Imperialismo é uma
política de expansão e domínio territorial, cultural e econômico de uma nação
sobre outras.
Ideologia do
imperialismo (europeu):
Os ideólogos do imperialismo acreditavam que o modelo de
civilização europeu era o que oferecia as melhores condições de vida ao homem.
Logo, quem estivesse apartado de tal modelo, viveria em uma condição inferior e
não tão privilegiada se colocada em contraponto à funcionalidade de várias
instituições e costumes de origem europeia. Com isso, a presença europeia na
África e na Ásia deixava de ser vista como um injusto processo de invasão.
A aplicação do evolucionismo darwiniano à sociedade: “em cada
espécie existe uma permanente concorrência entre seus membros; as plantas e os
animais mais aptos transmitem suas características genéticas favoráveis ao
maior número de descendentes. Ocorre, desse modo, uma seleção natural das
espécies. Por sua vez, o darwinismo social pregava que na luta pela vida só
sobreviveriam as raças e as nações mais capazes”. Podemos concluir, segundo
essa ideologia, que o colonialismo seria uma missão civilizadora de uma raça
superior, branca, representada pelos europeus e norte-americanos.
História:
O moderno imperialismo europeu vai nascer com a quebra e a
desintegração do Sacro Império Romano Germânico.
Entre os séc. XV e XVIII, algumas nações concorrentes criaram
vários impérios, especialmente de caráter colonial. O maior império da época
moderna é o de Filipe II, da Espanha. Portugal, Inglaterra, França e Holanda
construíram também, nas Américas, na Índia e nas Índias Orientais, grandes
impérios. No séc. XIX, a Grã-Bretanha tornou-se o protótipo de império, e
imperialismo significou, acima de tudo, o britânico. Depois mesmo da
independência das colônias americanas, a Inglaterra ampliou as suas conquistas
na América do Norte, na África e na Ásia. Já no fim do séc. XIX muitos países
formavam entre os Estados imperialistas, como os EUA, o Japão, a Rússia e, mais
tarde, a Itália e a Alemanha. A febre imperialista, incentivada pelo dinamismo
do crescimento industrial, expansão financeira e pela crescente necessidade de
matérias-primas e de mercados, deu ao imperialismo do fim do séc. XIX um novo
caráter. Ele procurou apoio espiritual em todas as teorias que glorificavam o
poder e o sucesso e nas doutrinas da superioridade racial, dominantes nesse
período. Todos procuram justificar seu domínio de diversas maneiras. A vitória
dos aliados na I Guerra Mundial e a destruição do império nisso representaram o
abandono de muitas das prerrogativas imperialistas em países coloniais.
Na primeira década seguinte a I Guerra Mundial, o
imperialismo parecia em declínio, com os impérios se dissolvendo, povos nativos
ganhando sua independência ou, pelo menos, status igual, e com o
desaparecimento político de certos privilégios financeiros e comerciais
estabelecidos pela conquista ou pela penetração econômica. A segunda década
trouxe, porém, completa modificação daquela tendência. A nova filosofia do imperialismo
fascista glorificou o destino das nações corajosas e procurou, pela guerra e
pela conquista, impor o seu domínio sobre os povos fracos. Especialmente
representado pelos governos da Itália, do Japão e da Alemanha, esse novo
imperialismo fazia voltar os conceitos universais do antigo, desejando não a
coexistência de impérios concorrentes debaixo do sistema da balança de poder,
como aquele que esteve sob a direção da Grã-Bretanha, mas o domínio mundial que
unisse todos os países.
O imperialismo, na sua forma de expansão territorial, ainda
não está inteiramente liquidado, pois alguns territórios, especialmente na
África, continuam com o seu status colonial. Também subsiste na sua forma
comercial e financeira, quando se usa da coerção e não da concorrência para
obter de outros povos privilégios e vantagens de caráter especial.
