Razão
A razão pode ser considerada como
uma capacidade que o ser humano possui de organizar a realidade na qual ele
vive, fazendo com que estas se transformem em uma coisa compreensível e capaz
de ser organizado. A razão pode ser considerada também como aquela capacidade
de organização e ordenamento das coisas de acordo com as suas próprias
capacidades de serem organizados e ordenados, contudo, ainda sendo
compreensíveis nelas mesmas e por elas mesmas, isto significa que as próprias
coisas as quais organizamos já são racionais.
Os Vários Sentidos da
Palavra Razão
Em nossa vida cotidiana usamos a
palavra razão em muitos sentidos. Dizemos, por exemplo, “eu estou com a razão”,
ou “ele não tem razão”, para significar que nos sentimos seguros de alguma
coisa ou que sabemos com certeza alguma coisa. Também dizemos que, num momento
de fúria ou de desespero, “alguém perde a razão”, como se a razão fosse alguma
coisa que se pode ter ou não ter, possuir e perder, ou recuperar, como na
frase: “Agora ela está lúcida, recuperou a razão”.
Falamos também frases como: “Se você
me disser suas razões, sou capaz de fazer o que você me pede”, querendo dizer
com isso que queremos ouvir os motivos que alguém tem para querer ou fazer
alguma coisa. Fazemos perguntas como: “Qual a razão disso?”, querendo saber
qual a causa de alguma coisa e, nesse caso, a razão parece ser alguma
propriedade que as próprias coisas teriam, já que teriam uma causa.
Assim, usamos “razão” para nos
referirmos a “motivos” de alguém, e também para nos referirmos a “causas” de
alguma coisa, de modo que tanto nós quanto as coisas parecemos dotados de
“razão”, mas em sentido diferente.
Esses poucos exemplos já nos mostram
quantos sentidos diferentes a palavra razão possui: certeza, lucidez, motivo,
causa. E todos esses sentidos encontram-se presentes na Filosofia.
Por identificar razão e certeza, a
Filosofia afirma que a verdade é racional; por identificar razão e lucidez (não
ficar ou não estar louco), a Filosofia chama nossa razão de luz e luz natural;
por identificar razão e motivo, por considerar que sempre agimos e falamos
movidos por motivos, a Filosofia afirma que somos seres racionais e que nossa
vontade é racional; por identificar razão e causa e por julgar que a realidade
opera de acordo com relações causais, a Filosofia afirma que a realidade é
racional.
OS PRINCÍPIOS
RACIONAIS
Desde seus começos, a filosofia considerou
que a razão opera seguindo certos princípios que ela própria estabelece e que
estão em concordância com a própria realidade, mesmo quando os empregamos sem
conhecê-los explicitamente. Ou seja, o conhecimento racional obedece a certas
regras ou leis fundamentais, que respeitamos até mesmo quando não conhecemos
diretamente quais são e o que são. Nós as respeitamos porque somos seres racionais
e porque são princípios que garantem que a realidade é racional.
PRINCÍPIO DA
IDENTIDADE: O
princípio da identidade é a condição do pensamento e sem ele não podemos
pensar. Ele afirma que uma coisa, seja ela qual for, só pode ser conhecida e
pensada se for percebida e conservada com sua identidade.
PRINCÍPIO DA
NÃO-CONTRADIÇÃO: É
impossível que a árvore que está diante de mim seja e não seja uma mangueira;
que o cachorrinho de dona Filomena seja e não seja branco; que o triângulo
tenha e não tenha três lados e três ângulos; que o homem seja e não seja
mortal; que o vermelho seja e não seja vermelho; etc.
PRINCÍPIO DO TERCEIRO
EXCLUÍDO: Este
princípio define a decisão de um dilema _ "ou isto ou aquilo" _ e
exige que apenas um a das alternativas seja verdadeiro. Mesmo quando temos, por
exemplo, um teste de múltipla escolha, escolhemos na verdade apenas entre duas
opções _ "ou está certo ou está errado"_ e não há terceira
possibilidade ou terceira alternativa, pois, entre várias escolhas possíveis,
só há realmente duas, a certa ou a errada.
PRINCÍPIO DA RAZÃO
SUFICIENTE: Que
afirma que tudo o que existe e tudo o que acontece tem uma razão (causa ou
motivo) para existir ou para acontecer, e que tal razão pode ser conhecida pela
nossa razão. O princípio da razão suficiente costuma ser chamado de princípio
de causalidade para indicar que a razão afirma a existência de relações ou
conexões internas entre as coisas, entre fatos, ou entre ações e
acontecimentos.
Vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=cSJ1dBcnyO4
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