano de
1939, quando o exército alemão invadiu a Polônia. De imediato, a França e a
Inglaterra declararam guerra à Alemanha. De acordo com a política de alianças
militares existentes na época, formaram-se dois grupos : Aliados (liderados por
Inglaterra, URSS, França e Estados Unidos) e Eixo (Alemanha, Itália e Japão ).
Desenvolvimento
e Fatos Históricos Importantes:
-
O período de 1939 a 1941 foi marcado por vitórias do Eixo, lideradas pelas
forças armadas da Alemanha, que conquistou o Norte da França, Iugoslávia,
Polônia, Ucrânia, Noruega e territórios no norte da África. O Japão anexou a
Manchúria, enquanto a Itália conquistava a Albânia e territórios da Líbia.
-
Em 1941 o Japão ataca a base militar norte-americana de Pearl Harbor no Oceano
Pacífico (Havaí). Após este fato, considerado uma traição pelos
norte-americanos, os estados Unidos entraram no conflito ao lado das forças
aliadas.
-
De 1941 a 1945 ocorreram as derrotas do Eixo, iniciadas com as perdas sofridas
pelos alemães no rigoroso inverno russo. Neste período, ocorre uma regressão
das forças do Eixo que sofrem derrotas seguidas. Com a entrada dos EUA, os
aliados ganharam força nas frentes de batalhas.
-
O Brasil participa diretamente, enviando para a Itália (região de Monte
Cassino) os pracinhas da FEB, Força Expedicionária Brasileira. Os cerca de 25
mil soldados brasileiros conquistam a região, somando uma importante vitória ao
lado dos Aliados.
Final e Consequências
Este importante e triste conflito
terminou somente no ano de 1945 com a rendição da Alemanha e Itália. O Japão,
último país a assinar o tratado de rendição, ainda sofreu um forte ataque dos
Estados Unidos, que despejou bombas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e
Nagazaki. Uma ação desnecessária que provocou a morte de milhares de cidadãos
japoneses inocentes, deixando um rastro de destruição nestas cidades.
Bomba
Atômica explode na cidade japonesa de Hiroshima
Os
prejuízos foram enormes, principalmente para os países derrotados. Foram
milhões de mortos e feridos, cidades destruídas, indústrias e zonas rurais
arrasadas e dívidas incalculáveis. O racismo esteve presente e deixou uma
ferida grave, principalmente na Alemanha, onde os nazistas mandaram para campos
de concentração e mataram aproximadamente seis milhões de judeus.
O Capitão América foi o maior de uma
onda de super-heróis que surgiram sob a bandeira do patriotismo norte-americano
e que foram apresentados ao mundo pelas companhias de Histórias em Quadrinhos,
durante os anos da Segunda Guerra Mundial. Ao lado de seu parceiro Buckyn, o
Capitão América enfrentou as hordas nazistas durante a Segunda Guerra Mundial,
mas caiu na obscuridade após o fim do conflito.
Com o final do conflito, em 1945,
foi criada a ONU ( Organização das Nações Unidas ), cujo objetivo principal
seria a manutenção da paz entre as nações. Inicia-se também um período
conhecido como Guerra Fria, colocando agora, em lados opostos, Estados Unidos e
União Soviética. Uma disputa geopolítica entre o capitalismo norte-americano e
o socialismo soviético, onde ambos países buscavam ampliar suas áreas de
influência sem entrar em conflitos armados.
Pós-Guerra
A II Guerra Mundial alterou
completamente a configuração do mundo. O chamado pós-guerra impunha grandes
desafios às populações e governantes de todo o mundo. A grande devastação provocada
na Europa e na Ásia necessitava de amplos esforços de reconstrução econômica e
social.
Por outro lado, as potências
vencedoras, principalmente os EUA e a URSS, que haviam se aliado para lutar
contra o nazifascismo, tornaram-se potências rivais logo após o fim do
conflito, opondo o capitalismo ocidental ao chamado comunismo soviético, na
configuração do que ficou convencionado chamar de mundo bipolar.
A criação da Organização das Nações
Unidas (ONU) ainda nos meses finais da II Guerra Mundial era uma tentativa de
instituir um organismo capaz de manter a paz e a segurança internacionais, bem
como promover o desenvolvimento da cooperação entre os povos em vários
aspectos.
Entretanto, esse esforço de
unificação de ações governamentais em nível internacional coexistiu com as
rivalidades do pós-guerra.
O mundo colonial europeu desmoronou
rapidamente, levando ao surgimento de vários novos países na África e na Ásia.
A Europa viu-se dividida entre as esferas de influência dos EUA e da URSS. O
Ocidente europeu aproximou-se dos EUA, que retiraram suas tropas do continente.
A porção oriental da Europa estava sob influência da URSS e das tropas de seu
Exército Vermelho que se manteve nos territórios ocupados para lutar contra os
nazistas.