Imperialismo Europeu:
O vigoroso e extraordinário crescimento da industrialização
ocorrido durante a segunda metade do século XIX só foi possível devido às novas
invenções técnicas, às grandes pesquisas e descobertas científicas, notadamente
no campo da química industrial, e ao desenvolvimento dos meios de transporte e
comunicação. Mais que tudo, porém, teve importância decisiva a grande
acumulação de capital que possibilitou as pesquisas técnicas e científicas
aplicadas à indústria. Como resultado desse processo, os países
industrializados precisavam de novos mercados consumidores, produtores de
matéria-prima e investidores.
República Velha
(1889-1930)
- Proclamação da
República em 15 de novembro de 1889. A monarquia é derrubada.
- Marechal Deodoro da
Fonseca assume como primeiro presidente da República.
- Poder econômico e
político nas mãos das oligarquias paulista e mineira.
- Após a renúncia de
Deodoro em 1891, assume a presidência outro militar: Floriano Peixoto.
- Primeira
Constituição Republicana Brasileira é promulgada em 1891: voto aberto, presidencialismo,
manutenção de interesses das elites agrárias, exclusão das mulheres e dos
analfabetos do direito de voto.
- Política do
Café-com-Leite: alternância no poder de presidentes mineiros e paulistas.
- Região Sudeste é
privilegiada nos investimentos federais, principalmente os setores agrícola e
pecuário.
- O café é o principal
produto brasileiro de exportação.
- Aumento da imigração
europeia (italiana, alemã, espanhola) para servir de mão-de-obra nas lavouras
de café do interior paulista.
Política dos Governadores
Troca de favores
políticos entre presidente da República e governadores para a manutenção do
poder e garantia de governabilidade.
O coronelismo
Poder político e
econômico concentrado nas mãos dos coronéis (grandes latifundiários), que
usavam o voto de cabresto, violência e fraudes para obter vantagens eleitorais
para si e seus candidatos.
Golpe
de 1930
Após a vitória de
Júlio Prestes, políticos da Aliança Liberal afirmam que as eleições foram
fraudulentas. Com a liderança de Getúlio Vargas, aplicam um golpe e colocam fim
a República Velha. Vargas torna-se presidente da República.
Principais conflitos e revoltas durante a
República Velha
- Revolta da Armada:
1893-1894
- Revolução
Federalista: 1893-1895
- Guerra de Canudos:
1893-1897
- Revolta da Vacina:
1904
- Revolta da Chibata:
1910
- Guerra do
Contestado: 1912-1916
- Sedição de Juazeiro:
1914
- Greves Operárias:
1917-1919
- Revolta dos Dezoito
do Forte: 1922
- Revolução
Libertadora: 1923
- Revolução de 1930:
1930
Messianismo
Na história do Brasil, o termo messianismo é usado para dar
nome aos movimentos sociais nos quais milhares de sertanejos fundaram
comunidades comandadas por um líder religioso.
Surgiu em áreas rurais pobres atingidas pela miséria. Seus
dois principais componentes eram a religiosidade popular do sertanejo e seu
sentimento de revolta.
Na República Velha, os dois principais exemplos de
messianismo foram os movimentos de Canudos e do Contestado.
Revolta de Canudos
Ocorreu entre os anos de 1893-1897 na Bahia.
Antônio Conselheiro chegou em 1893 à uma velha fazenda
abandonada no sertão baiano e ali liderou a formação de Canudos. Desde os
tempos do império ele fazia pregações que atraíam multidões de moradores do
sertão nordestino.
Milhares de pessoas se mudaram para Canudos. Buscavam paz e
justiça em meio à fome e à seca do sertão.
Comandada por Antônio Conselheiro, a população vivia num
sistema comunitário, em que as colheitas, os rebanhos e o fruto do trabalho
eram repartidos. Só havia propriedade privada dos bens de uso pessoal. Não
havia cobrança de impostos nem autoridade policial. A prostituição e a venda de
bebidas alcoólicas eram rigorosamente proibidas.
O povoado de Canudos tinha leis próprias, não obedecendo ao
poder público que governava o país. Representava uma alternativa de sociedade
para os sertanejos que desejavam fugir da dominação dos grandes coronéis.
Os fazendeiros baianos e a elite política local temiam o
crescimento de Canudos e passaram a exigir providências do governo para
destruir a comunidade.
Os inimigos da comunidade de Canudos diziam que ali viviam
fanáticos, loucos e monarquistas. A história tradicional repetiu essas
acusações como se fossem verdades absolutas. Assim, não considerava que um dos
principais motivos que uniam os sertanejos de Canudos era a necessidade de
fugir da fome e da violência.
A religiosidade foi a forma encontrada pelos sertanejos para
traduzir sua revolta e sua vontade de construir uma ordem social diferente.
A destruição de Canudos
Como as tropas dos coronéis locais e do governo estadual
baiano não conseguiram esmagar as forças de Canudos, o governo federal entrou
na luta. Várias tropas militares enviadas pelo poder central foram derrotadas.
Um poderoso exército de 7 mil homens foi organizado pelo próprio ministro da
Guerra. Canudos foi completamente destruído em 5 de outubro de 1897; mais de 5
mil casas foram incendiadas pelo exército.
Guerra do Contestado
Ocorreu entre os anos de 1912 a 1916, na fronteira entre
Paraná e Santa Catarina, numa região contestada (disputada) pelos dois estados.
Nessa área, era grande o número de sertanejos sem-terra e famintos que
trabalhavam sob duras condições para os fazendeiros locais e duas empresas
norte-americanas que atuavam ali.
Os sertanejos de Contestado começaram a se organizar sob a
liderança de um “monge” chamado João Maria. Após sua morte, surgiu em seu lugar
um outro “monge”, conhecido como João Maria (Miguel Lucena Boaventura).
Reuniu mais de 20 mil sertanejos e fundou com eles alguns
povoados que compunham a chamada “Monarquia Celeste”. A “monarquia” do
Contestado tinha um governo próprio e normas igualitárias, não obedecendo às
ordens emanadas das autoridades da república.
Os sertanejos do Contestado foram violentamente perseguidos
pelos coronéis-fazendeiros e pelos donos das empresas estrangeiras, com o apoio
das tropas do governo. O objetivo era destruir a organização comunitária dos
sertanejos e expulsá-los das terras que ocupavam.
Em novembro de 1912, o monge Jose Maria foi morto em combate
e “santificado” pelos moradores da região. Seus seguidores, criaram novos
núcleos que foram, combatidos e destruídos pelas tropas do exercito brasileiro.
Os últimos núcleos foram arrasados por tropas de 7 mil homens
armados.
Cangaço: Revolta e
Violência no Nordeste
Ocorreu entre os anos de 1870 a 1940 (setenta anos), no
Nordeste do Brasil.
Para alguns pesquisadores, ele foi uma forma pura e simples
de banditismo e criminalidade. Para outros foi uma forma de banditismo social,
isto é, uma forma de revolta reconhecida como algo legítimo pelas pessoas que
vivem em condições semelhantes.
Motivos para o acontecimento do cangaço:
Miséria, fome, seca e injustiças dos coronéis-fazendeiros
produziram no semiárido do Nordeste um cenário favorável à formatação de grupos
armados conhecidos como cangaceiros. Os cangaceiros praticavam crimes,
assaltavam fazendas e matavam pessoas.
Os dois mais importantes bandos do cangaço foi o de Antônio
Silvino e o de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, o “Rei do Cangaço”.
Depois que a polícia massacrou o “bando de Lampião”, em 1938,
o cangaço praticamente desapareceu do Nordeste.
Revolta da Vacina
No governo do presidente Rodrigues Alves (1902-1906), o Rio
de Janeiro, era uma cidade no qual a população enfrentava graves problemas:
pobreza, desemprego, lixo amontoado nas ruas, muitos ratos e mosquitos
transmissores de doenças. Milhares de pessoas morriam em consequência de
epidemias como febre amarela, peste bubônica e varíola.
Os primeiro governos republicanos queriam transformar o Rio
de Janeiro na “capital do progresso”, que mostrasse ao país e ao mundo “o novo
tempo” da República.