Para expressar essa divisão do
continente europeu, o primeiro-ministro inglês expôs a metáfora, em 1946, de
que havia uma “Cortina de Ferro” que se estendia do mar Báltico até o mar
Adriático, separando o chamado “mundo livre” (o do capitalismo ocidental) e o
“mundo comunista” (sob influência do chamado comunismo soviético).
O mundo dividido pela “Cortina de
Ferro” viveria ainda a denominada Guerra Fria. Através dessa guerra sem
confrontos diretos, EUA e URSS pretendiam influenciar vastas extensões do
planeta com seus sistemas socioeconômicos. O medo de uma nova Guerra Mundial
substanciava-se na detenção de um grande arsenal nuclear por ambos os países.
O pós-guerra caracterizou-se também
pela criação de mecanismos de cooperação internacional entre os países das duas
esferas de influência.
Na esfera de influência dos EUA, a
expansão de seu sistema socioeconômico ocorreu através de alguns mecanismos de
cooperação internacional criados já nos anos finais da II Guerra Mundial.
Enquanto as tropas lutavam nos campos de batalhas, negociações econômicas entre
os grandes grupos financeiros de ambos os lados em conflito ocorriam na Suíça,
no Banco de Pagamentos Internacionais. O objetivo era manter a integração
econômica e ampliá-la, mesmo durante o desenrolar da II Guerra Mundial.
No imediato pós-guerra, um plano de
cooperação e de recuperação econômica e social foi proposto pelos EUA à Europa
Ocidental. Totalizando um montante de 18 bilhões de dólares, o Plano Marshall foi essencial para a
reconstrução socioeconômica da Europa e para conter o avanço do chamado
comunismo soviético. No aspecto militar, a criação da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN) tinha por objetivo fazer frente à presença das tropas
soviéticas em solo europeu.
ERA
VARGAS
Era Vargas é o nome que se dá ao
período em que Getúlio Vargas governou o Brasil por 15 anos, de forma contínua
(de 1930 a 1945). Esse período foi um marco na história brasileira, em razão
das inúmeras alterações que Getúlio Vargas fez no país, tanto sociais quanto
econômicas.
A Era Vargas, teve início com a
Revolução de 1930 onde expulsou do poder a oligarquia cafeeira, dividindo-se em
três momentos:
Governo Provisório -1930-1934
Governo Constitucional – 1934-1937
Estado Novo – 1937-1945
Revolução
de 1930
Até o ano de 1930 vigorava no Brasil
a República Velha, conhecida hoje como o primeiro período republicano
brasileiro. Como característica principal centralizava o poder entre os
partidos políticos e a conhecida aliança política "café-com-leite"
(entre São Paulo e Minas Gerais), a República Velha tinha como base a economia
cafeeira e, portanto, mantinha fortes vínculos com grandes proprietários de
terras.
De acordo com as políticas do
"café-com-leite", existia um revezamento entre os presidentes
apoiados pelo Partido Republicano Paulista (PRP), de São Paulo, e o Partido
Republicano Mineiro (PRM), de Minas Gerais. Os presidentes de um partido eram
influenciados pelo outro partido, assim, dizia-se: nada mais conservador, que
um liberal no poder.
O
Golpe do Exército
Em março de 1930, foram realizadas
as eleições para presidente da República.
Eleição esta que deu a vitória ao candidato governista Júlio Prestes.
Entretanto, Prestes não tomou posse. A Aliança Liberal (nome dado aos aliados mineiros,
gaúchos, e paraibanos) recusou-se a aceitar a validade das eleições, alegando
que a vitória de Júlio Prestes era decorrente de fraude. Além disso, deputados
eleitos em estados onde a Aliança Liberal conseguiu a vitória, não tiveram o
reconhecimento dos seus mandatos. Os estados aliados, principalmente o Rio
Grande do Sul planejam então, uma revolta armada. A situação acaba agravando-se ainda mais
quando o candidato à vice-presidente de Getúlio Vargas, João Pessoa, é
assassinado em Recife, capital de Pernambuco. Como os motivos dessa morte foram
duvidosos a propaganda getulista aproveitou-se disso para usá-la em seu favor,
atribuindo a culpa à oposição, além da crise econômica acentuada pela crise de
1929; a indignação, deste modo, aumentou, e o Exército – que por sua vez era
desfavorável ao governo vigente desde o tenentismo – começou a se mobilizar e
formou uma junta governamental composta por generais do Exército. No mês
seguinte, em três de novembro, Júlio Prestes foi deposto e fugiu junto com
Washington Luís e o poder então foi passado para Getúlio Vargas pondo fim à
República Velha.
Governo
provisório (1930 - 1934)
O Governo Provisório teve como
objetivo reorganizar a vida política do país. Neste período, o presidente
Getúlio Vargas deu início ao processo de centralização do poder, eliminando os
órgãos legislativos (federal, estadual e municipal).
Diante da importância que os
militares tiveram na estabilização da Revolução de 30, os primeiros anos da Era
Vargas foram marcados pela presença dos “tenentes” nos principais cargos do
governo e por esta razão foram designados representantes do governo para
assumirem o controle dos estados, tal medida tinha como finalidade anular a
ação dos antigos coronéis e sua influência política regional.
Esta medida consolidou-se em clima
de tensão entre as velhas oligarquias e os militares interventores. A oposição
às ambições centralizadoras de Vargas concentrou-se em São Paulo, onde as
oligarquias locais, sob o apelo da autonomia política e um discurso de conteúdo
regionalista, convocaram o “povo paulistano” a lutar contra o governo Getúlio
Vargas, exigindo a realização de eleições para a elaboração de uma Assembléia
Constituinte. A partir desse movimento, teve origem a chamada Revolução
Constitucionalista de 1932.
Mesmo derrotando as forças
oposicionistas, o presidente convocou eleições para a Constituinte. No processo
eleitoral, devido o desgaste gerado pelos conflitos paulistas, as principais
figuras militares do governo perderam espaço político e, em 1934 uma nova
constituição foi promulgada.
A Carta de 1934 deu maiores poderes
ao poder executivo, adotou medidas democráticas e criou as bases da legislação
trabalhista. Além disso, sancionou o voto secreto e o voto feminino. Por meio
dessa resolução e o apoio da maioria do Congresso, Vargas garantiu mais um
mandato.
Governo
Constitucional (1934 – 1937)
Nesse segundo mandato, conhecido
como Governo Constitucional, a altercação política se deu em volta de dois
ideais primordiais: o fascista – conjunto de ideias e preceitos
político-sociais totalitário introduzidos na Itália por Mussolini –, defendido
pela Ação Integralista Brasileira (AIB), e o democrático, representado pela
Aliança Nacional Libertadora (ANL), era favorável à reforma agrária, a luta
contra o imperialismo e a revolução por meio da luta de classes.
A ANL aproveitando-se desse espírito
revolucionário e com as orientações dos altos escalões do comunismo soviético,
promoveu uma tentativa de golpe contra o governo de Getúlio Vargas. Em 1935,
alguns comunistas brasileiros iniciaram revoltas dentro de instituições
militares nas cidades de Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE). Devido à falha de articulação e adesão de
outros estados, a chamada Intentona Comunista, foi facilmente controlada pelo
governo.
Getúlio Vargas, no entanto,
cultivava uma política de centralização do poder e, após a experiência
frustrada de golpe por parte da esquerda utilizou-se do episódio para declarar
estado de sítio, com essa medida, Vargas, perseguiu seus oponentes e
desarticulou o movimento comunista brasileiro. Mediante a “ameaça comunista”,
Getúlio Vargas conseguiu anular a nova eleição presidencial que deveria
acontecer em 1937. Anunciando outra calamitosa tentativa de golpe comunista,
conhecida como Plano Cohen, Getúlio Vargas anulou a constituição de 1934 e
dissolveu o Poder Legislativo. A partir daquele ano, Getúlio passou a governar
com amplos poderes, inaugurando o chamado Estado Novo.
Estado
Novo (1937 – 1945)
No dia 10 de novembro de 1937, era
anunciado em cadeia de rádio pelo
presidente Getúlio Vargas o Estado Novo. Tinha início então, um período
de ditadura na História do Brasil.
Sob o pretexto da existência de um
plano comunista para a tomada do poder (Plano Cohen) Vargas fechou o Congresso
Nacional e impôs ao país uma nova Constituição, que ficaria conhecida depois
como "Polaca" por ter sido inspirada na Constituição da Polônia, de
tendência fascista.
O Golpe de Getúlio Vargas foi
organizado junto aos militares e teve o apoio de grande parcela da sociedade,
uma vez que desde o final de 1935 o governo reforçava sua propaganda anti
comunista, alarmando a classe média, na verdade preparando-a para apoiar a
centralização política que desde então se desencadeava. A partir de novembro de
1937 Vargas impôs a censura aos meios de comunicação, reprimiu a atividade
política, perseguiu e prendeu seus inimigos políticos, adotou medidas
econômicas nacionalizantes e deu continuidade a sua política trabalhista com a
criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), publicou o Código Penal e o
Código de Processo Penal, todos em vigor atualmente. Getúlio Vargas foi
responsável também pelas concepções da Carteira de Trabalho, da Justiça do
Trabalho, do salário mínimo, e pelo descanso semanal remunerado.
O principal acontecimento na
política externa foi a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial contra
os países do Eixo, fato este, responsável pela grande contradição do governo
Vargas, que dependia economicamente dos EUA e possuía uma política semelhante à
alemã. A derrota das nações nazi
fascistas foi a brecha que surgiu para o crescimento da oposição ao governo de
Vargas. Assim, a batalha pela democratização do país ganhou força. O governo
foi obrigado a indultar os presos políticos, além de constituir eleições
gerais, que foram vencidas pelo candidato oficial, isto é, apoiado pelo
governo, o general Eurico Gaspar Dutra.
Chegava ao fim a Era Vargas, mas não
o fim de Getúlio Vargas, que em 1951 retornaria à presidência pelo voto
popular.
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