Coube ao presidente Rodrigues Alves a decisão de reformar e
modernizar o Rio de Janeiro.
Os cortiços e os casebres dos bairros centrais foram
demolidos. A população foi desalojada e passou a morar em barracos nos morros
do centro ou em bairros distantes do subúrbio.
Combater as epidemias era um dos principais objetivos do
governo; o medico Oswaldo Cruz, diretor da Saúde Pública, convenceu o
presidente a decretar a lei da vacinação obrigatória contra a varíola.
A população não foi esclarecida sobre a necessidade da vacina.
Diversos setores da sociedade reagiram à vacina obrigatória: havia os que
defendiam que a aplicação de injeções em mulheres era imoral, ou que a
obrigatoriedade ia contra a liberdade individual. Outros, não compreendiam como
uma doença poderia ser evitada com a introdução de seu próprio vírus no corpo.
Revolta da Chibata
Ocorreu no Rio de Janeiro, foram os marinheiros que se
revoltaram contra os terríveis castigos físicos a que eram submetidos.
Ficou conhecido como Revolta da Chibata, porque os marinheiros
queriam mudanças no Código de Disciplina da Marinha, que punia as faltas graves
dos marinheiros com 25 chibatadas. Além dos castigos físicos, os marinheiros
reclamavam de má alimentação e dos miseráveis salários que recebiam.
Tenentismo
Foi o movimento político-militar que, pela luta armada,
pretendia conquistar o poder e fazer reformas na República Velha. Era liderado
por jovens oficiais das Forças Armadas, principalmente tenentes.
Principais propostas do Tenentismo:
Queriam a moralização da administração pública;
Queriam o fim da corrupção eleitoral;
Reivindicavam o voto secreto e uma justiça Eleitoral
confiável;
Defendiam a economia nacional contra a exploração das
empresas e do capital estrangeiro;
Desejavam uma reforma na educação pública para que o ensino
fosse gratuito e obrigatório para todos os brasileiros.
A maioria das propostas contava com a simpatia de grande
parte das classes médias urbanas, dos produtos rurais que não pertenciam ao
grupo que estava no poder e de alguns empresários da indústria.
Revolta do Forte de
Copacabana
Primeira Revolta Tenentista, iniciou em 05/07/1922.
Foi uma revolta para impedir a posse do presidente Artur
Bernardes.
Tropas do governo cercaram o Forte de Copacabana, isolando os
rebeldes. Dezessete tenentes e um civil saíram para as ruas num combate
corpo-a-corpo com as tropas do governo. Dessa luta suicida, só dois escaparam
com vida: os tenentes Eduardo Gomes e Siqueira Campos.
O episódio ficou conhecido como Os Dezoito do Forte.
Revoltas de 1924
Dois anos depois da Primeira Revolta ocorreram novas
rebeliões tenentistas em regiões como o Rio Grande do Sul e São Paulo.
Depois de ocupar a capital paulista, as tropas tenentistas
abandonaram suas posições diante da ofensiva armada do governo.
Com uma numerosa tropa de mil homens, os rebeldes formaram a
coluna paulista, que seguiu em direção ao sul do país, ao encontro de outra
coluna militar tenentista, liderada pelo capitão Luís Carlos Prestes.
Coluna Prestes
As duas forças tenentistas uniram-se e decidiram percorrer o
interior do país, procurando apoio popular para novas revoltas contra o
governo. Nascia aí a Coluna Prestes, pois ambas tropas eram lideradas por
Prestes.
Durante mais de dois anos (1924 a 1926), a Coluna Prestes
percorreu 24 mil quilômetros através de 12 estados. O governo perseguia as
tropas da Coluna Prestes que, por meio de manobras militares, conseguia
escapar. Em 1926 os homens que permaneciam na Coluna Prestes decidiram
ingressar na Bolívia e desfazer a tropa.
A Coluna Prestes não conseguiu provocar revoltas capazes de
ameaçar seriamente o governo, mas também não foi derrotada por eles. Isso
demonstrava que o poder na República Velha não era tão inatacável.
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